A forte valorização de 74% do robusta começou em setembro de 2022
Por José Roberto Marques da Costa
Em setembro de 2022, quando a China abriu as importações de frutas do Vietnã por "canais oficiais", deu inicio a reviravolta do mercado do robusta, os contratos de café robusta em Londres tiveram uma valorização de 74% ( US$ 1.479 a tonelada ), na época estavam cotados em US$ 2.000 a tonelada. Somente em 2024, os contratos futuros acumulam alta de US$ 722, e no mês de março a alta foi de US$ 375 a tonelada chegando quarta-feira a flertar US$ 3.600, novo recorde histórico.
Em março de 2023, a Agnocafé começou a alertar da possível da mudança de postura dos cafeicultores do Vietnã com a migração para os culturas bem mais lucrativas depois a entrevista Do Ha Nam, vice-presidente da Vietnam Coffee and Cocoa Association e presidente do Intimex Group, na safra 2022-2023 em 09 de março de 2023, prevendo que a safra de café do Vietnã deve cair para 1,47 milhão de toneladas ( 24,5 milhões de sacas ), com área de cultivo de café diminuindo com os cafeicultores passando a plantar outras árvores com maior eficiência econômica, como durian e abacate consorciadas com café. O forte incentivo da China, durante estes 12 meses, as frutas vietnamitas invadiram áreas de café e devem continuam invadindo tornando o maior rival para o mercado global de robusta.
Com aumento anual do consumo de café em torno de 2%, com influência negativa do clima na produção global e a continuidade migração dos cafeicultores vietnamitas, o robusta vai continuar sua valorização no curto e médio prazo contaminando o arábica. No longo prazo, o robusta poderá ter a mesma performance do mercado de cacau
Em mais um dia volátil, o volume de negócios em Londres atinge 20.499 lotes nesta quinta-feira com desvalorização de US$ 80 a tonelada em maio fechando a US$ 3.479/t, varaindo de US$ 3.470/t a US$ 3.591/t, rompendo o primeiro suporte em US$ 3.482/t. Na semana acumula alta de US$ 121, variando de US$ 247 de US$ 3.352/t na segunda-feira a US$ 3.599/t na quarta-feira.
Associação do Café do Vietnã disse informou nesta semana que produção de café do Vietnã no ano-safra de 2023/24 poderá cair 20% para 24,5 milhões de sacas, a menor safra em quatro anos, e as exportações devem apresentar um queda de 20% para 22,758 milhões de sacas, agravando as perdas de áreas das plantações de café decorrentes da mudança dos cafeicultores para outras culturas bem mais lucrativas que o café depois que a China abriu em setembro de 2022 por canais oficiais a entrada de frutas do Vietnã.
Além do ataque do "fruit virus, outro fundamento vem do "El Niño" que está provando um devastadora seca que atinge as Terras Altas Centrais do Vietnã, principal região produtora de café do país reduzindo o rendimento da safra. Os negociantes disseram que os cafeicultores e comerciantes locais do Vietnã não têm pressa em vender o café, preferindo vender as frutas para empresas exportadoras aproveitando os ótimos preços do mercado chinês e segurar o café apostando em preços ainda mais altos.
Segundo a agencia Reuters, os preços do café vietnamita subiram para um máximo histórico esta semana, apoiados por uma oferta excepcionalmente limitada e pelas preocupações que o tempo seco possa reduzir a colheita do próximo ano.Os agricultores nas terras altas centrais venderam entre US$ 3,96 a US$ 4,04 por kg ( US$ 237,60 a US$ 242,40 a saca de 60kg )
Um comerciante baseado no cinturão do café disse que os agricultores venderam a maior parte de seus estoques e não estavam dispostos a reduzir os preços, pois as pessoas ainda estavam dispostas a comprar. O trader citou ainda a perspectiva de “menos chuvas e temperaturas mais elevadas” na área cafeeira, o que pode reduzir a produção na próxima safra. .
Os traders ofereceram 5% de robusta um prêmio de US$ 600 a US$ 620 por tonelada em relação ao contrato de maio. "Com a atual situação de baixa oferta e as perspectivas negativas de oferta de novas culturas, os agricultores e comerciantes vietnamitas ainda estão num clima de 'armazenamento. Devido à escassez de oferta, existe uma grande possibilidade de que os exportadores de café vietnamitas limitem a assinatura de novos pedidos no segundo trimestre deste ano”, disse a Bolsa Mercantil do Vietname numa nota no início desta semana.
