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Forte queda nos contratos em aberto e posições líquidas em futuros de café


Por José Roberto Marques da Costa

O volume de negócios nesta sexta-feira em NY atinge  35.473 lotes, 5.954 lotes a mais do que quinta-feira, quando teve volatilidade de 18,35 cents. O julho fechou em alta de 1,05 cents ( 0,26%) a 399,85 cents, com variação de 14,70 cents, de 395,80 cents a 410,50 cents,  maior nível desde 13 de fevereiro, chegando ultrapassar primeira resistência do dia 405,27 cents, faltando 1,20 cents para buscar a segunda em 411,70 cents, acumulando alta de 27,25 cents ( 7% ) fechando no maior nível de 50 dias com com a demanda resiliente

O volume em Londres atingiu 17.227 lotes, 118 lotes a mais que quinta-feira, quando variou US$ 174. O julho teve queda de US$ 12 ( 0,22% ), variando US$ 119, de US$ 5.369/t a US$ 5.488/t, sem força para ultrapassar a primeira resistência em US$ 5.495/t acumulando na semana alta de US$ 138/t ( 2,6% ). A diferença entre as bolsas cai para 154,22 cents ante a 157,17 cents de quinta feira.

O pregão desta sexta-feira teve continuidade a forte volatilidade dos pregões anteriores com tendência de buscar a segunda em 411,70 cents, mas por volta das 11:30 horas,  os preços começaram a inverter a tendência, após a Bloomberg relatar que a China estava considerando isentar alguns produtos americanos e os especuladores plantão aproveitaram esta informação fazendo realização de lucro em mercado fortemente sobrecomprado. Os preços do café arábica perderam 90% dos ganhos do dia, com a melhora do apetite ao risco em meio a sinais de que os EUA e a China potencialmente recuam de um amargo conflito comercial, embora ainda não pareça haver um caminho claro para um acordo comercial.

A agência  Bloomberg relatou no final desta manhã desta sexta-feira, que a China estava considerando isentar alguns produtos americanos de suas tarifas de 125%, em meio a crescentes preocupações sobre o custo econômico da guerra comercial. Tal movimento poderia marcar uma desescalada no conflito e também poderia convidar medidas mais conciliatórias de Washington.  O relatório da Bloomberg surge logo após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que sua administração estava engajada em algumas conversas com a China, embora Pequim tenha amplamente negado que conversas comerciais estivessem ocorrendo. Trump havia sinalizado no início desta semana que poderia eventualmente reduzir as tarifas sobre a China, e o presidente dos EUA disse na sexta-feira que os Estados Unidos estavam muito próximos de um acordo tarifário com o Japão.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou em uma entrevista publicada nesta sexta-feira que as negociações tarifárias estavam em andamento com a China, mas Pequim negou que quaisquer negociações estivessem ocorrendo, o mais recente de uma série de sinais conflitantes sobre o progresso que estava sendo feito para acalmar uma guerra comercial que ameaça minar o crescimento global.

Trump disse à revista TIME que as negociações estavam ocorrendo e que o presidente chinês, Xi Jinping, havia ligado para ele, uma afirmação que ele repetiu aos repórteres quando estava saindo da Casa Branca na manhã desta sexta-feira para Roma para comparecer ao funeral do papa Francisco.

"A China e os EUA NÃO estão tendo nenhuma consulta ou negociação sobre #tarifas", respondeu a China em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores publicado pela embaixada chinesa nos EUA. "Os EUA deveriam parar de criar confusão." Trump, falando com repórteres a bordo do Força Aérea Um mais tarde nesta sexta-feira, disse que seria uma vitória se a China abrisse seus mercados para produtos dos EUA e que as tarifas poderiam fazer isso acontecer.

"Libertem a China. Sabem, deixem-nos entrar e explorar a China", disse ele. "Isso seria ótimo. Seria uma grande vitória, mas nem tenho certeza se vou pedir, porque eles não querem que ela seja aberta." O vaivém aumentou a incerteza substancial em torno do estado da política tarifária errática de Trump, não apenas em relação à China, mas também no que diz respeito às dezenas de países que lutam para fechar seus próprios acordos para aliviar o peso dos altos impostos de importação que ele implementou desde que retornou à Casa Branca em janeiro.

O relatório da CFTC referente a 22 de abril mostram que os grandes fundos aumentaram suas posições compradas em 1.376 lotes e suas posições vendidas em apenas 21 lotes,  neste período a variação de julho passou de 369,40 cents a 372,65 cents, alta de 3,25 cents. O relatório mostra que 81,2% dos grandes fundos de investimentos acreditam na alta e 18,8% na baixa . Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira, 25 de abril referente ao dia 22 de abril, mostraram alta de 5,57% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram queda, passando 181.481 lotes para 177.900 lotes.

Segundo Xtb," curiosamente, a atividade comercial recente mostra uma redução acentuada nos contratos em aberto e nas posições líquidas em futuros de café. Essa queda é impulsionada principalmente pela reversão de posições compradas. Embora os níveis de liquidez ainda estejam longe das condições extremamente escassas observadas no mercado de cacau, novas quedas nos contratos em aberto, mesmo por meio da liquidação de posições compradas, podem impulsionar os preços do café para cima.

Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 25.665 posições líquidas compradas, sendo 33.376 posições compradas e 7.711 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 15 de abril, eles tinham 24.310 posições líquidas compradas sendo 32.000 posições compradas e 7.690 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram levemente suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 22, saldo de 59.708 posições líquidas vendidas, sendo 48.731 posições compradas e 108.438 vendidas. No relatório anterior do dia 15, possuíam 59.228 posições líquidas vendidas, sendo 53.707 posições compradas e 112.931 vendidas. 

