CNA e Secretaria debatem trabalho decente na cafeicultura
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em parceria com a Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) promoveu, na quarta-feira, 16, o “Bate-papo da Safra: Trabalho Decente na Cafeicultura”.
Participaram do debate o coordenador trabalhista da CNA, Rodrigo Hugueney, o presidente da Comissão Nacional do Café e produtor, Fabrício Andrade, e o auditor fiscal do Trabalho, Alexandre Scarpelli.
Na abertura da live, Rodrigo Hugueney explicou que o bate-papo marca o início de uma série de encontros, com o objetivo de promover o trabalho decente no setor agropecuário e levar informações para os produtores rurais de todas as cadeias.
“Esses diálogos serão importantes para ajudar os produtores a melhorarem as condições de trabalho no campo e, consequentemente, a qualidade do produto final”, disse.
Durante o debate, o presidente Fabrício Andrade disse que o café gera prosperidade e distribuição de renda em muitos municípios do interior, mesmo com dificuldades logísticas e técnicas. “Pequenos produtores e unidades de produção conseguem ser competitivos nacionalmente, mantendo uma margem interessante a longo prazo”.
Fabrício destacou que a cafeicultura brasileira possui um grande potencial de expansão no mercado mundial, principalmente em mercados que não consumiam café, como a China, Indonésia, Vietnã, Índia, Tailândia e Malásia, mas que estão mudando os hábitos e incluindo a bebida no dia a dia.
Outro ponto citado por ele e que favorece a cadeia produtiva no Brasil é a dificuldade de países tradicionalmente produtores da bebida em expandir a produção, seja por questões climáticas, de mecanização ou de mão de obra. “O Brasil tem tecnologia, capacidade e estrutura para continuar ganhando espaço no comércio internacional”.
Entretanto, segundo o presidente da comissão, para que o país continue crescendo, é necessário que os agentes público e privado trabalhem juntos, de forma estratégica, para resolver problemas pontuais. Entre eles, Fabrício mencionou a atratividade da cafeicultura para jovens talentos.
“Precisamos mostrar para esses jovens que existe não só potencial de ganhos materiais, mas também de propósito de vida, de conexão com a comunidade e de promoção pessoal, é todo um pacote”, concluiu.
Já o auditor fiscal Alexandre Scarpelli falou sobre o papel da fiscalização do trabalho no ambiente rural e urbano e na importância do cumprimento da lei. “O mais importante para o produtor é buscar cumprir a legislação. Seguindo as diretrizes, ele vai receber a fiscalização sem nenhum problema, só vai precisar apresentar a documentação necessária”.
Ao longo do debate, Alexandre pontuou sobre o avanço tecnológico no campo e como isso reflete na mão de obra. “Quanto mais tecnologia, mais capacitado o trabalhador deve ser e isso pode proporcionar melhores condições de trabalho”.
Para Scarpelli, a sustentabilidade e práticas de ESG devem refletir na parte social para que os trabalhadores tenham condições de segurança, saúde, bons salários. “Há caminhos para que o trabalho ocorra de forma decente. Observando primeiramente se a legislação trabalhista está sendo cumprida”.