Produtor brasileiro totalmente "alheio" a nova realidade do mercado do café
Por José Roberto Marques da Costa
Os produtores brasileiros, ainda acreditando que a saca de café arábica a R$ 1.500,00, a mais barato do mundo, é um ótimo preço, totalmente "alheio" a nova realidade que começou apresentar os primeiros sinais desta "onda" mudança em março de 2023. Os grandes fundos de investimentos começaram a "surfar nesta onda" em novembro do ano passado e os cafeicultores vietinamistas no começo deste ano quando a "onda começou a ficar grande" e os cafeicultores do principal produtor mundial de café arábica na praia na procurando a prancha
Performance do café arábica em NY continua sendo influenciada pelo robusta em Londres
Com volume negócios de 35.645 lotes em NY, o menor da semana, o contrato de julho teve queda de 4,10 cents fechando a 224,00 cents, variando de 221,35 cents (1,20 cents acima da mínima de semana) a 226,95 cents, (7,55 cents abaixo da máxima de semana) rompendo dois suportes do dia em 225,45 cents e 222,80 cents. Na semana acumula perda de 7,85 cents, variando 14,35 cents de 234,50 cents a 220,15 cents. No mês acumula alta de 35,15 cents, variando 56,70 cents de 187,70 cents a 244,40 cents. Os estoques de certificados diminuíram 5.317 sacas para 656.657 sacas, na semana acumula queda de 13.567 sacas com 56.204 sacas esperando certificação, no mês de abril acumula alta de 61.448 sacas.
A performance do café arábica em NY continua sendo influenciada pelo robusta em Londres com diferença de preços entre os mercados ficou em 35,60 cents, queda de 11,10 cents na semana, significando que o preço robusta está sendo a cada dia mais valioso em comparação com o arábica. Deve-se notar que no mercado antes do aumento de preços verificava que os robustas eram geralmente inferiores aos preços do arábica em cerca de 90 cents.
O relatório da CFTC divulgado nesta sexta-feira, referente a 23 de abril mostra queda nas posições compradas ( 3.666 lotes) e queda nas posições vendidas ( 938 lotes) dos grandes fundos, neste período a variação de maio passou de 228,40 cents a 221,90 cents, queda de 6,50 cents. Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) mostram queda de 5,1% ( 2.728 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos.
Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 50.705 posições líquidas compradas, sendo 69.040 posições compradas e 18.335 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 16 de abril, eles tinham 53.433 posições líquidas compradas sendo 72.706 posições compradas e 19.273 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram suas posições líquidas vendidas, saldo de 106.469 posições líquidas vendidas, sendo 62.825 posições compradas e 169.294 vendidas. No relatório anterior, possuíam 108.667 posições líquidas vendidas ( 64.871 posições compradas e 173.538 vendidas).
Analisando o relatório dos traders desta semana devido a queda de 6,50 cents, os grandes fundo diminuíram suas posições compradas e naturalmente as posições vendidas aumentariam, mas para surpesa, as suas posições vendidas também diminuíram. Outra suprema, foi aumento de posições em aberto supeiror a níveis de semana de vencimentos das opções passando de 286.958 lotes para 290.618 lotes, que vem a confirmar a continuidade da migração de investidores no mercado de café.
Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 26 de abril, os embarques brasileiros do mês totalizaram 3.180.443 sacas ( média diária de 122.324 sacas ), queda de 4,6%, sendo 2.451.948 sacas de café arábica, 483.033 sacas de café conillon e 245.452 sacas de café solúvel.Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque março totalizavam 4.123.766 sacas, alta de 10,3%, sendo 3.187.009 sacas de arábica, 621.144 sacas de conillon e 315.613 sacas de solúvel.
Com o Vietnã fora do mercado, os números das exportações dos embarques mostram que o Brasil é o único produtor mundial que tem condições de suprir a necessidade cada vez maior dos importadores devido ao aumento do consumo mundial. Pela projeções dos embarques diários da Cecafé, indicam que em abril exportações devem ultrapassar a 4,4 milhões de sacas, superando o recorde anterior de novembro de 2020, tudo indica que este recorde será quebrado nos próximos meses podendo chegar a 5 milhões de sacas por mês.
Devido a intensa procura de café brasileiro, nesta semanas houve rumores de que a Olam estaria fora do mercado nos próximo três meses, mas segundo informações de um fonte. " Nas últimas semanas a Olam comprou muito café no mercado brasileiro e está cobertos pelos próximo 90 dias, como a a estrutura de mercado não permite carregar café, a empresa decidiu segurar as compras nos próximos 5 a 10 dias. A Olam continua comprado normalmente os cafés que estão depositamos por produtores em seus armazéns".
Com o produtor "alheio" da nova realidade do mercado mundial, nesta semana, ele começa a ver sua produção que está sendo colhida não será que ele esperava. O resultado depois do café beneficiada está abaixo do esperado, com grãos "miúdos" e baixíssima porcentagem de peneira alta precisando de mais volume de café em coco para uma saca de café beneficiado.
