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O café está sendo impregnado com sabor de cacau


 Por José Roberto Marques da Costa

Em dia nervoso, com volume extremamente alto, atingindo 112.472 lotes, o que representa 31,830 milhões de sacas negociadas, maio teve alta de 5,75 cents, fechando a 212,50 cents, variando de 204,20 cents a 214,00 cents, maior nível desde 12 de outubro de 2022, ultrapassando duas resistências, em 208,97 cents e 211,18 cents, mas não tendo força para buscar a terceira em 219,25 cents. Os estoques de certificados diminuíram 15.954 sacas para 612.232 sacas, na espera de certificação estão 73.114 sacas e durante a semana acumula alta de 19.023 sacas

Nos últimos sete pregões, maio acumula alta de 24,45 cents (12,5%) continuando dentro de canal de alta desde quarta-feira passada e com valorização consecutiva, atingido nesta sexta-feira 212,50 cents. O indicador técnico mais positivo desses últimos sete pregões vem da mínima do dia, no pregão de quarta-feira passada foi 187,05 cents, quinta-feira 187,60 cents, segunda 187,70 cents, terça 190,75 cents, quarta 196,30, quinta 202,50 cents e nesta sexta a 204,20 cents, sendo sustentando diariamente por coberturas  dos grandes fundos que estão em posições compradas recordes na bolsa de NY. 

Segundo analise de especialistas internacionais, o preço do café conseguiu se livrar das pressões negativas temporárias, fornecendo fechamentos positivos frequentes acima do MA55 que formaram suporte adicional em 180,10 cents, notando a recuperação de alta e registrando grandes ganhos.

A principal estabilidade dentro do canal de alta e os sinais estocásticos de impulso positivo permitem manter a visão geral de alta, atacando a barreira adicional de 211,00 cents na busca dos 218,85 cents.

O relatório da CFTC (Commodity Futures Trading Commission)  divulgado nesta sexta-feira, referente a 02 de março mostra  alta nas posições compradas ( 9.715 lotes) e alta nas posições vendidas ( 940 lotes) dos grandes fundos, neste período a variação de maio passou de 188,05 cents a 197,75 cents, alta de 9,70 cents. Os dado mostram alta de 25,6% ( 8.775 lotes).  Segundo os números os grandes fundos possuíam 43.059 posições líquidas compradas, sendo 64.483 posições compradas (recorde histórico ultrapassado o recorde anterior de 61.42 lotes do dia 15 de junho de 2021) e 21.424 posições vendidas. As empresas comerciais aumentaram suas posições líquidas vendidas, registravam 98.353 posições líquidas vendidas sendo 57.720 posições compradas, queda de 4.937 lotes, e 156.073 vendidas, alta de 7.606 lotes. 

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), referentes as exportações  do mês de  março, foram embarcadas 4.264.904 sacas, alta de 17,3%, sendo 3.08.898 sacas de café arábica, 846.735 sacas de café conillon, alta de 48,5% ante a fevereiro, e 328.735 sacas de café solúvel.  Até 04 abril foram embarcadas 298 mil sacas, queda de 34%, a emissão de embarques  foram 1,142 milhões de sacas, alta de 59%, sendo que a emissão  de conillon atingiram a 165 mil sacas. Pela projeção desses quatro dias, há a indicação de que o Brasil deve exportar mais de 1,2 milhão de sacas de conillon em abril.

 

"Pânico por compras" pelos torrefadores com os estoques em "níveis crítico"

Nos quase 25 anos acompanhando tudo que ocorre com o café, jamais imaginei um mercado passando por um momento "explosivo" como o atual. Um mercado completamente domindo pelos grandes fundos de investimentos. Para Hernando De La Roche, vice-presidente sênior da StoneX Financial, “os revendedores foram pegos de surpresa e forçados a cobrir enquanto os fundos adicionavam posições compradas”. Para  Eduardo Carvalhães, o cenário continuará trazendo fortes oscilações aos preços do café, e não é possível enxergar o comportamento das cotações nas próximas semanas.

O que me chamou a atenção nesta semna foi a frase "Pânico por compras pelos torrefadores impulsionam altas em NY ", de um analista de trader, mencionando que os futuros do arábica em NY subiram e ultrapassaram a marca de 200 cents pela primeira vez desde dezembro, com a recentemente uma alta demanda por grãos arábica de qualidade inferior, que podem ser usados por torrefadores como substitutos do robusta em blends.

