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Robusta vive gravíssima crise de escassez e começa a contaminar o arábica


Por José Roberto Marques da Costa

Os preços dos contratos futuros do café arábica em NY e robusta em Londres encerraram a semana em alta , com o robusta fechando em nova máxima histórica em meio ao bom humor que tomou conta dos mercados após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) na quinta-feira. O banco central americano manteve os juros e as projeções de cortes para este ano inalteradas. A perspectiva de redução das taxas é positiva, já que juros mais baixos aumentam o apelo aos café e outras commodities

 O mercado continua dentro do intervalo técnico de 181,00 cents a 187,00 cents, no nível de baixa tendo coberturas dos grandes de suas posições compradas evitando a entrada em canal de baixa no nível abaixo de 180,00 cents. No nível de alta, os comerciais conseguem evitar a fuga para patamares maiores evitando a encontrada de canal de alta em 187,00 cents com a "briga" já está durando meses semana, mas deve mudar no curto prazo com o robusta vivendo gravíssima crise histórica de escassez e começa a contaminar o arábica

Analisando o comportamento do mercado, a performance do café robusta está tendo forte influencia, o arábica faz a máxima quando robusta chega perto do pico do dia, quando o robusta rompe US$ 3.400 a tonelada, arábica começa a operar acima de 187,00 cents  batendo  a máxima de 188,40 cents. Na semana passado, o pico do robusta atingiu US$ 3.460/t, arábica rompeu 193,00 cents chegando a 194,70 cents. Para os expertes do mercado, o mercado do robusta vai continuar muito volátil influenciada pelo forte desequilíbrio, com tendência de alta até a entrada da próxima do Vietnã. No mercado de café, robusta vai virar o ator principal e arábica mero coadjuvante nos próximos  6 meses.

Com bom volume de 57.575 lotes, nesta sexta-feira, maio teve queda 0,85 cents fechando a 184,85 cents, variando de 184,55 cents, ( 1,5 cents acima da mínima de quinta-feira) a 188,20 cents ( 0,20 cents abaixo da máxima de quinta-feira ), não tendo força de romper o primeiro suporte em 183,03 cents e ultrapassar a primeira resistência em 188,38 cents, na seamna acumula alta de 1,90 cents e no mês alta de 0,50 cents. Os estoques de certificados aumentaram 7.470 sacas para 568.097 sacas, na semana acumula alta de 79.419 sacas e tem 87.657 scas esperando certificação

O relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 19 de março mostra  queda nas posições compradas ( 3.680 lotes) e alta nas posições vendidas ( 1.880 lotes) dos grandes fundos, neste período a variação de maio passou de 185,90 cents a 183,05 cents, queda de 2,85 cents. Os dados mostram queda de 16,3% ( 5.460 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos. Segundo os números, os grandes fundos possuíam 28.469 posições líquidas compradas sendo 50.569 posições compradas e 22.100 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram em 7.651 suas posições líquidas vendidas, registrando saldo de 80.870 posições líquidas vendidas, sendo 59.810 posições compradas e 140.680 vendidas. No resumo dos grandes fundos, 69,6% acreditam em alta e 30,4% acreditam em baixa.

Nos últimos 24 anos da Agnocafé, nesta época do ano, meses antes do começo da colheita de café no Brasil, a mídia era "bombardeada" diariamente com notícias sobre tamanho da safra de café, com os traders geralmente superdimensionando as safras com intuito de influenciar a performance dos contratos de café arábica em NY. Neste ano, devido a gravíssima crise de escassez  no mercado do robusta, não esperado pelos traders e pela grande maioria dos analistas, as estimativas da safra do Brasil já não está tendo grande destaque com nos anos anteriores.

Nesta semana, a única notícia importante sobre safra deste ano veio da diretoria da Cooxupé, que aliás foi um repeteco da notícia do dia 09 de março, informando que a safra de café arábica da região da Cooxupé deverá ser positiva e "um pouco" maior em 2024 na comparação com o ano passado, a expectativa de receber 7 milhões de sacas, cerca de 7,7% em relação à safra passada. Nos anos anteriores a Cooxupé sempre informava o tamanho da safra brasileira, uma referença para o mercado, mas este ano, pelo primeira vez, não revelou o tamanho da safra. 

