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Exportação de café para Ásia vira um "pesadelo" para torrefações brasileiras


Por José Roberto Marques da Costa

 Até dia 01 de março foram embarcadas 543 mil sacas de conilon referente a fevereiro, alta de 30% ante a janeiro com os embarques de conillon em fevereiro com alta de 678% ante a fevereiro do ano passada

Os novos dados econômicos dos EUA e a falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que, no geral, reforçaram expectativas de que o BC americano vai relaxar política até junho. Durante a semana os investidores foram firmando cada vez mais as apostas em cortes de juros pelo Fed em junho. Os dirigentes do Fed Austan Goolsbee e Tom Barkin também expressaram confiança na trajetória de desinflação, apontando que os índices de preços de janeiro não significam necessariamente uma tendência de reaceleração.

Com a proximidade do relaxamento monetário à vista nos EUA - faltam apenas duas reuniões para a de junho -, as expectativas são positivas para o café. Isso porque o alívio nos juros tende a pressionar para baixo os rendimentos dos Treasuries, com quem várias commodities, entre elas ouro e café compete por também ser ativo de segurança. Para a  Capital Economics está prevendo que o preço das commodities deverá subir nos próximos anos, apoiado por cortes de juros até mais rápidos do que o mercado está esperando, pela queda nos yields e pela depreciação do dólar. 

 Com o volume de 37.951 lotes, maio teve queda de 1,30 cents fechando em 183,30 cents, variando de 180,45 cents a 185,35 cents, rompendo o primeiro suporte em 181,17 cents, não teve força para buscar o segundo em 178,98 cents e a primeira resistência em 186,62 tendo alta de 3,00 cents durante a semana . Os estoques de certificados aumentaram 6.941 sacas para 360.547 sacas e tendo 157.372 sacs esperando certificação, na semana acumula alta de 36.390 sacas

Nesta sexta-feira, foi o repeteco da performance dos pregões da semana, os vendidos pressionando para maio voltar novamente abaixo do "divisor de água" em 180,50 cents com a mínima chegando a 180,45 cents abaixo na quinta-feira chegou a 180,40 cents. Abaixo de 180,50 cents encontra cobertura dos grande fundos que levou a 185,35 durante o pregão e durante a semana a máxima foi 185,70 cents. Acima de 185,00 cents, os vendidos voltam a pressionar evitando chegar  próximo a entrada de canal de alta acima de 187,00 cents de pode levar a 194,10 cents. No pregão de segunda-feira, as  resistências estão em 185,62 cents, 187,93 cents e 190,52 cents, com os suportes em 180,72 cents, 178,13 cents e 175,82 cents.

 O relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 27 de fevereiro mostra queda nas posições compradas (1.782 lotes) e leve queda nas posições vendidas (298 lotes) dos grandes fundos, neste período a variação de maio passou de 186,25 cents a 183,05 cents, queda de 3,20 cents. Os dados  mostram queda de 6% (2.080 lotes) nas posições líquidas compradas. Os grandes fundos possuíam 32.126 posições líquidas compradas (54.710 posições compradas e 22.584 posições vendidas). As empresas comerciais diminuíram suas posições líquidas vendidas, registravam um saldo de 82.368 posições líquidas vendidas ( 53.739 posições compradas e 136.107 vendidas). No relatório anterior possuíam 89.232 posições líquidas vendidas ( 48.057 posições compradas e 137.289 vendidas).

 As  justificativas plausíveis para os grandes fundos estarem estado de "aversão a risco" com posições compradas, são a situação preocupando do mercado de café robusta que está contaminando o arábica, gráficos técnicos de curto e médio prazo que continuam positivas, e principalmente sobre alguma informação privilegiada sobre o clima no inverno brasileiro, que o mercado vai saber 30 dias antes da "aversão a risco".

Quando um agência de notícias começa a bombardear a mídia com informações tentando influenciar a performance das bolsa de NY e Londres, mostra claramente os vendidos estão temerosos com os contratos futuros de curto e médio prazo. Ontem foi sobre um grande aumento na quantidade de café arábica que está aguardando a avaliação dos classificação para ser adicionado aos estoques certificados, que há 166 mil sacas de café arábica aguardando classificação em suas bolsas certificadas, das quais 133,5 mil sacas vêm do Brasil. Estes aumento começou a duas semana atrás.