A palavra "pânico por compras" ficou na minha mente e associando ao fortíssimo volume de negócios nos últimos pregões em NY, com a queda do robusta na quinta-feira e a continuação compra por parte dos torrefadores, despertou a busca por tentar desvendar o que está acontecento . Depois de vários contatos com expertes do mercado em busca de entender esde "pânico por compras", uma fonte disse de rumores entre operadores e traders americanos são de que os estoques atuais dos EUA estão em níveis " fortemente preocupantes", chegando ao menor montante da históra. Para confirmar esse " pânico por compras", na sexta-feira, o robusta teve a segunda  queda consecutiva em Londres, porém, em NY foi verificada uma forte valorização, com volumes atingindo 112.472 lotes, um dos maiores dos úlimos anos. Nos últimos três pregões, observou-se um volume histórico, atingindo 289.512 lotes, com uma média diária de 96.504 lotes.

Neste mês completa um ano que GCA (Green Coffee Association) não informa os estoques de café no Estados Unidos. A última informação da GCA foi em fevereiro do ano passada e os montantes armazenados estavam em 6,1 milhões de sacas. O consumo interno dos EUA atinge pouco mais 24 milhões de sacas por ano, em fevereiro do ano passado, os estoques durariam cerca 90 dias. Os torrefadores deixaram sua cobertura diminuir devido ao ambiente de preços elevados na expectativa de que os preços diminuíssem. Ocorreu o contrário: os preços começaram a reagir influenciado pelo robusta em Londres. Sem essa cobertura, os estoques americanos começaram a ter forte queda, atualmente os níveis estão bem abaixo do considerado "crítico". Rumores no mercado apontam para que os estoques americanos sejam suficiente para 45 dias e, para piorar o ambiente, os estoques da Europa se mostram consideravelmente baixos

Prevendo uma situação "explosiva" como essa, os grandes fundos de investimento começaram a passar de posições líquidas vendidas para compradas em novembro passado e, desde aquela época, estão aumentnado suas posições compradas. Nesta semana "caiu a ficha" dos torrefadores e, segundo o analista da  StoneX, eles foram pegos de surpresa. O relatório dos traders mostrou que na terça-feira, quando a bolsa fechou a 197,75 cents, os grandes investidores estavam com mais de 64 mil lotes comprados, recorde histórico. Para agravar mais o ambiente, nos últimos três dias, os contratos em NY valorizaram 14,75 cents, fazendo uma projeção, nesta sexta-feira devem estar com mais de 75 mil lotes comprados.

A grande pergunta do mercado deste final de semana é como vai ser a performance do mercado nas próximas semanas. A melhor definição do atual momento foi do analista Eduardo Carvalhaes, em seu relatório desta sexta-feira: "não é possível enxergar o comportamento das cotações nas próximas semanas". Acredito que o mercado em NY vai continuar muito volátil, com forte volume de negócios, com o "pânico por compras" pelos torrefadores e cobertura dos grandes fundos,  podendo chegar a nível nunca imaginado pelos analistas. O café está sendo impregnado com sabor de cacau     


Preços no Vietnã sobem ainda mais, colheita indonésia pode sofrer atrasos

Apesar da queda nos últimos dois pregões, os contratos de café robusta fecharam com forte valorização de US$ 265 a tonelada nesta semana, registrando um novo recorde na quarta-feira em US$ 3.812/t com os investidores renovando seu foco na oferta restrita e na queda de produção deste ano no Vietnã. O volume de negócios em Londres chegou a 37.209 lotes, maio teve queda de US$ 22 a tonelda fechando a US$ 3.744/t, variando de US$ 3.727/t a US$ 3.791/t

O analista de commodities Damian Nowiszewski, da Investing.com, disse que "os preços do cacau subiram globalmente, testando o nível de 10.000 dólares por tonelada devido às condições climáticas desfavoráveis nas principais regiões produtoras, como a África Ocidental.  A tendência de alta estende-se aos preços do café, impulsionada pela forte procura e pelas condições climáticas adversas em países como o Brasil e o Vietnã, importantes intervenientes no mercado cafeeiro global."

Os preços do café vietnamita subiram esta semana devido a preocupações sobre a falta de água e as potenciais condições de seca, que podem afetar as colheitas. Os produtores nas terras altas centrais, entre US$ 4,06 a US$ 4,13 por quilo. Os preços do café vietnamita têm apresentado tendência de alta desde outubro, em meio à escassez de oferta. “Somente quando começarem as atividades de colheita de café no Brasil e na Indonésia é que os agricultores deixarão de esperar preços mais altos e estarão dispostos a liberar mais grãos”, disse Nguyen Ngoc Quynh, vice-diretor da Bolsa Mercantil do Vietnã.