O café Sumatra Robusta da Indonésia para o contrato de abril foram oferecidos com prêmio de US$ 720, abaixo do prêmio de US$ 820 da semana passada, disse um trader, dizendo que o motivo foi um forte aumento nos estoques em Londres. Outro trader disse que para o contrato de maio o preço era um prêmio de US$ 750, inalterado em relação à semana passada. As exportações de café robusta Sumatra da Indonésia em fevereiro atingiram 3.221 toneladas ( 53.662 mil sacas ) , mostraram dados do escritório de comércio local na quinta-feira, uma queda de 73,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Segundo o site do jornal Vietnamnet em matéria publicada nesta quinta-feira, Tran Van Xuat, diretor da Cooperativa Agrícola Nam Ban em Lam Dong, disse que a colheita do café terminou e os preços bateram recordes. Xuat disse que esgotou o café, mas ele e outros agricultores estão felizes porque os preços do café continuam a subir. Estima-se que um hectare de café forneça 3,8 toneladas de grãos de café. Com o preço de venda de VND 85.000 ( US$ 3,4 ) por quilograma, os agricultores obtêm um volume de negócios de VND 325 milhões e obtêm um lucro de VND 200 milhões. Aqueles que armazenaram café e vendem café neste momento por VND 90.000 o quilo terão um lucro ainda maior.
Em algumas localidades, os preços dos grãos de café dispararam para 95.000 VND por quilograma e os analistas acreditam que o pico de 100.000 VND por quilograma é alcançável. “Temos uma colheita abundante este ano e o café tem bons preços”, disse Le Quang Cuong em Hung Phuoc, no distrito de Bu Dop, em Binh Phuoc, acrescentando que o rendimento deste ano é o dobro do ano anterior (4 toneladas em vez de 2). Cuong cultiva café orgânico que pode ser vendido a preços mais elevados, em média VND 105.000 por quilograma, com o qual ele pode ganhar VND 420 milhões nesta safra.
Nguyen Nam Hai, presidente da Associação de Café e Cacau do Vietname, disse que o Vietname exportou 400 mil toneladas ( 6,664 milhões de sacas ) de café em janeiro e fevereiro, com um volume de negócios de exportação de 1,25 bilhões de dólares, o nível mais elevado em comparação com o mesmo período do ano passado. As empresas exportadoras disseram que os pedidos estão chegando, mas têm que rejeitar alguns porque o nível de estoque está baixo. Nguyen Dinh Tung, do Grupo Vina T&T, previu que os preços dos produtos agrícolas aumentariam nos primeiros meses do ano.
Entretanto, os produtores de pimenta confirmam que os preços da especiaria atingiram o máximo dos últimos 5 anos, o que levou a rendimentos muito mais elevados dos agricultores. Um hectare de pimenta pode gerar lucro de VND350 milhões. O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MARD) informou que o preço médio do café foi de US$ 3.153 dólares por tonelada e da pimenta US$ 4.041 dólares.
As agências estatais e os especialistas acreditam que os preços dos produtos agrícolas continuarão a aumentar nos próximos tempos. Acredita-se que a pimenta recuperará seus “dias dourados”, com preços que deverão subir para VND350.000 ( US$ 14,11 ) por quilograma. Le Hoang Tai, vice-diretor da Agência de Promoção Comercial do Vietnã (Vietrade), disse que a demanda por pimenta deverá aumentar e que os consumidores estão dispostos a pagar mais por pimenta de alta qualidade.
Os EUA, a UE e o Médio Oriente aumentaram as importações que podem satisfazer os requisitos de responsabilidade social e protecção ambiental. Os importadores procuram o fornecimento de pimenta no Vietname, que fornece 40% da produção global total e 60% da quota do mercado de exportação mundial.
Enquanto isso, os preços do durian estabeleceram um novo recorde quando um pomar no Delta do Mekong vendeu durião a VND212.000 por quilo. No mercado interno, os preços do durian estão entre VND135.000 e VND212.000 ( US$ 4,44 a US$ 8,55 ) por quilo. De acordo com Tran Lam Sinh, vice-diretor do Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Dong Nai, os preços do durian têm se mantido firmes desde 2023, o que ajudou os agricultores a embolsar bilhões de dong em lucros.
