Cafeicultores do Vietnã vivem uma catástrofe climática a mais de 90 dias
Por José Roberto Marques da Costa
Os preços do café juntaram-se aos preços do cacau e estabeleceram novos recordes nas últimas semanas, apoiados nas crescentes preocupações com a escalada dos impactos climáticos. As condições climáticas no Vietnã alimentaram temores de uma colheita fraca, elevando os preços do café nos mercados globais. Para os leitores deste artigo terem uma melhor noção da catástrofe climática que estão vivendo os cafeicultores do Vietnã a mais de 90 dias, a Agnocafé está liberando todos as matérias publicada nesta semana do Vietnã
Com volume negócios atingindo 51.150 lotes em NY, o contrato de julho teve leve alta de 0,75 cents fechando a 231,85 cents, mantendo o importante suporte de 230,00 cents, variando de 228,80 ( 1,70 cents menor da mínima de ontem ) a 238,90 cents, não teve força para romper a primeiro suporte em 225,90 cents e a primeira resistência em 240,85 cents .
Nos últimos 15 pregões em NY , julho acumula alta em abril de 43,80 cents ainda dentro de um canal tecnicamente de alta. Analisando, que um dos principais indicadores técnico que é mínima do dia, nos últimos 20 pregões, ontem foi o primeiro pregão que a mínima foi dia ( 228,80 cents) romper a mínima do pregão anterior ( 230,50 cents) sempre sustentando diariamente por entrada e coberturas dos grandes fundos.
Nos últimos pregões a "briga" entre os fundos de investimentos, que estão em níveis recordes de posições compradas e os comerciais, que estão níveis recordes de posições vendidas, foi intensa. Nesta semana a volatilidade foi grande, de 30,60 cents, mínima de 214,80 cents ( segunda-feira ) a 245,40 cents ( quinta-feira ). No pregão de quinta-feira, por 0,05 cents não chegou a primeira resistência, ontem os comerciais ( vendidos) entram fortemente tentando derrubar abaixo de 230,00 cents, mas não conseguiram. No pregão de ontem, os comercias conseguiram romper 230,00 cents por alguns minutos, mas abaixo deste nível novamente os grandes fundos voltaram a defender fortemente as suas posições compras. A "briga" foi intensa durante grande parte do pregão os comerciais tentando derrubar e os fundos de investimentos aumentando suas posições e no final fechou a 231,85 cents.
O relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 16 de março mostra novo recorde histórico de posições alta nas posições compradas ( 3.867 lotes) e queda nas posições vendidas ( 1.016 lotes) dos grandes fundos, neste período a variação de maio passou de 213,55 cents a 228,40 cents, alta de 14,85 cents. os números mostram alta de 10,05% ( 4.883 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos.
Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 53.433 posições líquidas compradas, sendo 72.706 posições compradas e 19.273 posições vendidas. Deste começo de novembro do ano passado, os grandes fundos de investimentos estão aumento consecutivamente suas posições compradas. Nestes 6 meses, os grandes investidores aumentaram de 30 mil para de 72 mil suas posições compradas e dimunuíram em 8 mil lotes suas posições vendidas. Resumo, 80% acreditam em alta e 20% acreditam em baixa.
As empresas comerciais aumentaram suas posições líquidas vendidas em 2.453 lotes para 108.667 posições líquidas vendidas, sendo 64.871 posições compradas, alta de 1.093 lotes, e 173.538 vendidas, alta 3.546 lotes. Outro dado importante do relatório foi o forte número de posições em aberto, confirmando a entrada de mais fundo hegde no mercado de café. Na semana passada as posições abertas estavam 295.572 lotes devido aos vencimentos da opções e normalmente depois do vencimento as posições em aberto tem forte queda para em média de 230 mil lotes. Para suprema, a que foi somente de 8.614 lotes para 286.958 lotes ( 81,209 milhões de sacas ), que vem a confirmar uma forte migração de investidores no mercado de café,
Gareth Redmond-King, chefe do programa internacional da Unidade de Inteligência Energética e Climática (ECIU), disse que os preços elevados estão diretamente ligados aos impactos climáticos. “O Reino Unido importou um bilhão de libras em café em 2023; pouco mais da metade em grãos de café cru e o restante como café torrado”, disse ele. "Mas 97 por cento de todo o café a nível mundial é cultivado em países vulneráveis aos impactos climáticos. Mais de metade dos grãos de café que importámos no ano passado vieram do Brasil e do Vietname - no valor de 198 milhões de libras e 87 milhões de libras, respetivamente. Entre eles, eles também fornecem metade dos grãos. importados pelos países da UE para fazer café torrado, nós também importamos."
Ele acrescentou que os impactos climáticos estavam afetando uma série de commodities agrícolas. “Importamos metade dos alimentos que consumimos; as colheitas danificadas limitam a oferta e aumentam os preços nas nossas lojas”, disse ele. “E o café, como muitas importações de alimentos do Reino Unido, não pode simplesmente ser cultivado aqui. Se não acelerarmos o caminho para emissões líquidas zero até meados do século e apoiarmos os agricultores e produtores de alimentos no país e no exterior para se adaptarem a um mundo em aquecimento , então os preços continuarão a subir, à medida que a oferta for ainda mais reduzida."
