Café árabica recupera impulso positivo e deve retomar ao ataque de alta
Por José Roberto Marques da Costa
O movimento o dólar voltou a subir globalmente, penalizando especialmente o real e outros pares da América Latina e divisas ligadas a commodities. O mercado começou o ano achando que o primeiro corte de juros nos Estados Unidos viria em março. Só que ao longo do tempo, não só os integrantes do BC americano mostraram um tom mais cauteloso, como os dados econômicos vieram mais fortes. Ainda não está claro se esses cortes virão em junho, e mais ajustes de expectativas serão favoráveis ao dólar, por isso é possível que a moeda americana continue em patamar elevado com aconteceu no primeiro semestre do ano.
O volume de negócios em NY atingiu 47.081 lotes, 28.849 lotes abaixo ante ao pregão de quinta-feira, maio teve queda de 1,80 cents fechando a 188,85 cents, variando de 187,55 cents a 191,20 cents chegando a romper o primeiro suporte em 187,70 cents e não tendo força para buscar a primeira resistência em 193,05 cents. Na semana acumula alta de 4,00 cents, variando 9,15 cents de 183,35 cents na segunda-feira a 192,50 cents na quarta-feira. No mês de março, a alta foi 4,50 cents, variando 15,40 cents, de 179,35 cents no dia 19 a 194,75 cents no dia 8. Os estoques de certificados aumentaram 11.330 sacas para 595.209 sacas, no acumulo da semana aumentaram 27.112 sacas e na espera de certificação tem 73.881 sacas.
Nas últimas semanas, os contratos do café arábica em NY estão sendo fortemente influenciada pelo mercado do robusta em Londres que chegou a flertar o nível de US$ 3.600 a tonelada na quarta-feira. O maio em NY acumula alta de 4,00 cents na semana e começa a distanciar intervalo de 183,00 cents a 186,00 cents que estava a várias semanas. Nos últimos dois pregões, comerciantes, que estão com 140 mil posições vendidas tentaram levar maio abaixo de 187,00 cents, entrada de canal de alta em 187,00 cents, na quarta-feira a mínima foi 187,05 cents e ontem foi 187,60 cents, sustentando pelos coberturas dos grandes fundos, que estão com 54 mil posições compradas. Na segunda-feira, sem a interferência de Londres devido ao feriado bancário, os suportes estão em 187,20 cents, 185,55 cents e 183,55 cents e as resistências em 190,85 cents, 192,85 cents e 194,50 cents
De acordo com análise de Economies, o preço do café encerrou as recentes negociações laterais proporcionando fechamentos frequentes dentro do canal de alta, dependendo do MA55 que forma suporte adicional em 181,35 cents, para perceber o início da formação de ondas de alta e consolidação perto de 187,70 cents. Agora, a recuperação estocástica acima do nível 50 aumentará as chances de reunir o impulso positivo, esperar a retomada do ataque de alta e atingir o primeiro alvo em 196,50 cents em breve, seguido de atingir 210,00 cents no período de médio prazo.
" Com o Vietnã praticamente fora do mercado, aumento de consumo na Ásia, entraves logísticos, agravados pelos ataques terroristas no Canal de Suez, ausência de estoques de segurança e seguidos problemas climáticos ao redor do mundo, as cotações do robusta na ICE Europe, em Londres, têm atingido altas históricas, arrastando junto as cotações do arábica, que também enfrenta problemas com as incertezas climáticas e baixos estoques mundiais. Esse cenário continuará trazendo fortes oscilações aos preços do café". escreve Carvalhães em seu relatório desta semana
Para o analista Gil Barabach, da Safras & Mercado, os preços internacionais do café arábica estão variando entre 180,00 cents a 190,00 desde a virada do ano, enquanto investidores aguardam novidades nos fundamentos do café e do lado financeiro. As cotações estão sendo sustentadas principalmente pela escalada dos preços do café robusta na bolsa de Londres — uma mudança histórica, já que era o arábica que ditava o ritmo do robusta. No entanto, ele já projeta uma nova fase em breve. “Estamos em um período de transição. Os fatores que ajudaram os preços a subirem perderam força, e o mercado aguarda novidades”, afirma o analista da Safras & Mercado.
Dentre os fundamentos, caso se confirme um crescimento da oferta de cafés no Brasil, na Indonésia e no Vietnã (maior produtor de robusta do mundo), os preços podem ceder. A mudança no clima global, que sai de um El Niño desfavorável à produção na Ásia para um La Niña favorável, corrobora essa possibilidade. “Mas pode haver uma queda na área de robusta no Vietnã, que perdeu espaço nos últimos anos para pimenta do reino e algumas frutas”, pondera Barabach.