Tendo como base as informações da Cooxupé, tudo indica que a safra deverá ficar em 65 milhões de sacas sendo que 45 milhões de café arábica e 20 milhões de café robusta. A informação mais importante para o mercado não está no volume da safra de arábica, mas a de robusta devido a gravíssima crise de escassez global nos próximos 18 meses.

Ao analizar a disponibildade o café robusta nos próximos meses, vamos chegar a números preocupantes. O Vietnã, maior produtor de café robusta, restam apenas 30% da safra de 27,5 milhões produzidas no ano passado, cerca de 8,25 milhões de sacas, seis meses antes da entrada da nova safra estimada em 25 milhões de sacas. Diante desta forte escassez, os exportadores dos países asiáticos, para honrar seus compromissos no curto e médio prazo estão buscado o café no mercado brasileiro.

Brasil, segundo maior produtor de robusta, a safra de 20 milhões de sacas que deverá entrar nos próximos meses vai ter que abastecer dois mercados, interno nos próximos 12 meses e mercado asiático nos próximos 6 meses. O mercado interno, que é o segundo maior consumidor do mundo, avalido em 22 milhões de sacas por ano, o consumo de robusta deverá ficar em 14 milhões de sacas, restanto apenas 8 milhões para exportação nos próximos 12 meses.      

Nos primeiros dois meses de 2024, Brasil exportou 1,031 milhão de sacas de robusta, alta de 531,4% e a projeção indica em março os embarques robusta devem atingir 838 mil sacas, que representa 1.769 milhões de sacas. A ambição dos exportadores asiáticos é tanta, que a partir de maio a exportações de robusta deve ultrapassar 1 milhão de sacas até novembro quando entra a safra do Vietnã. 

Quando começa a fazer um análise das 53 milhões de sacas dos próximo 18 meses, os números ficam mais preocupantes, melhor definição "terríveis". O Vietnã tem diponível 33 milhões de sacas, 8 milhões restante da safra passada e 25 milhões que deve entrar a partir de novembro e tendência de queda em 2025 e 2026. O Brasil com a entrada de 20 milhões de sacas, consumo interno de 14 milhões de sacas com com mistura das torrefações brasileiras de 60% de robusta e 40% de arábica e forte tendência de mudança.  Pelo andar a carruagem vamos ter um acontecimento histórica, nunca imaginado pelo mais otimista do mercado, o preço da saca de café robusta vai ultrapassar o arábica no médio prazo.

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil),  até dia 22 de março, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.558.164 sacas ( média diária de 116.734 sacas ), queda de 6,1%, sendo 1.867.904 sacas de café arábica, 512.337 sacas de café conillon,( alta de 22% ) e 187.883 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque março totalizavam 2.904.283 sacas, queda de 10,5%, sendo 2.140.516 sacas de arábica, 569.342 sacas de conillon ( alta de 18,6% ) e 194.424 sacas de solúvel.Projeção indica que a exportação pode chegar 4,2 milhões de sacas em março, embarques conilon deve atingir 838 mil sacas

Para o analista de commodities,  Andrew Mora, " o mercado de commodities está preparado para outro período de expansão. Os futuros do cacau atingiram um novo recorde de alta para encerrar a semana de negociações, os preços flertaram brevemente com US$ 9.000 antes de reduzirem seus ganhos, enquanto os futuros do café arábica estam de olho na marca de 190,00 cents. Os preços tem subido nas últimas semanas devido a preocupações com a oferta e à sólida procura global.

 As condições do café não são tão terríveis quanto as do cacau, mas alguns mercados estão prestes a registar déficit. O Vietname, por exemplo, irá enfrentar uma grave escassez no próximo ano". Jeff Currie, que liderou a pesquisa de commodities no Goldman Sachs Group Inc., alertou sobre um boom de commodities no início do ano, uma vez que a demanda é forte, os estoques estão baixos e a capacidade de produção disponível está esgotada.  A configuração para todos esses mercados é melhor do que no ano passado, disse ele à Bloomberg Television em janeiro

Vietnã terá apenas 33 milhões de sacas para negociar nos próximos 18 meses

Com volume de 13.112 lotes em Londres, maio teve queda de US$ 27 a tonelada fechando a US$ 3.358/t, variando de US$ 3.355/t a US$ 3.428/t, ultrapasando a primeira resistência dia em US$ 3.410/t. Na quinta-feira fechou na máxima história em US$ 3.385/t, tendo a máxima histórica no dia 7 deste mês quando bateu US$ 3.460/t e semana acumula alta de US$ 50 a tonelada

