Situação sem precedentes em 2025, déficit pela 5ª temporada consecutiva

 Por José Roberto Marques da Costa

Com volume atingindo 31.349 lotes em NY, 1.114 lotes a mais que segunda-feira, o contrato de março fechou em queda 1,25 cents a 319,75 cents, abaixo do importe suporte técnico de 320,00 cents, variando de 9,15 cents, de 312,15 cents a 321,30 cents, rompendo dois primeiros suporte do dia em 317,25 cents e 313,50 cents. Com volume em Londres de 8.336 lotes, 2.510 lotes a menos que na segunda-feira, os contratos futuros de café robusta fecharam em queda, no março a perda foi de  US$ 56, em US$ 4.856/t, continuando abaixo do importante suporte técnico de US$ 5.000/t, variando US$ 75, de US$ 4.826/t a US$ 4.901/t, também rompendo dois suportes do dia em US$ 4.877/t e US$ 4.833/t..

Nos últimos 11 pregões em NY, março acumula alta de 0,25 cents, dia 13 fechou a 319,50 cents e hoje a 312,15 cents, neste perído teve variação de 29.65 cents, com a máxima no dia 19 em 341,80 cents, fazendo a mínima nesta terça-feira 312,15, menor nível deste 05 de dezembro cents, perdendo pela primeira vez o importante suporte de 320,00 cents. O diferencial de preço entre as duas bolsas passaram para 98,62 cents ante 97,78 cents do pregão anterior. Em dezembro teve alta de 1,70 cets e no ano 2024 acumula alta de 131,45 cents ( 69,8% ). Londres em dezembro teve queda de US$ 534/t, em 2024 acumula alta de US$ 2.034/t ( 71,6% ).

 O índice DXY do dólar americano subiu para 108,25 no fechamento de 31 de dezembro, perto de um máximo de dois anos, e subiu mais de 6,5% este ano, marcando seu desempenho anual mais forte desde 2015. Essa recuperação foi impulsionada pela recuperação do presidente eleito Trump. -eleições em Novembro e a mudança da Reserva Federal dos EUA para um mecanismo de política monetária com postura mais agressiva. O Fed reduziu a previsão de corte das taxas em 2025 para 0,50% devido à inflação persistente e a um mercado de trabalho forte. As expectativas de políticas de aumento do crescimento e da inflação sob Trump, tais como cortes e aumentos de impostos, apoiaram ainda mais o dólar.

No último pregão do ano, aproveitando a valorização global do dólar, os comerciais e  especuladores de plantão entraram vendendo com tudo,  rompendo os dois suportes do dia próximo abertura e mantendo abaixo de 314,00 cents praticamento todo o pregão levando a mínima em 312,35 cents dos últimos 16 pregões. No nível de 313,00 cents, começaram forte  coberturas dos fundos de investimentos que estão fortemente comprados, mas a pressão continuou até uma hora ante do final, quando os especuladores mudaram para posições passaram a recomprar levando a fechar abaixo de 320,00 cents, no fechamento, mas recuperado durante o after hours fez a máxima do dia fechou a 320,80 cents. 

" O preço inicialmente caiu muito acentuadamente, mas os hedge funds que venderam inicialmente recompraram mais tarde como se não quisessem desistir da sua posição compradas. Além disso, os especuladores suspeitavam que os preços iriam aumentar novamente e compraram para aumentar os preços no final", disse o analista do Vietnã Nguyen Quang Binh.    O preço esperado do café cru nas Terras Altas Centrais no último dia do ano entre R$ 1.588 a R$1.615

O relatório da CFTC divulgado na segunda-feira, referente a 24 de dezembro mostram que os grandes fundos aumentaram suas posições compradas em  1.404 lotes e diminuíram suas posições vendidas em 2.193 lotes, neste período a variação de março passou de 324,95 cents a 328,60 cents, alta de 3,65 cents. Os dados mostraram  alta de 8,87% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram queda de 2,56% ( 6.580 lotes ), passando 257.008 lotes para 250.428 lotes. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 41.753 posições líquidas compradas, sendo 50.912 posições compradas e 9.159 posições vendidas no último dia 24. No relatório anterior, referente a 17 de dezembro, eles tinham 38.352 posições líquidas compradas sendo 49.508 posições compradas e 11.352 posições vendidas. No resumo, os grandes fundos aumentaram suas apostas na alta de 81,3% para 84,7% e diminuíram de 18,7% para 15,3%  aposta na baixa.

De acordo com Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de café, o ajuste nas cotações desta terça teve relação com o clima úmido em regiões produtoras do Brasil. Ele acrescentou também que investidores aproveitaram a baixa liquidez – típica do fim do ano na bolsa – para embolsar lucros com contratos futuros de café. Mas como há a perspectiva de que a produção brasileira do ano que vem seja menor, e o consumo do grão se mantenha aquecido, os preços devem permanecer em patamares historicamente altos, segundo projeções de Pancieri Neto.

Segundo a Comunicaffe,  a perspectiva do mercado global de café para o ano novo não é animadora. A produção deve cair tanto no Brasil quanto no Vietnã. Segundo alguns analistas, o mercado pode estar em déficit pela quinta temporada consecutiva – uma situação sem precedentes, o que pode levar a novos aumentos nos preços do café. No caso do arábica em particular, uma colheita brasileira decepcionante pode elevar ainda mais os preços, para entre 400 e 500 cents, preveem alguns analistas.

Para a Agnocafé, o fundamento principal em 2025, será o baixo estoques que ficou praticamente zerado com a forte exportação de 50 milhões de sacas em 2024 e mais o consumo interno de 22 milhões, com o maior problema na produção de café no Brasil e tudo indica que sera bem abaixo que o mercado espera, principalmente de café arábica abaixo de 30 milhões de sacas.   

Segundo a Reuters, o  cacau negociado em Nova York foi a commodity com melhor desempenho em 2024, com os preços mais do que dobrando após as colheitas ruins na África Ocidental, enquanto o café também esteve entre os maiores ganhadores do ano. A Costa do Marfim e Gana, os dois maiores produtores de cacau do mundo, registraram uma queda acentuada na produção na temporada 2023/24. Os contratos futuros do cacau em Nova York na ICE fecharam nesta terça-feira em 11.675 dólares a tonelada, registrando um ganho anual de 178%. Os preços alcançaram uma máxima recorde de 12.931 dólares a tonelada em 18 de dezembro. Este foi o segundo ano consecutivo de alta de preços do cacau, depois de um aumento de 61% em 2023.

Os preços do café também subiram este ano, impulsionados pelo clima adverso nos países produtores, especialmente nos dois maiores produtores, Brasil e Vietnã. O clima seco no Brasil levou a uma safra menor do que a esperada este ano e também deve reduzir a produção no próximo ano. Os futuros do café arábica encerraram o ano em 3,1485 dólares por libra-peso, registrando um ganho anual de 69%. Os preços subiram para um recorde de 3,4835 dólares em 10 de dezembro. O café robusta encerrou o ano em 4.875 dólares por tonelada, registrando um ganho anual de 72%.

Feliz ano novo

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