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Ordens de compras são acionadas quando DXY cai para menor nível em 3 anos


Por José Roberto Marques da Costa

 O volume de negócios nesta sexta-feira em NY atinge 72.029 lotes, 15.268 lotes a a mais do que quinta-feira quando teve volatilidade de 19,35 cents. Maio fechou em alta de 14,85 cents ( 4,33%) a 357,85 cents, com variação de 19,10 cents, varia de 341,60 cents a 360,70 cents. O volume em Londres atingiu 14.723 lotes, 3.854 lotes a menos que quinta-feira, quando variou US$ 233. O  maio teve alta de US$ 162 ( 3,28% ), variando US$ 173, de US$ 4.961/t a US$ 5.134/t. A diferença de preço entre as bolsas ampliou para 124,58 cents ante a 119,52 cents, o índice DXY rompeu o nível de 100 pontss teve queda de 0,72% cotado a 99,80 pontos para menor nível em 3 anos.

 Nesta semana, NY  acumula perda de 8,00 cents com volatilidade média diária de 21 cents, variando 39,30 cents, mínima em 325,20 cents e máxima em 364,50 cents. Londres acumula perda de US$ 13 e volatilidade média diária atinge US$ 232, variando US$ 539, fazendo mínima em US$ 4.694/t e máxima em US$ 5.170/t. O volume média diário de NY atinge 73.250 lotes e Londres 26.727 lotes, o impressionante foi o pregão de segunda-feira,volume em NY atinge 92.461 lotes ( 26,212 milhões de sacas ) e Londres, que foi recorde histórico, atinge 38.110 lotes ( 10,804 milhões de sacas. Somando os dois pregões foram 37,531 milhões de sacas, que representa em um só dia de negociação 20% da safra mundial do café do ano passado.

O relatório da CFTC divulgado nesta-feira, referente a 08 de abril mostram revelam números surpreendente, pela queda de 11,86%, de 389,05 cents a 342,90 cents, queda de 46,15 cents entre 1 de abril a 8 de abril, seria natural mostrar queda das posições compradas e alta da posições vendidas dos grandes fundos, as posições compradas aumentaram 8.787 lotess as posições vendidas diminuíram somente 507 lotes. Devido a forte queda  era de esperar aumento das posições liquídas vendidas dos comerciais (vendidos), os dados mostram o contrario, queda de mais de 3.500 lotes nas posições vendidas e a incrível alta de mais de 10.000 lotes nas posições compradas.  “Há algo de podre no reino da Dinamarca” famosa frase da peça de teatro Hamlet, de William Shakespeare. Outro dado importante, é que o volume de contratos abertos ficou muito abaixo ante a semana de vencimentos da opções dos relatórios anteriores que giravam entre 280 a 290 mil lotes, mostrando que mais de 60 mil lotes foram estopados nos últimos meses.    

Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira, 11 de abril referente ao dia 08 de abril, mostraram queda de 26,7% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas aumentaram levemente, passando 224.930 lotes para 225.514 lotes. Pelos dados, grandes fundos possuíam 25.515 posições líquidas compradas, sendo 34.962 posições compradas e 9.444 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 01 de abril, eles tinham 34.810 posições líquidas compradas sendo 43.749 posições compradas e 8.937 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram em 18,65% suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 08, saldo de 59.195 posições líquidas vendidas, sendo 62.084 posições compradas e 121.212 vendidas. No relatório anterior do dia 01, possuíam 72.791 posições líquidas vendidas, sendo 52.057 posições compradas e 124.776 vendidas.

Além do problema climático do Brasil e Vietnã que deve continuar no longo prazo, influenciando negativamente as produtividade das safras do próximo ano dos dois maiores produtores de café, os dados deste relatório vem comprovar uma forte tendência de alta no curto e médio prazo com os comerciais ( vendidos) diminuído suas posições vendidas e aumentando as comprada. No final do ano passado, os comerciais estavam com 98.550 posições líquidas vendidas, sendo 51.859 posições compradas e 147.379 vendidas.

