AgnoCafe - O Site do Cafeicultor
Assunto: Categoria de noticia: Data:
Imprimir notícia

Brasil mantém equilíbrio no café para abastecer mercado interno e exportações


Silas Brasileiro

Nos últimos anos, o Brasil consolidou sua posição como o maior produtor e exportador mundial de café, garantindo o abastecimento do mercado interno e externo com sustentabilidade, qualidade e eficiência. A evolução da produtividade no setor cafeeiro é reflexo do investimento contínuo em pesquisa, tecnologia e conhecimento. Graças a esses avanços, a produtividade média por hectare aumentou significativamente, passando de 8 (em 1995) para 28,8 sacas de 60 kg por hectare atualmente, resultado direto dos mais de R$ 400 milhões investidos, principalmente via Funcafé.

Esses investimentos impulsionaram a inovação na cafeicultura, permitindo o desenvolvimento de variedades mais resistentes às mudanças climáticas, a adoção de tecnologias modernas, o aumento da densidade de plantio e a implementação de novas práticas sustentáveis. Como consequência, mesmo com a redução da área cultivada – que passou (em 35 anos) de 3 milhões de hectares em 1989 para 2,25 milhões em 2024, sendo 1,92 milhão de hectares em produção e 336,34 mil hectares em formação (que já estará produzindo em 2026), a produção se manteve equilibrada para atender à crescente demanda global.

É de bom alvitre considerar que, com os preços elevados continua a expansão do cultivo do café, muito embora, os alertas permanentes do Conselho Nacional do Café sobre os efeitos futuros, pois o que ocorre hoje é que as condições climáticas adversas atingiram todos os produtores mundiais, por consequência com menor oferta de café para o mercado.

Quanto as medidas governamentais anunciadas ontem (06) pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckimin, comentaremos no próximo balanço semanal, abordando não apenas o café, mas com reponsabilidade, falaremos sobre os demais produtos que fazem parte do pacote, acompanhe.

Em 2024, o consumo interno brasileiro atingiu 21,9 milhões de sacas, enquanto as exportações chegaram a 50,4 milhões de sacas. O crescimento do consumo interno é notável, saltando de 2,27 xícaras per capita ao ano em 2000 para 6,26 xícaras em 2024, conforme dados da Abic. No cenário global, a demanda de café aumentou expressivamente, passando de 167 milhões de sacas em 2020 para 177 milhões em 2024, o que reforça a importância do Brasil na segurança do abastecimento mundial.

Para 2025, as previsões da Conab indicam uma colheita de 51,8 milhões de sacas, mas o Conselho Nacional do Café (CNC) projeta um volume superior a essa estimativa. Apesar das adversidades climáticas, as chuvas registradas no final de 2024 e início de 2025 fortaleceram as lavouras, garantindo condições favoráveis para a produção.

Ao analisar a trajetória da cafeicultura nacional, observa-se que o Brasil produziu 28 milhões de sacas em 2003 e chegou a 54 milhões em 2024, sendo a média de produção nesse período, de acordo com os números da Conab, de aproximadamente 48,4 milhões de sacas, o que indica que a projeção para 2025 está dentro do esperado para a estabilidade do setor, destacando que os números são da Companhia Nacional de Abastecimento.

Em 2018 a produção de café do Brasil atingiu 61 milhões de sacas e, em 2020, registrou o recorde de 63 milhões de sacas, que comprova o que temos permanentemente informado que o nosso parque cafeeiro, em condições climáticas normais, poderá produzir acima de 70 milhões de sacas, anualmente.

O CNC reforça a necessidade de um equilíbrio entre oferta e demanda, garantindo preços remuneradores para os produtores. Alertamos para os riscos das especulações, tanto de uma super safra quanto de alarmismo sobre baixa produção, que podem gerar impactos desnecessários no mercado. O compromisso do setor deve estar focado em previsões realistas e na adoção de práticas que assegurem a sustentabilidade e competitividade da cafeicultura brasileira.

Continuamos insistindo que a remuneração do produtor estará sempre relacionada ao equilíbrio entre oferta versus demanda, sendo que o desequilíbrio resultará em preços aviltados para os cafeicultores.

Dessa forma, o Brasil segue como referência mundial na produção de café, combinando qualidade da bebida, boas práticas agrícolas, agro regenerativo, saúde do solo, inovação, eficiência e responsabilidade para atender à crescente demanda interna e global, assegurando um mercado sólido e equilibrado para todos os envolvidos na cadeia produtiva.


Silas Brasileiro é presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).

Comentarios

Inserir Comentário
Contrato Cotação Variação
Julho 399,80 -10,25
Setembro 392,00 - 9,90
Dezembro 382,55 - 9,70
Contrato Cotação Variação
Julho 5.298 - 115
Setembro 5.251 - 114
Novembro 5.188 - 112
Contrato Cotação Variação
Julho 507,00 -11,00
Setembro 483,35 - 9,05
Dezembro 472,10 -10,00
Contrato Cotação Variação
DXY 99,00 + 0,21
Dólar 5,6300 - 0,31
Euro 6,4090 - 0,65
Ptax 5,6467 - 0,38
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2470,00
    Moka R$ 2730,00
    Safra 23/24 20% R$ 2840,00
    Peneira14/15/16 R$ 2930,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2420,00
    Miúdo 14/15/16 R$ 2880,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Certificado 15% R$ 2900,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Moka R$ 2730,00
    Duro/Riado 15% R$ 2560,00
    Cereja 20% R$ 2870,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Rio com 20% R$ 2400,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Safra 23/24 25% R$ 2830,00
    Peneira 17/18 R$ 3050,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Duro/Riado 20% R$ 2470,00
    Safra 23/24 20% R$ 2840,00
    Safra 23/24 30% R$ 2820,00
    Escolha kg/apro R$ 40,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Duro/riado 25% R$ 2530,00
    600 defeitos R$ 2680,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Safra 23/24 25% R$ 2830,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Conilon/Vietnã R$ 1760,00
    Agnocafé 23/24 R$ 2850,00
    Cepea Arábica R$ 2665,07
    Cepea Conilon R$ 1714,79
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1750,00
    Conilon T. 7 R$ 1730,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1710,00