Em Dong Nai, uma família agrícola pode embolsar lucros de dezenas de bilhões de dong por ano com os seus 30 hectares de durian. Os preços do Durian têm aumentado desde o final de 2022, gerando lucros de VND 1 a 2,5 bilhões por hectare. As exportações agrícolas do Vietname têm registado recentemente um bom crescimento graças à forte recuperação dos mercados-alvo.
Segundo o site europeu slobodenpecat.mk em matéria publicada ontem, devido aos impactos negativos das alterações climáticas, os produtores de café de todo o mundo estão cada vez mais a mudar para o cultivo de outras culturas. As alterações climáticas estão a afetar cada vez mais o abastecimento mundial de café. A nível global, é particularmente notável o declínio na produção de café robusta, utilizado para preparar café expresso e solúvel. Espera-se que as suas cotações valorização ainda mais nos próximos meses, de acordo com a Bloomberg, relata a Forbes Eslovénia.
Os dados mostram que o volume da colheita no Vietname, considerado o maior exportador deste tipo de café, diminuiu mais um quinto em relação ao ano passado. A redução drástica é resultado principalmente das mudanças climáticas, ou seja, ondas de calor mais frequentes e duradouras, que afetam o fornecimento de água para irrigação das plantações. Como resultado, cada vez mais produtores vietnamitas estão a recorrer ao cultivo de culturas alternativas, como o durian, o abacate ou o maracujá. Já se reflete na quantidade de café produzido neste país do Sudeste Asiático.
Conforme relatado pela Bloomberg, devido à redução da colheita, a exportação de robusta em comparação com o ano passado até setembro será até 20 por cento menor, na mesma proporção que a produção anual no Vietname diminuiu. Isto é significativamente pior do que o esperado há alguns meses, quando a colheita foi apenas cerca de um décimo pior, disse à Bloomberg Nguyen Nam Hai, presidente da Associação de Produtores de Café do Vietname. O Vietname exportou 1,67 milhões de toneladas ( 27,832 milhões de sacas ) de café robusta na última temporada (que vai de setembro a agosto) e produziu 1,84 milhões de toneladas ( 30,654 milhões de sacas ). Segundo a estimativa, após o quinto corte, serão produzidas apenas cerca de 1,47 milhão de toneladas ( 24,5 milhões de saca ), queda de 6,154 milhões de sacas.
Segundo o site da The Hans Índia em matéria publicada hoje, os preços do café robusta ultrapassaram os preços do Arábica e atingiram um máximo histórico sem precedentes, impulsionados pela escassez de oferta global. O preço do café verde robusta no produtor disparou para um recorde de ₹ 172 por kg no mercado de Wayanad, marcando na quarta-feira um aumento significativo de ₹ 115 por kg durante o mesmo período do ano passado.
Além disso, o preço à vista dos grãos de café Robusta Pergaminho disparou para um máximo histórico de ₹ 315 por kg, em comparação com ₹ 220 por kg em março de 2023. Notavelmente, em março de 2022, as taxas para frutas cruas e pergaminho eram de ₹ 80 e ₹ 145 respectivamente. No mercado de Kodagu, o preço do pergaminho robusta subiu para Rs 14.700 por saca de 50 kg, estabelecendo um novo marco. Esta é a primeira vez que o preço do café cereja e pergaminho supera o do Arábica. O preço do café cereja arábica está atualmente entre 8.000 e 8.200 por saca de 50 kg , enquanto o robusta comanda um preço mais alto, de mais de 8.600 a 8.700 rúpias.
Os especialistas atribuem este aumento notável nos preços a uma combinação de fatores, incluindo um aumento na procura global e quebras de colheitas nos principais países exportadores de café, como o Brasil, a Indonésia e o Vietname, devido a condições climáticas extremas. Apesar dos desafios no rendimento, a produção de café da Índia deverá atingir 3,54 lakh toneladas ( 5,897 milhões de sacas ), um pouco acima da produção do ano passado de 3,52 lakh toneladas ( 5,8643 milhões de sacas ), de acordo com funcionários do Coffee Board.
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