Segundo Nguyen Quang Bing, a onda de compra no mercado futuro de café foi desencadeada quando o índice USD/DXY caiu para seu nível mais barato em mais de 3 anos. Por outro lado, a notícia de que as exportações brasileiras de março de 2025 caíram 26%, combinada com os estoques de robusta caindo para o menor nível em seis semanas, deixou os especuladores no pregão confiantes em comprar novamente. Os preços da duas bolsas aumentaram acentuadamente.

Para  Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de Café, o preço do café subiu de maneira expressiva na bolsa de Nova York, com o mercado voltando suas atenções para fatores de oferta e demanda. O café está voltando aos níveis ainda mais altos na bolsa, novamente olhando para os elementos que já estão no radar, como a safra menor no Brasil, a falta de negociações no mercado e ainda a resiliência do consumo.  Depois da turbulência provocada pela guerra tarifária, que culminou em fortes baixas para o grão, o mercado volta a se deparar com problemas, como o da indústria torrefadora, que está com dificuldades de adquirir matéria-prima. A necessidade da indústria ainda não foi suprida, com muitos à espera da entrada da safra brasileira de café. Os produtores, por sua vez, seguem resistentes nas negociações, mantendo a dinâmica de segurar mercadoria em meio a ciclo que será apertado em termos de oferta e com crédito mais caro também.  

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, os produtores brasileiros tinham comercializado 95% da safra passada de café (2024/25) até a última quarta-feira, com um avanço de "apenas" 2 pontos percentuais em relação ao mês anterior, sinalizando uma baixa disponibilidade na entressafra. O fluxo de vendas de café disponível, antes da entrada da nova safra, segue em ritmo lento. Alguns produtores têm demonstrado maior interesse em negociar, motivados pela recente queda nos preços e pela proximidade da nova safra. No entanto, de forma geral, o vendedor ainda atua de maneira defensiva. Do lado da demanda, os compradores seguem mais comedidos, com exceção da indústria de café torrado e moído, que mantém interesse no conilon/robusta. Apesar da perda de fôlego nos negócios, o volume já negociado continua elevado em comparação ao mesmo período do ano passado, quando 89% da safra havia sido comercializada e está acima da média dos últimos cinco anos (90%).

As primeiras projeções tendo como base os embarques diários indicam forte queda de 17,8% para  somente 2,7 milhões de sacas em abril e tudo indicando que terá mais queda em maio, junho e julho. Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 11 de abril, os embarques brasileiros do mês totalizaram 814.166 sacas, queda de 28,7% (média de 74.015 sacas), sendo 713367 sacas de café arábica, 31.612 sacas de café conillon e 69.178 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de março totalizavam 1.222.292 sacas, queda de 27,4%, sendo 1.048.938 sacas de arábica, 42.977 sacas de conillon e 130.572 sacas de solúvel.

A exportação de café verde do Brasil em março somou 2,95 milhões de sacas de 60 kg, queda de 26,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, à medida que o país lida com uma menor oferta após embarques recordes no ano passado, apontou nesta quarta-feira o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). Os embarques de café verde foram divididos em 2,81 milhões de sacas de arábica (-10,7%) e 138,58 mil sacas de canéforas (-83,9%) em março, mês que antecede o início da colheita da nova safra do Brasil. Considerando o café industrializado, o país exportou 3,287 milhões de sacas, queda de 24,9% na mesma comparação.

Com a pausa anunciada por Trump de 90 dias sobre as tarifas de importação de 70 países, investidores veem alguma força de reação da economia global, que estaria sob risco de recessão com a manutenção das taxas anunciadas pelo presidente americano.  A busca por segurança ganhou força após a China anunciar a elevação das tarifas sobre produtos americanos de 84% para 125%. Além disso, dados divulgados desta sexta apontaram uma piora mais acentuada do que o previsto no sentimento do consumidor dos EUA e um salto nas expectativas de inflação ao maior patamar desde 1981.