Projetando estes primeiros resultados,que está acontecendo em todas as regiões, inclusive com o café robusta tudo indica que teremos mais um safra surpresa com queda de rendimento de 10%. Muitos analistas já não falam em produção deste ano maior que do ano passado, mas em quebra de 3% a 4%, mas pelo andar da carruagem a quebra deve ficar entre 10% a 12%.
Devido ao clima dos últimos meses, as estimativas de safra brasileiras acima de 70 milhões de sacas já começam a ser reduzidas para 63 milhões de sacas. Pela nova realidade, que o produtor brasileiro já está mentalizando está, aquelas estimativas em torno de 65 milhões de sacas deve cair para 59 milhões de sacas.
Nos próximos 12 meses, os dois maiores produtores de café do mundo, deverão produzir 80 milhões de sacas, sendo 60 milhões do Brasil e 20 milhões do Vietnã, sendo que no Vietnã de 2,5 milhões a 3,34 milhões de sacas são para honrar contratos da safra passada que não foram honrados. Nos anos anteriores este dois produtores produziam de 95 a 100 milhões. Esta é a nova terrível realidade do mercado.
Prêmios do robusta no Vietnã ultrapassa US$ 1.000 por tonelada pela primeira vez na histórico
O volume em Londres chegou a 14,773 lotes, julho teve queda de US$ 151 a tonelada fechando a US$ 4.151, variando de US$ 4.132/t ( US$ 38 acima da mínima da semana ) a US$ 4.303/t ( US$ 68 abaixo da máxima da semana ), rompendo os três suportes do dia, em US$ 4.249/t, US$ 4.195/t e US$ 4.150/t. Na semana acumula alta de US$ 71 e no mês de US$ 672 a tonelada.Os operadores disseram que um revés modesto não foi inesperado, dado que os preços subiram cerca de 40% nos últimos dois meses, mas o mercado continuou sustentado por uma oferta restrita.
A oferta está particularmente restrita no Vietnã, maior produtor de robusta, onde também há preocupações de que o tempo seco possa prejudicar as perspectivas para a próxima safra. Os prêmios do café robusta no Vietnã ultrapassaram US$ 1.000 por tonelada pela primeira vez na histórico.
A matéria publicada nesta quinta-feira sobre as mudas “esgotadas” no Vietnã que menciona " o café das Terras Altas Centrais reduziu fortemente a área e a produção, porque os produtores migraram para o cultivo de durião e de árvores frutíferas. Nesta sexta-feira da agência Bloomberg fez matéria de que os consumidores pagam mais porque os agricultores preferem durians no Vietnã, “A produção real foi menor do que as pessoas previam”, disse Phan Hung Anh, executivo-chefe da exportadora Quang Minh Coffee Trading, na província de Binh Duong, no sul do Vietnã. “Os produtores investiram menos nas suas explorações de café porque os seus olhos estavam fixos no cultivo de durians e outras frutas lucrativas.”
Esta matéria vem confirmar o alerta que Agnocafé em março do ano ano sobre a queda da produção desse país asiático devido à acentuada queda de área plantada de café, principalmente nas Terras Altas Centrais a cerca de 12 meses atrás. A forte redução da produção está sendo potencializada pela forte onda de calor que teve início no começo de fevereiro com a seca severa, colocando em risco plantações inteiras. Esse cenário deve continuar nos próximo 35 dias, segundo informações do meteorologista Ronaldo Coutinho que informou nesta sexta-feira que as chuvas nas regiões de café do Vietnã deveram retornar somente no início de junho.
Folhas de café queimam em meio à forte estação seca nas Terras Altas Centrais
Em muitas localidades da província de Gia Lai, há muitos meses que não chove, provocando a queima do café, algo sem precedentes em muitos anos. Em 24 de abril, o repórter Tuoi Tre Online observou que na área de cultivo de café da comuna de Ia Krieng (distrito de Duc Co), muitos campos de café tinham folhas queimadas devido à falta de água. No último mês, as fontes de água dos rios e córregos secaram e, em seguida, as fontes de água dos poços perfurados também diminuíram gradualmente.
Os cafeicultores só podem ficar impotentes e ver os sítios morrerem gradualmente de sede. A família da Sra. Kpuih H Yit (34 anos) - na aldeia de Ap, tem duas hortas com 600 pés de café que estão murchando com a seca - disse que desde que o riacho secou, ??a horta de café tem vivido da água do poço de o bairro jardim. Mas agora, devido ao bombeamento e irrigação contínuos, o poço perfurado também carece de água. A horta de café estava florida, mas quando a água foi cortada, ela murchou e queimou até a morte, sem esperança de produção de frutos.