Na Indonésia havia a preocupação de que a colheita pudesse ser adiada até finais de maio ou junho. Em Sumatra foram oferecidos com um prêmio de US$ 550 por tonelada em relação aos contratos de abril, abaixo dos US$ 720 da semana anterior, disse um trader. “Ainda falta café verde e existe a possibilidade de a colheita ser adiada para o final de maio ou junho”, disse o trader, sem dar mais detalhes. O café foi cotado com prêmio de US$ 620 em relação aos contratos de maio, abaixo dos US$ 750 da semana passada.


Indianos retêm o café e exportadores lutam para cumprir os compromissos

À medida que os preços do robusta continuam a subir acompanhando as tendências globais dos preços, a disponibilidade de café está a revelar-se um problema na Índia, com os produtores a atrasarem a sua produção enquanto os exportadores lutam para cumprir os seus compromissos. Os preços do pergaminho Robusta estão oscilando na faixa em R$ 1.077 a R$ 1.128 a saca de 60 quilos. “A disponibilidade de cafés é muito limitada, colocando uma enorme pressão sobre os exportadores que estão a tentar cumprir os seus compromissos”, disse Ramesh Rajah, Presidente da Associação dos Exportadores de Café. Como resultado, "a reserva de pedidos está diminuindo rapidamente e os compradores estão buscando outras origens", disse ele.

Os preços do café indiano estão evoluindo em sincronia com as cotações globais do robusta, que testemunham uma forte tendência ascendente devido a interrupções na oferta do principal produtor, o Vietnã. Além disso, as preocupações de que uma potencial seca no Vietnã prejudique as perspectivas contribuíram para a última recuperação. “Os fundamentos do mercado robusta estão realmente fortes desta vez. A disponibilidade tem sido um problema, uma vez que os produtores estão a atrasar a sua produção”, disse Praveen Kumar Kolimarla, da Agrani Coffee and Commodities, que fornece grãos para exportadores e torrefadores.


Indicador do arábica da Agnocafé fica em R$ 1.200,00, alta de R$ 30,00

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica em R$ 1.20,00, alta de 2,56% ( + R$ 30,00 ) nesta sexta-feira ( 05/04 ) e café livre a R$ 1.180,00. No mês acumula alta de R$ 110,00, durante o ano 2024 teve alta de R$ 160,00 e em dólar fica em US$ 236,82. Café moka R$ 1.240,00, peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.260,00, cereja a R$ 1.220,00, café certificado a R$ 1.230,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.210,00, 20% a R$ 1.190,00, com 25% a R$ 1.180,00 com 30% a R$ 1.170,00.Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 1.130,00, duro/riado/rio, R$ 1.100,00, rio a R$ 1,050,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 980,00 repasse de beneficiamento a R$ 1.040,00  e riado a R$ 1.000,00 e escolha fica em R$ 13,50 o quilo de aproveitamento.


Ótimo final de semana a todos!

Comentarios

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Data: 07/04/2024 15:09 Nome do Usuário: Francisco
Comentário: Pessoal "agnocafe" nesse quadro de cotações aqui do lado o correto é safra 23/24, colheita feita em 2023. A colheita de 2024 é a 24/25.
Contrato Cotação Variação
Julho 200,75 - 5,35
Setembro 199,10 - 5,25
Dezembro 197,40 - 5,10
Contrato Cotação Variação
Julho 3.541 - 139
Setembro 3.470 - 147
Novembro 3.385 - 151
Contrato Cotação Variação
Julho 250,10 - 7,10
Setembro 240,50 - 7,80
Dezembro 236,60 - 8,55
Contrato Cotação Variação
Dólar 5,0700 - 0,85
Euro 5,4570 - 0,52
Ptax 5,0668 - 0,94
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 1090,00
    Peneira 15/16 R$ 1250,00
    Moka R$ 1250,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado/rio R$ 1100,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1240,00
    Safra 22/23 15% R$ 1240,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/Riado 15% R$ 1140,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Peneira 17/18 R$ 1280,00
    Variação R$ 1230,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 15,00
    Safra 22/23 20% R$ 1210,00
    Safra 22/23 30% R$ 1190,00
    Duro/Riado 30% R$ 1130,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 22/23 15% R$ 1220,00
    Safra 22/23 25% R$ 1200,00
    Duro/riado 25% R$ 1130,00
    Rio com 20% R$ 1070,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1247,84
    Cepea Conilon R$ 1134,67
    Conilon/Vietnã R$ 1451,00
    Agnocafé 22/23 R$ 1220,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1070,00
    Conilon T. 7 R$ 1062,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1055,00