O preço do conilon no Vietnã atingiu nesta sexta-feira, novo recorde ultrapassando 1.000 VND/kg ( US$ 4,03 ) para US$ 241,80 a saca de 60Kg ( R$ 1.200,00 ). "A situação continua a mesma... a oferta fica quase vazia quando a demanda é forte", disse um trader baseado no cinturão do café. Outro comerciante disse que houve chuvas em algumas áreas, mas continua a haver preocupação sobre uma possível escassez de água para irrigação, o que pode prejudicar a produção da próxima época. O prêmios de US$ 550 a US$ 650 por tonelada em relação ao contrato de maio.

Na Indonésia, os grãos de café robusta Sumatra para entregas em abril foram oferecidos a um prêmio de US$ 820. " Os preços do café no terminal de Londres caíram, enquanto os preços dos grãos verdes permaneceram altos", de acordo com um trader.  Na Índia,  preço do conilon varia de R$ 1.112,00  a R$ 1.219,00 a saca. "Na minha carreira de três décadas, é pela primeira vez que os preços do conilon têm uma vantagem constante sobre o arábica no mercado interno”, disse o indiano  George Daniel, Diretor Adjunto da Estação Regional de Pesquisa Cafeeira, Chundel, Kalpetta

Do Ha Nam, vice-presidente da Associação Vietnamita de Cacau e Café (VICOFA), disse a VN Express, o Vietnã, restam apenas 30% da colheita de café da época passada e prevê que a colheita deste ano diminua 10% devido às alterações climáticas e à mudança dos agricultores para culturas mais lucrativas, como o durião e outras frutas. Segundo o adido do USDA em Hanoi, a produção de café do Vietnã  do ano passado ficou 27,5 milhões de sacas restando apenas 8,25 milhões de sacas até a entrada da safra deste ano daqui a 6 meses. Tendo com parâmetro as informações da VICOFA, em queda de 10% da produção, a safra deste ano deve ficar em 24,750 milhões de sacas. Somando o estoque atual com a próxima colheita, o Vietnã terá disponível somente 33 milhões de sacas para negociar nos próximos 18 meses, média mensal de 1,834 milhões de sacas.

Mercado Interno     

Os preços do café robusta têm registrado valorização praticamente diário e atingiu hoje o novo recorde histórico chegando ao patamar de R$ 913,83 por saca. neste mês valorizou R$ 72,63 e em 2014 chegou a R$ 154,17, alta de 20% e nos últimos 12 meses, o conilon estava cotado a R$ 619,76 a saca, alta chega a 47,5%.  O indicador de café arábica do Cepea/Esalq desta sexta-feira ficou em R$ 1.020,95, diferencial entre arábica e robusta está em R$ 107,12 a saca. No começo 2024, café arábica estava cotado a R$ 1.012,87 diferencial de R$ 253,66. A 12 meses atrás, o preço do café arábica esta cotado a saca em R$ 1.112,36, diferencial de R$ 492,26.  

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica estável em R$ 1.080,00 nesta sexta-feira ( 22/03 ) e café livre a R$ 1.060,00. No mês acumula queda de R$ 10,00, durante o ano 2024 teve alta de R$ 40,00 e em dólar fica em US$ 216,00. Café moka R$ 1.140,00, peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.150,00, cereja a R$ 1.100,00, café certificado a R$ 1.110,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.080,00, 20% a R$ 1.070,00, com 25% a R$ 1.060,00 com 30% a R$ 1.050,00. Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.030,00, duro/riado/rio, R$ 1.010,00, rio a R$ 950,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 860,00 repasse de beneficiamento a R$ 930,00  e riado a R$ 870,00 e escolha fica em R$ 11,60 o quilo de aproveitamento.

Ótimo Final de Semana

Comentarios

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Data: 24/03/2024 20:31 Nome do Usuário: Roberto
Comentário: Vamos inundar o mercado de travas, é o melhor a fazer oara o mercado não deslanchar
Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1070,00
    Conilon T. 7 R$ 1062,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1055,00