Não muito longe da casa da Sra. Kpuih H Yit, várias centenas de pés de café pertencentes a duas irmãs, Ro Mah H Blui (31 anos), estão em situação semelhante. Enquanto estava sentada conversando com os repórteres, ela se levantou e estendeu a mão para ligar o interruptor da bomba de água do poço. Depois de bombear 3 baldes de água em menos de 2 minutos, a bomba apitou e desligou a água. Ela disse que falta fonte de água para uso diário, banho e lavagem de sua família e não ousa pensar em encontrar água para salvar os pés de café.
Nguyen Van Quang - Presidente do Comitê Popular da Comuna de Ia Krieng - disse que desde o final da estação chuvosa em novembro de 2023 até agora, esta área não teve uma única chuva. A falta de chuva agrava a situação de seca. De acordo com o Comité Directivo para a Prevenção de Desastres Naturais e Busca e Resgate da província de Gia Lai, desde o início de 2024 até agora, esta província teve quase 380 hectares de culturas danificadas devido à seca e à escassez de água. No distrito de Duc Co, existem 365 hectares de café afetados pela seca, a extensão dos danos ainda não foi quantificada. Não apenas Duc Co, muitas localidades desta província estão tendo dificuldade em obter água para irrigar as colheitas. Destes, o distrito de Chu Puh possui 95 hectares de cafeeiros e pimenteiros e 75 hectares de árvores frutíferas que estão com sede por falta de água
Vietnamitas não conseguiram entregar entre 2,5 a 3,33 milhões de sacas de café contratados da safra passada
O evento climático El Nino do ano passado foi agora confirmado como a causa da seca nas regiões produtoras de café do Vietname este ano, fazendo com que os preços do café disparassem à medida que a oferta do Vietname aumentava, já com problemas desde a colheita do outono de 2022, e agora é agravada pela seca prolongada. causando a safra do outono 2024/2025, que os agricultores prevêem que terá perdas muito pesadas. Os preços internos no Vietname atingiram um máximo histórico em 2024, à medida que os agricultores e intermediários continuaram a manter stocks para não perderem melhores preços após a fraca colheita do ano anterior em 2023-2024.
Isto tornou mais difícil para os exportadores encontrar fornecimentos e causou uma onda recorde de incumprimentos nos contratos existentes.As alterações climáticas estão a causar condições climáticas cada vez mais irregulares e as condições mais secas irão aumentar a pressão, prevendo-se que o défice global se prolongue pelo quarto ano. O Vietnã é responsável por cerca de um terço da oferta mundial de café Robusta, que é frequentemente usado em bebidas instantâneas e expresso.Um grande exportador vietnamita disse: “Não podemos saber quando os preços atingirão o pico”. Os agricultores e agentes esperam que o preço do café verde atinja 150.000 VND, o que equivale a cerca de 6.000 USD/tonelada, aumentando ainda mais em relação ao nível actual de cerca de 130.000 VND.
As flutuações nos preços das matérias-primas demoram a ter impacto no nível retalhista e pequenos aumentos no preço do café Arábica estão a ajudar a aliviar parte da dor dos consumidores de café. No entanto, o presidente-executivo da Tata Consumer Products, que fabrica café instantâneo e cápsulas de café, disse esta semana que os preços do café Robusta provavelmente flutuarão “por algum tempo”.
De acordo com o chefe da Associação do Café Buon Ma Thuot, Sr. Trinh Duc Minh, da província de Dak Lak, isse que muitos lagos usados para irrigar plantações nas Terras Altas Centrais estão em níveis extremamente baixos e as fontes de água subterrâneas estão esgotadas. Ele prevê que a colheita da província de 2024-2025 poderá ser 15% inferior às 520.000 toneladas estimadas colhidas em 2023-2024 - abaixo do ano anterior.
Uma pessoa que cultiva 6 hectares de café na província de Gia Lai disse: “Não temos água para a nossa quinta. Algumas das suas árvores estão infectadas com cochonilhas brancas devido ao clima quente. “Se a seca continuar, não teremos muito café novo para vender na nova safra.”Atualmente, o entesouramento também está ajudando a elevar os preços. Alguns agricultores vietnamitas têm dependido dos rendimentos provenientes da venda de outras frutas cultivadas nos seus campos para cobrir os custos de vida e de produção, o que lhes permite manter mais café.
Com o preço do café no pregão sempre subindo mais na noite seguinte do que na noite anterior, o preço interno hoje superou todas as expectativas que os agricultores esperavam, algumas pessoas ainda têm o café nas mãos neste momento, mesmo estabelecendo um preço de 150,000. VND/kg ( US$ 6/kg ) antes de pensar em liberar armazéns para a nova safra.Os preços desta manhã de sexta-feira varia de US$ 133,50 D/K ( US$ 5,34/kg ) em Lâm Dôn a US$ 134,20 D/K ( 5,37 ) em Dâk Nông.
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