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"Tubarões" nos maiores níveis de posições compradas dos últimos 32 meses


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica fecharam em alta nesta sexta-feira, mas acumulou perda semanal após a surpresa com dados de inflação afastar para junho a expectativa para o primeiro corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O café conseguiu driblar o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) mais forte que o esperado, bem como o avanço das expectativas de inflação para 1 ano nos EUA, ambos divulgados nesta sexta-feira.

A reação contrastou com a firme queda nos preços na sequência da revelação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), na terça-feira, que deflagrou uma reprecificação nas apostas para os planos do Fed. Agora, a expectativa majoritária entre investidores é de que a autoridade monetária espere até junho para promover o primeiro corte de juros, conforme aponta a plataforma de monitoramento do CME Group. Antes, maio era considerado o mês mais provável para o início do ciclo de afrouxamento.

O PPI americano subiu 0,3% tanto no índice cheio quanto no núcleo, superando a previsão de alta de 0,1% para ambas as medições. Com isso, o mercado voltou a se preocupar com a possibilidade de reaceleração da inflação na maior economia do mundo, vista também no resultado também acima das expectativas do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do mês passado.

Em época de final rolagens de posições que termina na próxima quarta-feira (2 ), volume atingiu 51.512 sacas com março valorizando de 1,55 cents, variando de 188,15 cents a 191,75 cents e maio com 1,55 cents de alta fechando a 186,70 cents, variando de 183,0 cents a 187,75 cents, rompendo a primeira resistência do dia em 186,78 cents sem força para chegar a segunda em 188,42 cents. Na semana, o prêmio março/maio que estava em 4,80 cents cai para 4,15 cents com março acumulando perdas de 5,45 cents e maio de 4,45 cents. Os estoques de certificados aumentaram 4.800 sacas para 307.262 sacas  esperando certificação 65.714 sacas, na semana teve alta de 9.467 sacas

Para Agnocafé um dos principais fundamentos para fazer um análise mais realista do mercado de curto e médio prazo, está no acompanhamento semanal das mudanças do posicionamentos dos fundos de investimentos. Caso não acontece nenhuma forte interferencia externa no mercado, eles  devem continuar defendendo suas posições e aumentando paulatinamente até a entrada no inverno no Brasil. Para a surpresa da grande maioria do analistas, os grandes fundos ( tubarões) aumentaram suas posições compradas pela 16ª semana consecutiva, o maior nível dos últimos dois anos e oito meses ( 32 meses), faltando apenas 2.296 lotes para ultrapassar recorde histórico que foi no dia 15 de junho de 2021 quando chegaram a 61.452 lotes. 

O relatório da CFTC referente a 13 de fevereiro mostra alta nas posições compradas ( 2.831 lotes) e leve queda nas posições vendidas (  231 lotes ) dos grandes fundos, neste período a variação de dezembro passou de 188,20 cents a 193,00 cents, alta de 4,80 cents. Os dados mostram alta de 8,9% ( 3.122 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 38.062 posições líquidas compradas sendo 59.156 posições compradas e 21.194 posições vendidas. Resumindo, 73,65% dos grandes investidores acreditam em mais altas e 26,35% em mais baixas

Segundo relatório do Itaú BBA, a safra de café do Brasil foi estimada nesta sexta-feira (16) em 69,4 milhões, aumento de 4,6% na comparação com a temporada anterior, após uma melhora no clima na região de produção de grãos arábica, a safra de arábica foi estimada em 46,2 milhões de sacas e a de robusta em mais de 23 milhões de sacas. " Com impulso da produção brasileira e da Indonésia, além de uma estabilidade na colheita nos demais países que têm relevância na produção, o balanço global tenderá a ficar um pouco mais confortável. O superávit entre produção e consumo deverá passar de 1,9 milhão de sacas em 2023/2024 para 4,6 milhões de sacas em 2024/2025. Para o consumo global, consideramos um aumento de 1%, o que é superior ao observado nos últimos dois anos.”  diz o relatório