O dado de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos também teve pouco impacto no apetite por risco. O índice cheio caiu 0,1% em março, contrariando expectativas, e a taxa anual desacelerou a 2,4%. O núcleo do indicador recuou para 2,8%. Na visão de analistas, os efeitos das tarifas ainda não estão plenamente refletidos nos números. Apesar da trégua temporária nas tarifas, o clima de incerteza continua nos mercados. Para Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, a tensão decorre da expectativa de que a guerra comercial entre EUA e China vai se intensificar, o que deve prejudicar as duas maiores economias do mundo. Para a economista da Pimco Tiffany Wilding ainda há 50% de chance de recessão nos EUA. A forte volatilidade nos preços do café em NY e Londres duas reflete esse ambiente de incerteza persistente.  

A safra 2025/26 de café entra em seu período final, de maturação dos grãos para dar início a colheita, mas a expectativa do Sistema Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) é de um volume menor de grãos em razão do estresse climático que permaneceu a maior parte dessa temporada. A entidade não arriscou nenhum número ou percentual de queda. A previsão para o resto do mês de abril é de chuvas abaixo da média histórica e temperaturas amenas - entre 16,6º e 26º - nos parques cafeeiros de Minas Gerais. O tamanho de peneira também será prejudicado, fator que indica o enchimento do grão e, portanto, a qualidade do café. "É crucial que o produtor planeje bem a colheita visando potencializar o lucro: monitorar lavoura verificando sanidade dos grãos e ponto de maturação (colher menor percentual de verde)", informa a Faemg comunicado.

Seca e declínio da produção nas Terras Altas Centrais do Vietnã

Segundo o artigo de Walter Janberg, nesta semana na mídia do Vietnã, nos últimos anos, o mercado global de café tem enfrentado um desafio significativo que remonta às Terras Altas Centrais do Vietnã. A seca severa levou a uma queda substancial na produção de café do país, afetando particularmente o fornecimento de grãos robusta. O Vietnã, conhecido como uma potência na indústria global de café e um dos principais produtores de robusta, tem visto seus produtores enfrentarem quedas acentuadas na produtividade. Essa queda na produção tem repercutido em toda a cadeia internacional de fornecimento de café, ressaltando o papel crítico que as condições climáticas desempenham na produção agrícola global.

As condições de seca não só diminuíram a quantidade de café produzido, como também aumentaram as preocupações quanto à qualidade dos grãos. Com os futuros do robusta na bolsa de Londres e os preços do arábica na bolsa de Nova York apresentando flutuações significativas, o impacto é sentido muito além das fronteiras do Vietnã. A situação é agravada por desafios climáticos semelhantes em outros grandes países produtores de café, como Brasil e Indonésia, levando a uma oferta global limitada de grãos.

A consequência direta da queda na produção no Vietnã, somada a problemas em outros países produtores de café, tem sido uma forte alta nos preços globais do café. Esse aumento de preço está causando preocupação tanto entre empresas quanto entre consumidores em todo o mundo. À medida que comerciantes e torrefadores de café reduzem suas compras em resposta aos custos mais altos, o setor enfrenta o dilema de repassar esses preços mais altos para as lojas de varejo e, em última análise, para os consumidores. Os preços globais do café, tradicionalmente voláteis, agora enfrentam níveis de instabilidade sem precedentes, agravados por interrupções na cadeia de suprimentos e conflitos geopolíticos.

O mercado global de café, avaliado em mais de US$ 20 bilhões anualmente, está testemunhando um cenário em que a escassez de oferta pode levar a novos picos de preços. Essa situação representa um desafio complexo para produtores, comerciantes e consumidores de café. Além disso, a volatilidade do mercado de café reflete questões mais amplas enfrentadas pelos setores agrícolas globalmente, destacando o profundo impacto das mudanças climáticas nas cadeias de suprimentos de alimentos e bebidas .

Enquanto o Vietnã enfrenta os desafios das mudanças climáticas e seu impacto na produção de café , o mercado global permanece tenso. As dificuldades do país com a seca e a queda na produtividade servem como um forte lembrete das vulnerabilidades da cadeia global de fornecimento de café. Os esforços para mitigar esses desafios incluem a exploração de variedades de café mais resilientes, o aprimoramento das práticas de gestão da água e o investimento em tecnologias para melhor prever e responder às questões climáticas.