Estreou nesta semana o "Fator R/A", novo indicador da Agnocafé entre robusta/arábica
Nos últimos 13 pregões a bolsa de Londres, maio teve alta de US$ 1756 a tonelada ante a alta de 2,95 cents na bolsa de NY, a relação dos últimos 13 pregões, o Fator R/A entre os fechamentos de Londres e NY pelo "desvio patrão"está 1,8233. Nestes últimos 13 pregões o Fator mínimo foi no dia 14 em 1,7552 e a máxima foi nesta quarta-feira em 1,8667
Usando o "Fator R/A" com um indicador, o fechamento de NY ficou fora do "desvio padrão", uma medida que expressa o grau de dispersão de um conjunto de dados. Pelo " Fator R/A" médio, os contratos de café arábica em NY fecharam bem acima deste "desvio padrão", um diferencial de 2,10 cents. Pelo "Fator R/A" deveria fechar em 191,00 cents.
Preço do robusta brasileiro atinge novo recorde histórico nesta quarta feira
Os preços do café robusta brasileiros têm registrado valorização diária e neste quarta-feira atingiu novo recorde histórico chegando ao patamar de R$ 955,19 por saca. neste mês valorizou R$ 113,72 e em 2014 chegou a R$ 195,53, alta de 20% e nos últimos 12 meses acumula alta de 54%. O indicador de café arábica do Cepea/Esalq desta quarta-feira ficou em R$ 1.037,78, diferencial entre arábica e robusta está em R$ 82,59 a saca. No começo 2024 o diferencial de R$ 253,66 e nos últimos 12 meses o diferencial estava em R$ 492,26. Pelo andar da carruagem podemos ter um acontecimento histórica, nunca imaginado pelo mais otimista do mercado, o preço da saca de café robusta deve ultrapassar o arábica no curto prazo.
Importadores do Vietnã estão comprando café da Índia e do Brasil
Os preços do café subiram 11,3%, para um máximo histórico de VND 98.100 (US$ 3,95) por quilo nesta semana, à medida que os estoques diminuíam e a produção deverá diminuir. O preço representou um aumento de 110% em relação ao ano anterior. Em fóruns online sobre negócios de café, muitos agricultores e comerciantes expressaram surpresa com os preços sem precedentes, que giravam em torno de VND 70.800 no início do ano.
O forte aumento nos preços deve-se a um declínio na produção e a níveis recordes de estoques, de acordo com Nguyen Hai Nam, presidente da Vietnam Coffee Cocoa Association. As secas nos países produtores de café causadas pelas alterações climáticas e pelo fenómeno El Nino causaram um declínio na produção global, disse ele. A sua associação espera que as colheitas de café sejam 10% inferiores este ano, uma vez que os agricultores mudaram para outras culturas devido aos preços baixos nos últimos anos.
A disparada dos preços impactou fortemente os comerciantes. Nguyen Loan, uma comerciante de café na província de Dak Lak, disse que está a reduzir as compras devido aos preços recorde, salientando que mesmo os grandes comerciantes estão hesitantes em estocar café. “Eu concordei anteriormente em vender 1.000 toneladas [de café] a um exportador por VND 70.000 por quilo. Aos preços atuais, não consigo adquirir estoque suficiente para entregar.”
Phan Minh Thong, presidente do exportador de produtos agrícolas Phuc Sinh Group, disse que os comerciantes de café estão exigindo até VND 99 mil por quilo. A empresa teve que fazer algumas pequenas compras e arcar com os prejuízos para manter suas operações. "A empresa enfrentou perdas enormes recentemente. Incorreremos em perdas maiores se comprarmos mais." Segundo os comerciantes, os importadores estão agora a comprar café da Índia e do Brasil, em vez do Vietname, devido aos seus preços elevados. Com o Brasil pronto para colher sua safra de café em abril, os preços poderão em breve esfriar no mercado global.
Data: 31/03/2024 06:49 Nome do Usuário: Joãozinho bagaço Comentário: Só especulação , não precisa da produção de Abril no Brasil , aqui na minha cidade cooperativas estão abarrotadas .
Data: 30/03/2024 10:04 Nome do Usuário: Luis Henrique Serra de Barros Lemos Comentário: Boa tarde José Roberto!
Gosto e acompanho seus comentários semanais aqui na Agnocafe. @serracafes ,Ouro Fino, MG. Um porém: Gil da safras&mercado é tendencioso e baixista! Grande abraço!
Data: 30/03/2024 09:19 Nome do Usuário: Francisco Comentário: Mês inteiro lendo aqui no site q comerciantes no Vietnã não conseguiam comprar café. Agora, publicado aí abaixo, q exportaram mais d 6 milhões d SCS em março. Deve ser recorde mundial. Vai entender!
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