Hoje foi que  os preços futuros dos cafés arábica e robusta na bolsa ICE devem terminar 2024 abaixo dos níveis atuais, bem como abaixo de onde terminaram no ano passado, mostrou uma pesquisa com 10 traders e analistas. Os preços do café arábica deveriam encerrar 2024 em 165,00 cents, de acordo com a previsão mediana da pesquisa, o que significaria uma queda de 9% tanto em relação ao fechamento de quarta-feira quanto em relação ao final de 2023. No ano passado, a pesquisa com 10 traders mostrou que no final do ano de 2023, NY fechava a 153,00 cents, mas fechou a 188,30 cents, sem geadas nas regiões de café no Brasil. Este ano, com a entrada do La Nina em junho, a probabilidade aumentou.

Segundo as projeções dos últimos dados a Cecafé, em de fevereiro indicam que deverão ser embarcadas 3,640 milhões de sacas, sendo de 550 mil a 600 mil sacas de conilon, o que representa 16,5% do total , alta de 750%  em relação a fevereiro de 2023 e nos dois primeiros mês de 2024 foram exportadas 1.058 milhões de conilon, alta de 567% ante as 159.080 sacas do mesmo perídio de 2023,  Em janeiro deste ano, as remessas ao exterior do conilon, a segunda apresentaram forte evolução de 503,5%, puxando o bom desempenho geral ao atingirem 457.787 sacas, o que representa 11,56% do total.

  “O conilon brasileiro seguem muito competitivos no mercado mundial e vêm suprindo o déficit ocasionado por quebras de safras em importantes produtores, como Vietnã e Indonésia, primeiro e terceiro maiores produtores mundiais da variedade, respectivamente. Não à toa, os vietnamitas aumentaram em 700% e os indonésios em 19.130% suas importações de café brasileiro”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira na explicação a forte alta do conilon em janeiro. "A China se consolida como um dos principais parceiros dos cafés do Brasil e mantém o sexto lugar no ranking, posto que assumiu ao final do ano passado. Em janeiro deste ano, o gigante asiático importou 168.761 sacas, ampliando em 153,9% o volume que adquiriu no primeiro mês de 2023", acrescentou.

Os preços do café subiram esta semana nos principais fornecedores asiáticos de grãos robusta, Vietnã e Indonésia, uma vez que a demanda permaneceu alta e a oferta foi excepcionalmente limitada, disseram traders. “A demanda continua alta, mas a oferta está muito restrita”, disse um trader do cinturão do café. “ A muito difícil comprar. Agricultores e comerciantes são estratégicos na liberação do café”.  No atual momento o café conilon do Brasil está sendo o mais barato do mundo com forte tendência de alta das importação de café  pelos países asiáticos que deve se tornar a maior concorrente das industrias brasileira nos próximos meses, com possibilidade da exportação ultrapassar 1 milhão de sacas, virando um "pesadelo" para torrefações brasileiras. A partir deste mês, os analistas de mercado devem focar mais na produção de robusta do que arábica brasileiro. 

Hoje a Agnocafé publicou uma matéria feita pela TV do Vietnã sobre o mesmo assunto que o site vem abordando a várias semanas, que vai virar um "pesadelo" para vários setores do mercado. Devido a forte escassez, já cresce a preocupação de que o robusta nos próximos meses poderá ter a mesma performance explosiva do cacau.

O Vietnã exportou 398.000 toneladas ( 6,634 milhões de sacas ) de café nos primeiros dois meses de 2024, um aumento de 16,2% em relação ao ano anterior, mostraram dados do governo divulgados na quinta-feira. A receita de exportação de café no mesmo período aumentou 67,5%, para 1,25 bilhões de dólares, preço médio de US$ 188,42 por saca, informou o Gabinete Geral de Estatísticas num relatório.