De acordo com analistas ouvidos pela Globo Rural, a tendência para abril e maio é que o consumidor continue pagando mais pelo grão torrado e moído, nas gôndolas de mercado ou nas cafeterias. A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) monitora mensalmente os valores do varejo no país, e em março, o preço do café tradicional atingiu a média de R$ 64,80 o quilo do grão torrado e moído. De maio de 2020 até março deste ano, houve oscilações no valor da bebida, com tendência de alta e acúmulo de 365,45% nos preços. Pavel Cardoso, presidente da Abic, explicou que a indústria de café segurou aumentos em períodos anteriores, mas que com a oferta limitada e a alta do grão que vem do campo, os reajustes foram inevitáveis e isso pode respingar no valor da gôndola em mais alguns meses.

A resposta de analistas do setor de café é de a alta de café não tem volta a curto prazo. Ainda que haja influência do tarifaço do governo Donald Trump, da incidência de chuvas no parque cafeeiro do Brasil e do início da colheita da safra 2025/26 em maio, esses fatores não serão suficientes para uma queda forte nas bolsas internacionais e, consequentemente, no varejo, como apontaram os boletins dos últimos três meses do escritório e corretora de café Carvalhaes.

Ulli Winckler comanda a Dean Street Coffee e disse que há muita insegurança no mercado de café, enfatizando que ninguém sabe para onde o mercado está indo ou onde ele vai parar. Ele torrou, preparou e vendeu café por 40 anos. Ele diz que o clima e o tempo já criaram alguns dos preços mais altos que ele já viu. Ele alerta que preços mais altos de café virão se as tarifas permanecerem. “Ainda estamos pensando sobre isso. Acabei de ter essa conversa por alguns minutos. Devemos aumentar os preços? O que devemos fazer?” Winckler disse.

A Lighthouse Roasters atua no ramo de café há mais de três décadas, disse que, devido a esses impactos, eles tiveram que aumentar os preços tanto no café quanto para os clientes atacadistas. Para nós, torrefadores, o que isso realmente nos trouxe foi que estamos pagando mais pelo nosso produto bruto. Nossos grãos verdes, que recebemos em 70 sacas novos há menos de uma hora, estão pagando mais de 100% a mais do que antes. Nobley espera que os clientes entendam que, se e quando as cafeterias aumentam os preços, isso está fora de controle, acrescentando que isso pode ser o novo normal. “O tempo dirá o que acontecerá. Muito disso dependerá do clima. Mas, como todos sabemos, o clima não está nada bom, então esperem que o café continue com um preço elevado por um bom tempo. Caso contrário, este pode ser o novo padrão para o café.

Ótimo Final de Semana

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Contrato Cotação Variação
Julho 399,80 -10,25
Setembro 392,00 - 9,90
Dezembro 382,55 - 9,70
Contrato Cotação Variação
Julho 5.298 - 115
Setembro 5.251 - 114
Novembro 5.188 - 112
Contrato Cotação Variação
Julho 507,00 -11,00
Setembro 483,35 - 9,05
Dezembro 472,10 -10,00
Contrato Cotação Variação
DXY 99,00 + 0,21
Dólar 5,6300 - 0,31
Euro 6,4090 - 0,65
Ptax 5,6467 - 0,38
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2470,00
    Moka R$ 2730,00
    Safra 23/24 20% R$ 2840,00
    Peneira14/15/16 R$ 2930,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2420,00
    Miúdo 14/15/16 R$ 2880,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Certificado 15% R$ 2900,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Moka R$ 2730,00
    Duro/Riado 15% R$ 2560,00
    Cereja 20% R$ 2870,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Rio com 20% R$ 2400,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Safra 23/24 25% R$ 2830,00
    Peneira 17/18 R$ 3050,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Duro/Riado 20% R$ 2470,00
    Safra 23/24 20% R$ 2840,00
    Safra 23/24 30% R$ 2820,00
    Escolha kg/apro R$ 40,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Duro/riado 25% R$ 2530,00
    600 defeitos R$ 2680,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Safra 23/24 25% R$ 2830,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Conilon/Vietnã R$ 1760,00
    Agnocafé 23/24 R$ 2850,00
    Cepea Arábica R$ 2665,07
    Cepea Conilon R$ 1714,79
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1750,00
    Conilon T. 7 R$ 1730,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1710,00