
A Lei Europeia de Desmatamento e a realidade da produção de café do Brasil
Leia, na sequência, artigo de autoria de Silas Brasileiro, presidente do CNC (Conselho Nacional do Café).
Temos acompanhado com grande preocupação a implementação do Regulamento Anti-Desmatamento da União Europeia (European Union Deforestation Regulation – EUDR). Essa legislação, imposta sem o devido conhecimento das práticas agrícolas e produtivas do Brasil, demonstra a desinformação do mercado europeu sobre como o nosso país opera no setor agropecuário, em especial no que se refere à produção de café.
Infelizmente, a Europa tem sido palco de campanhas que retratam o café brasileiro como um vilão ambiental. Essas campanhas falham em reconhecer o rigor e a seriedade da legislação brasileira com relação ao meio ambiente e direitos trabalhistas. Nosso país conta com um dos mais robustos sistemas de fiscalização e controle do mundo, garantindo que nossas práticas produtivas estejam alinhadas com princípios de sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores (as).
No Brasil, temos orgulho de ser pioneiros em diversas iniciativas sustentáveis que servem de modelo global. Projetos como o PROGRAMA CAFÉ PRODUTOR DE ÁGUA, que nasceu em 2021, visa cuidar do meio ambiente com a preservação das vegetações e matas ciliares, plantio de árvores e proteção dos mananciais, além de proporcionar a recuperação de estradas rurais, fundamental para escoamento da produção e melhoria da qualidade de vida da população rural. Como consequência, evitará o assoreamento de rios e lagos, promoverá proteção de nascentes, oferecerá a construção de bacias de contenção, evitando assim, erosões.
O projeto foi idealizado pelo CNC e conta com importante parceiros como o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as cooperativas associadas ao Conselho, as prefeituras municipais, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB – Sescoop), o Banco Sicoob, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG – com apoio da Asbraer e Anater).
As relações comerciais entre as nações precisam ser focadas no respeito mútuo, e barreiras alfandegárias, como as impostas unilateralmente pela EUDR, não podem ser justificadas.
O impacto dessas restrições é grave e pode gerar um desequilíbrio significativo na relação universal de oferta e demanda. A agricultura brasileira tem o compromisso de atender à necessidade mundial com qualidade, sustentabilidade e responsabilidade. Medidas protecionistas como a EUDR colocam em risco esse equilíbrio, prejudicando não apenas o Brasil, mas aos demais países produtores.
A recente declaração da senadora Tereza Cristina reforça esse cenário de preocupação. Em entrevista à rádio Capital 95, a ministra destacou que “o Brasil assusta seus concorrentes no mercado agrícola porque tem quantidade, qualidade e preço. É por isso que tentam impor uma lei que, na verdade, funciona como uma barreira comercial disfarçada”. Ela ainda salientou que “essa medida ignora o rigor do nosso Código Florestal, um dos mais exigentes do mundo, e, se entrar em vigor como está, prejudicará nossas exportações”. Essa fala reflete a realidade do que está acontecendo: o Brasil tem todas as condições de liderar o mercado agrícola mundial, mas encontra barreiras que não se justificam pelo prisma ambiental, e sim pelo protecionismo econômico.
O compromisso do Brasil com a sustentabilidade é inquestionável. E nós, do CNC, continuaremos a defender os interesses dos produtores de café e das cooperativas brasileiras. Estaremos ao lado daqueles que se dedicam, dia após dia, para produzir com qualidade, respeito ao meio ambiente e ao social, garantindo que o café brasileiro continue sendo um dos mais apreciados no mundo. A defesa do setor cafeeiro é nossa prioridade, e o CNC estará sempre presente para assegurar que nossos produtores sejam ouvidos e respeitados em todas as esferas internacionais.
O diálogo é o caminho. Precisamos continuar mostrando ao mundo o quanto o Brasil já faz pela preservação do meio ambiente, sem que isso seja empecilho para o crescimento e a competitividade do nosso setor. Não podemos permitir que legislações injustas prejudiquem o futuro da nossa agricultura, tão essencial para a economia e o bem-estar global.
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Contrato | Cotação | Variação |
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Dezembro | 385,10 | + 9,70 |
Março | 368,00 | + 8,85 |
Maio | 355,60 | + 8,30 |
Contrato | Cotação | Variação |
---|---|---|
Novembro | 4.542 | + 128 |
Janeiro | 4.484 | + 96 |
Março | 4.419 | + 86 |
Contrato | Cotação | Variação |
---|---|---|
Dezembro | 460,50 | +10,25 |
Março | 453,15 | + 9,45 |
Maio | 447,40 | +11,00 |
Contrato | Cotação | Variação |
---|---|---|
DXY | 98,74 | + 0,46 |
Dólar | 5,3440 | - 0,12 |
Euro | 6,2130 | - 0,33 |
Ptax | 5,3427 | + 0,12 |
-
Varginha Descrição Valor Duro/riado/rio R$ 2000,00 Certificado 15% R$ 2400,00 Safra 25/26 20% R$ 2360,00 Peneira14/15/16 R$ 2450,00 -
Três Pontas Descrição Valor Duro/riado/rio R$ 1850,00 Miúdo 14/15/16 R$ 2320,00 Safra 25/26 18% R$ 2360,00 Certificado 15% R$ 2450,00 -
Franca Descrição Valor Duro/Riado 15% R$ 2150,00 Cereja 20% R$ 2420,00 Safra 25/26 15% R$ 2370,00 Moka R$ 2320,00 -
Patrocínio Descrição Valor Peneira 17/18 R$ 2550,00 Rio com 20% R$ 1600,00 Safra 25/26 15% R$ 2370,00 Safra 25/26 30% R$ 2350,00 -
Garça Descrição Valor Duro/Riado 15% R$ 2000,00 Escolha kg/apro R$ 36,00 Safra 25/26 20% R$ 2350,00 Safra 25/26 30% R$ 2330,00 -
Guaxupé Descrição Valor Safra 25/26 15% R$ 2370,00 Safra 25/26 25% R$ 2350,00 Duro/riado 25% R$ 1900,00 600 defeitos R$ 2270,00 -
Indicadores Descrição Valor Agnocafé 24/25 R$ 2370,00 Conilon/Vietnã R$ 1404,00 Cepea Arábica R$ 2176,74 Cepea Conilon R$ 1387,19 -
Linhares Descrição Valor Conilon T. 6 R$ 1420,00 Conilon T. 7 R$ 1410,00 Conilon T. 7/8 R$ 1400,00