Fazendo uma comparação com o preço da saca de café conilon que está sendo comercializada no Brasil  entre R$ 830,00 a R$ 850,00, que representa de US$ 167,00 a US$ a R$ 174,00 a saca, diferencial que chega de US$ 35 a US$ 37 por saca, tirando os custos do transporte em torno de US$ 15,00 por saca,  os importadores do Vietnã estão reexportando café  brasileiro com um lucro do mínima de US$ 20 por saca e os importadores da Indonésia estão lucrando ainda mais.

Segundo agência Reuters, cafeicultores nas terras altas centrais, a maior área de cultivo de café do Vietnã venderam esta semana entre US$ 3,36 a US$ 3,40 por kg, que representa de US$ 201,60 a US$ 204,00. Os  prêmios de US$ 400 a US$ 450 por tonelada para o contrato de maio, tiveram alta de US$ 100 em relação a semana passada. " O café vietnamita é atualmente negociado com um prêmio superior a US$ 30 em relação aos grãos brasileiros, tornando as compras na América do Sul ainda mais atraentes", diz a matéria da TV do Vietnã.

"US$ 400 é apenas o limite para atingir o ponto de equilíbrio. Alguns até citaram um prêmio de até US$ 500", disse outro trader baseado na mesma região, acrescentando que o tempo estava ensolarado e seco e que a água era suficiente para as árvores. “A demanda continua alta, mas a oferta está muito restrita”, disse um trader do cinturão do café. “É muito difícil comprar. Agricultores e comerciantes são estratégicos na liberação do café”. Os grãos de café robusta Sumatra da Indonésia para entregas em abril foram oferecidos com prêmio de US$ 800 esta semana, acima dos US$ 720 da semana passada, disse um trader. Outro trader cotou um prêmio de US$ 700 para o contrato de maio, acima do prêmio de US$ 640 da semana anterior.

Mercado interno

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica estável em R$ 1.090,00 nesta sexta-feira ( 01/03 ) e café livre a R$ 1.070,00. No mês fica estável, durante o ano 2024 teve alta de R$ 40,00 e em dólar fica em US$ 218,73

Café moka R$ 1.140,00, peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.150,00, cereja a R$ 1.110,00, café certificado a R$ 1.120,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.100,00, 20% a R$ 1.080,00, com 25% a R$ 1.070,00 com 30% a R$ 1.060,00.

Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.010,00, duro/riado/rio, R$ 980,00, rio a R$ 930,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 860,00 repasse de beneficiamento a R$ 910,00  e riado a R$ 850,00 e escolha fica em R$ 10,40 o quilo de aproveitamento.

Ótimo final de semana  

Comentarios

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Data: 02/03/2024 14:44 Nome do Usuário: Francisco
Comentário: Brasil e Vietnã exportando cada vez mais café! Seria uma mini explosão no consumo ou empresas aumentando estoques igual a ICE? Alguém sabe dizer?
Contrato Cotação Variação
Julho 205,00 - 1,10
Setembro 203,45 - 0,90
Dezembro 201,70 - 0,80
Contrato Cotação Variação
Julho 3.622 - 58
Setembro 3.565 - 50
Novembro 3.494 - 42
Contrato Cotação Variação
Julho 257,20 0
Setembro 247,60 0
Dezembro 245,00 0
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,1130 0
Euro 5,4850 0
Ptax 5,1184 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 1290,00
    Safra 22/23 20% R$ 1250,00
    Peneira 15/16 R$ 1310,00
    Duro/riado/rio R$ 1130,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1320,00
    Safra 22/23 15% R$ 1260,00
    Safra 22/23 25% R$ 1240,00
    Duro/riado/rio R$ 1140,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1260,00
    Safra 22/23 25% R$ 1240,00
    Duro/Riado 15% R$ 1180,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1260,00
    Safra 22/23 25% R$ 1240,00
    Peneira 17/18 R$ 1320,00
    Variação R$ 1270,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 22/23 20% R$ 1250,00
    Safra 22/23 30% R$ 1230,00
    Duro/Riado 30% R$ 1170,00
    Escolha kg/apro R$ 15,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1260,00
    Safra 22/23 25% R$ 1240,00
    Duro/riado 25% R$ 1170,00
    Rio com 20% R$ 1110,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Agnocafé 22/23 R$ 1260,00
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1100,00
    Conilon T. 7 R$ 1092,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1085,00