Cafeicultores do Vietnã vivem uma catástrofe climática a mais de 90 dias
Ontem em Londres, o dia foi de alta com volume atinindo 22.129 lotes, o julho fechou com US$ 18 de alta fechando US$ 4.080, variando de US$ 4.061/t a US$ 4.122/t. Na semana a variação atingiu de US$ 334 a tonelada de US$ 3.958/t a US$ 4.292/t. Os contratos futuros de robusta em Londres estão tendo um rally histórico, no mês de abril, o acumulado de alta do julho atinge US$ 684 a tonelada ( 20,1% ). No mercado interno no Vietnã, os preços do café continuam aumentando rapidamente, de ontem para hoje foi cerca de 3.200 - 3.500 VND/kg, atingindo novos picos de preços e atualmente em máximos históricos. O preço médio de compra nas províncias das Terras Altas Centrais nesta quarta-feira foi para 114.500 VND/kg ( US$ 4,58/kg ).
O Vietname exportou 585.696 toneladas ( 9,761 milhões de sacas ) de café no valor de 1,9 bilhões de dólares durante o primeiro trimestre do ano, registando o nível mais elevado desde 2013, de acordo com o Departamento Geral das Alfândegas do Vietname. Este valor representa um aumento de 5,9% em quantidade e de 56,7% em valor. O recente aumento pode ser atribuído ao aumento do preço médio de exportação do café vietnamita, que disparou 47% em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo 3.288 dólares.
A Alemanha continuou a ser o maior mercado de exportação de café do Vietname, com um volume de negócios que atingiu 229 milhões de dólares, seguida pela Itália com 196 milhões de dólares, Espanha com 150 milhões de dólares, Japão com 131 milhões de dólares, Estados Unidos com 119 milhões de dólares e Indonésia com 105 milhões de dólares. Mais notavelmente, a Indonésia testemunhou o maior crescimento de 168% em valor ano após ano, enquanto os EUA registaram a maior diminuição de 29%. Entretanto, o país exportou 66.859 toneladas de café no valor de 242 milhões de dólares para o mercado da ASEAN, representando 11% em volume e 12% em valor das suas exportações de café para o mundo.
Em seu artigo de ontem, Eduardo Crvalhães menciona que a produção de café robusta na Ásia está em colapso. As condições climáticas dificultam o trabalho no campo e o mercado já até precificou, atingindo níveis recordes de preços nas últimas semanas. O Vietnã, que já teve a produção passada castigada, literalmente pega fogo e aguardando as chuvas, que não devem chegar, não consegue vislumbrar um futuro mais promissor. Segundo dados recentes publicados pelo portal Nongnghiep - imprensa local do Vietnã, as principais áreas de produção têm condições críticas nas lavouras de café. Nas imagens publicadas nesta sexta-feira (17), é possível observar o parque cafeeiro duramente afetado e queimado pelas intensas temperaturas. Vale ressaltar que o café do Vietnã tem como característica "aguentar" máximas tão elevadas, mas desde que se tenha o mínimo de água, o que não vem acontecendo há algum tempo
O diretor de insights de commodities da Mintec nos EUA, Andrew Moriarty, disse que “algumas coisas impulsionaram a recuperação do robusta desde o início de abril”. Com duas colheitas sucessivas mais baixas no Vietnã, nas últimas semanas, as estimativas de produção para a safra anterior de 23/24 caíram e agora muitos participantes do mercado esperam que a última colheita tenha caído cerca de 20% ano a ano ante as estimativas anteriores de 10 % -15% menor.
E como o clima quente e seco no Vietname não melhorou como inicialmente previsto, já havia “mais pessimismo” nas previsões para a próxima colheita no final do ano, disse Moriarty, o que poderá fazer subir ainda mais os preços das matérias-primas no final de 2024. Os fundos de investimento “acumularam-se em ambos os contratos” nas últimas semanas, disse Moriarty. “Com o arábica, aumentaram a sua posição líquida compradas para perto dos níveis mais elevados alguma vez registados”, acrescentou, o que significa que os fundos esperam que os preços continuem a subir.
“Algumas pessoas com quem falei na semana passada esperam que os preços permaneçam elevados durante um período de semanas, se não meses, até que os fundos comecem a desfazer essas posições e a realizar alguns lucros. “ Dada a natureza global destes preços futuros, quase todo o café negociado em todo o mundo será igualmente impactado por estes movimentos, pelo que estes aumentos aplicar-se-iam aos comerciantes europeus tanto como aos dos EUA ou da Ásia ou de outras grandes regiões consumidoras. ”Moriarty alertou.
Notícia do Vietnã
Hoje a Agnocafé trouxe mais detalhes a tensa reunião da VICOFA da semana passada.
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