São Paulo lança circuito do café para incentivar agroturismo e produção do grão
Com uma rota de 358 cidades produtoras de café, o governo de São Paulo lançou um programa de agroturismo batizado de "Rotas do Café". O objetivo é desenvolver a cadeia econômica do grão, incluindo a produção de insumos e embalagens de café, além de aumentar o número de estabelecimentos que unem produção dos grãos, em particular os de categoria especial, e turismo rural.
O anúncio aconteceu na sede do governo, nesta terça-feira (8/4), no Palácio dos Bandeirantes. A rota do café foi inspirada em outras ações similares, como a rota do vinho.
A ideia é que o projeto desponte para alinhar com os setores de hotelaria e restaurantes possam ter um selo de que servem café de São Paulo, como afirmou Edson Fernandes, secretário executivo de Agricultura e Abastecimento do Estado. Hoje, São Paulo é o Estado que mais consome café torrado e moído no país.
O projeto é composto por cinco regiões: Cuesta Paulista, Mogiana Paulista, Mantiqueira Vulcânica, Circuito das Águas e Alta Paulista, que formam os destinos cafeeiros que o Estado espera impulsionar com parcerias com as prefeituras e iniciativas privadas dos locais onde se cultiva café.
De acordo com o governador Tarcísio Freitas, a rota tem significado atrelado à história do café. "Agora produtores, cooperativas e indústrias se unem ao Estado para poder desenvolver as vocações produtoras das regiões, além de fomentar as cadeias para melhorar a logística, desenvolver arranjos produtivos, incluindo desenvolvimento de mão de obra na cafeicultura também", disse.
São Paulo produz anualmente 307 mil toneladas de café, segmento que representou R$ 4,57 bilhões à economia paulista em 2024.
A ideia é transformar o raio de 50 quilos em torno da rota em uma cadeia completa do café - desde o grão até a produção de insumos, como embalagens e cápsulas, do café.
O município de Garça é um dos locais incluídos no projeto. Apostando na possibilidade de renda extra, Flora Serra largou o mercado financeiro e voltou para Garça administrar a propriedade familiar de 300 hectares. Há um ano, lançou marca própria, o Café Consuelo, e o próximo passo é estruturar a propriedade para receber não só compradores, mas clientes que buscam turismo rural.
"A fazenda tem estruturas que datam de 1924, uma história que poderá ser contada no turismo, além de agregar valor às diversas cultivares de café plantadas na propriedade que era do meu avô", conta à Globo Rural. Sua família está há mais de 50 anos na cafeicultura e agora mira mercados mais especializados.
Para Jorge Viana, secretário da economia do Estado, o objetivo é elevar São Paulo ao segundo lugar entre os maiores produtores de café do Brasil, que hoje é ocupado pelo Espírito Santo.