A Secex divulgou na quinta-feira os embarques de fevereiro, confirmando os dados da  Cecafé de forte queda nas exportações, segundo estimativas haverá  uma queda de mais de 1 milhão de sacas de arábica ante a janeiro e pelas projeções dos embarques diários da Secex e Cecafé, em fevereiro devem em exportadas menos de 3 milhões de sacas que representa mais que a exportação da Colômbia de um mês

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a exportações brasileiras de café em grão em fevereiro de 2024 ficaram em 1,145 milhões de sacas nos primeiros 7 dias úteis da segunda semana computadas (média diária de 163.621 sacas) com receita chegando a US$ 240,507 milhões (média diária de US$ 34,358 milhões) e preço médio de US$ 210,05 por saca. Projetando a média diária de embarques da Secex, em fevereiro deve ser exportadas 2,945 milhões de sacas de café

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil),  até dia 15 de fevereiro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 1.198.471 sacas ( média diária de 79.898 sacas ), queda de 20%, sendo 983.547 sacas de café arábica, 142.068 sacas de café conillon e 72.856 sacas de café solúvel.  Pela projeções dos embarques diários, em fevereiro devem em exportadas 2,875 milhões de sacas, queda de 27,4%. Pelos cálculos serão 1 milhão de sacas a menos em relação a janeiro  com tendência de mais queda nas exportações nos próximos meses.

 Em janeiro, as exportações brasileiras de café geraram uma receita de US$ 739 milhões, alta de 17,9% comparativamente com o mesmo mês de 2023, e um dado chamou a atenção: a China com importações de US$ 50 milhões, apareceu como terceiro principal mercado para o café brasileiro, dois postos acima do quinto lugar registrado no ano passado e respondeu por 6,76% das vendas externas brasileiras do produto. Nas estatísticas da plataforma Comex Vis, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a China só ficou atrás de dois dos maiores e mais e tradicionais importadores do café brasileiro, os Estados Unidos (US$ 140 milhões) e Alemanha (US$ 113 milhões). E à frente de países como o Japão (US$ 45 milhões) e Itália (US$ 44 milhões).

Outra notícia importante para o mercado esta semana veio da Colômbia, que poderá ser uma safra surpresa para o mercado.  Agnocafé vem alertando há várias semanas sobre o clima extremo na Colômbia que deve reduzir fortemente a produção em 2024. No final do mês de janeiro, o presidente da República Gustavo Petro,  expressou sua preocupação com a situação crítica da produção cafeeira colombiana mencionando os desafios do país, incluindo a queda dos preços do café, o declínio da produção e as importações. Petro questionou a ministra da Agricultura, Jhenifer Mojica, destacando a necessidade de enfrentar a crise no setor cafeeiro. A Colômbia, que era o segundo maior produtor mundial de café, caiu para o quinto lugar, e a Petro alertou que poderá ser ultrapassada pela Etiópia se não forem tomadas medidas.  Com opinião bem diferente do presidente, o gerente da  Federação Nacional de Cafeteiros Germán Bahamón, diz que a produção de café está se recuperando e deve crescer nesta safra. Nos próximos meses com a divulgação da produção vai mostrar quem está certo ou errado

Segundo informações climáticas dos últimos meses, o presidente da Colômbia tem razão de estar preocupado, os números indicam forte declínio, a  produção de janeiro atingiu  959 mil sacas, comparando com a produção de outubro a queda foi de 16,7% ( 1,15 milhões de sacas), no novembro a queda foi  25% ( 1,28 milhões de sacas ) e de dezembro a queda foi de 21,4% ( 1,22 milhões de sacas ), um queda mensal média de 21%. Nos últimos 12 meses a produção da Colômbia atingiu 11,439  milhões de sacas e se mantiver esta queda, a produção deve cair para 9 milhões de sacas e a Etiópia deve produzir nesta safra 8,35 milhões de sacas.

A nação colombiana encontra-se num estado de alerta crítico devido à complexa situação climática que tem chamado a atenção das autoridades e da população em geral. A conjunção do Fenômeno El Niño e uma intensa onda de calor provocou uma série de incêndios florestais e recordes de temperaturas extremas em diversas regiões do país. A situação agrava-se com a onda de calor que atinge todo o país, registando-se temperaturas recordes em diversas zonas. De acordo com relatórios recentes do Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (IDEAM),  El Niño em 2024 afetará significativamente vários departamentos, incluindo importante  regiões de café. Os colombianos, sendo Huila, Tolima e Cundinamarca os mais afetados até agora, um exemplo disso é Jerusalém (Cundinamarca), que experimentou temperaturas extremas que chegaram a 40,4°.

Índia, país mais populoso do mundo, mercado de café cresce 10% ao ano

 À medida que a classe média da Índia, país mais populoso do mundo, se expande e adquire novos sabores, o mercado do café no país amante do chá cresce a um ritmo de cerca de 10% ao ano, mais rapidamente do que o mercado global. O chá preto e o chai vêm frequentemente à mente quando se pensa em bebidas da Índia – é o maior produtor mundial de chá preto – mas o país é também o oitavo maior produtor de café com um população de mais de 1,45 bilhões de habitantes. Os seus grãos são exportados principalmente para a Europa e espera-se que as exportações em 2023 atinjam um nível recorde.  No entanto, até a década de 2000, a Índia não tinha uma cultura muito forte de consumo de café.

À medida que a economia crescia, a classe média expandia-se, tal como o número de consumidores de café. Espera-se que o mercado cafeeiro da Índia quase triplique em 2032 em comparação com 2023, de acordo com a empresa indiana CMI Market Research. Embora o mercado global de café tenha crescido cerca de 3% ao ano, o da Índia deverá crescer cerca de 10%. “Quase não existiam cafés há 10 anos, mas agora eles estão por toda parte”, disse um funcionário de escritório japonês que trabalhou na Índia sobre a ascensão de cadeias de cafés como Blue Tokai, Third Wave Coffee e Barista Coffee Co.

Mercado:  Vendas futuras alcançam apenas 10% do potencial produtivo

As vendas da safra 2024/25 de café do Brasil, que terá a colheita iniciada nos próximos meses, continuam “travadas”, disse a consultoria Safras & Mercado, com produtores preferindo realizar negócios no mercado disponível à espera de melhores preços adiante, à medida que se aproxima o inverno e aumentam os riscos de geadas.

Em termos gerais, as vendas da próxima safra brasileira alcançam apenas 10% do potencial produtivo. “Um percentual bastante baixo de vendas se comparado a períodos anteriores, quando as vendas (para a nova safra) representavam entre 20% e 25% da produção”, disse o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach.

Segundo ele, a aposta com o inverno no Brasil, diante da transição do El Niño para neutralidade, é uma das justificativas para essa postura. Além disso, afirmou o consultor, o mercado invertido na ICE US — posição setembro 2024 é negociada em um valor mais baixo que a posição spot maio — acaba deixando a ideia de preço para fixação antecipada de safra nova muito próxima da praticada no disponível.

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica em R$ 1.100,00, alta de 0,92% ( + R$ 10,00 ) nesta sexta-feira ( 16/02 ) e café livre a R$ 1.080,00. No mês teve queda de R$ 10,00, durante o ano 2024 teve alta de R$ 50,00 e em dólar fica em US$ 221,05

Café moka R$ 1.150,00, peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.160,00, cereja a R$ 1.120,00, café certificado a R$ 1.130,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.110,00, 20% a R$ 1.090,00, com 25% a R$ 1.080,00 com 30% a R$ 1.060,00.

Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 940,00, duro/riado/rio, R$ 920,00, rio a R$ 800,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 870,00 repasse de beneficiamento a R$ 920,00  e riado a R$ 860,00 e escolha fica em R$ 10,80 o quilo de aproveitamento

Ótimo Final de Semana

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Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1141,86
    Cepea Conilon R$ 970,33
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1020,00
    Conilon T. 7 R$ 1012,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1005,00