Na analise do Xtb, os preços do café atingiram o maior nível em um mês, impulsionados pelas crescentes preocupações com as safras brasileiras. A recente escassez de chuvas no país reduziu significativamente as perspectivas de produção dos grãos arábica. O Rabobank, importante instituição financeira que fornece análises para os mercados de commodities agrícolas, indicou em um relatório na última terça-feira que a produção brasileira de arábica na temporada 2025/26 deverá cair 13,6% em relação ao ano anterior, para 38,1 milhões de sacas.

Os efeitos persistentes do El Niño do ano passado continuam sendo um fator. No entanto, a produção de Robusta deverá atingir o recorde de 24,7 milhões de sacas, representando um aumento de 7,3% em relação ao ano anterior. Somando-se à pressão de alta, está o enfraquecimento notável do dólar americano. O dólar está sofrendo perdas generalizadas, inclusive em relação ao real, o que reduz as perspectivas de exportação. Os últimos dados disponíveis do Cecafé para março revelam que as exportações de café verde do Brasil caíram 26% em relação ao ano anterior, para pouco menos de 3 milhões de sacas.

O resultado financeiro da Nestlé divulgou na quinta-feira foi uma surpresa para vários analistas de mercado, que projetavam queda de consumo de café com o aumento dos preços do café. A empresa  mostrou crescimento orgânico de vendas de 2,8% para o primeiro trimestre de 2025,  impulsionado por fortes ações de preços e desempenho robusto em mercados emergentes, apesar da volatilidade contínua do mercado. Bebidas em pó e líquidas registraram um aumento de 5,2%, em grande parte devido aos preços mais altos do café. O café sozinho cresceu 5,1%.

Segundo Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de Café, como a perspectiva de uma produção menor prevalece, a falta de novidades no campo geopolítico colocou novamente os contratos do café em um alvo que pode ser acima de 400 cents. A aversão ao risco no mercado financeiro diminuiu bastante com o tom mais ameno do Trump em relação à China. Com isso, os fundos que estavam de fora do mercado resolveram recomprar suas posições. Ele lembrou, também, que os investidores viram com bons olhos a possibilidade de o governo Donald Trump isentar tarifas da indústria nos EUA. Esse fator traz uma dinâmica melhor para o consumo de café no país. Em meio a onda de preços altos do café, havia uma expectativa de que o início da colheita do conillon no Brasil fosse reduzir o ímpeto das cotações na bolsa. No entanto, a situação do clima no país ainda é delicada.

Análise do Cepea aponta que os cafeicultores das regiões produtoras de arábica de Minas Gerais e São Paulo estão preocupados com o tamanho dos grãos da safra 2025/26. O centro de estudos da Esalq/USP citou que as chuvas em fevereiro e março se concentraram em poucos dias, impactando um período importante para a finalização do enchimento de grãos de café arábica. "Muitos relatam que os grãos ainda não estão no tamanho ideal, a expectativa era de que a atual temporada registrasse um percentual mais expressivo de grãos com peneira 17/18", acrescentou o Centro.

O Brasil pode ser a grande potência do café nos próximos 25 anos, diante da pressão das quebras de safras globais, redução de estoques do grão no mundo e volatilidade nos preços da commodity, que vem atingindo recordes históricos desde o final de 2024. A projeção é do economista Marcos Troyjo, que abriu a 30ª edição do Encontro Nacional da Indústria do Café (Encafé), que começou nesta quarta-feira (23/4) em Campinas (SP).

Ele também reforçou que a "trumpulência", conceito do momento para classificar as recentes decisões comerciais do governo Donald Trump, é capaz de modificar as relações de negócios globais do café. "A geopolítica voltou ao centro das atenções e a trumpulência se tornou um conceito que inclui as disputas dos Estados Unidos em relação ao comércio global, implementando uma política que não tem exceção e gera combate para todos os países parceiros, gerando atritos e turbulência", explicou.

Outra tendência global que deve mexer com o mercado do café, segundo Troyjo, é o crescimento populacional de nove países asiáticos e africanos até 2050, entre eles a Índia, Paquistão e Nigéria, qualificando novos bebedores de café. Para ele, o Brasil é a nação capaz de suportar essas demandas, porque possui vantagem competitiva na produção de alimentos, inclusive do café, apesar de alterações climáticas.

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 25 de abril, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.284.807 sacas, queda de 8,8% (média de 91.392 sacas), sendo 1.986.457 sacas de café arábica, 85.447 sacas de café conillon e 212.903 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de abril totalizavam 2.690.580 sacas, queda de 11,8%, sendo 2314.725 sacas de arábica, 101.098 sacas de conillon e 274.757 sacas de solúvel. Projeção do embarque diário indica exportação de 3,2 milhões de sacas em abril.

Os números estão indicando que o Brasil vai atingir a exportação de 14 milhões de sacas de café nos primeiros quatro meses de 2025, somando as exportações de 50,5 milhões de sacas em 2024, nos últimos 16 meses, foram embarcadas 64,5 milhões de sacas, e o consumido interno atingiu 27,5 milhões de saca, que representa 92 milhões de sacas, media de 5,75 milhões de sacas por mês. Até a entrada da nova safra, daqui a dois meses, serão consumidas mais 11,5 milhões de sacas, que representa o número extraordinário 103,5 milhões sacas foram "evaporadas". 

Sabendo que o estoques remanescente até a entrada desta safra está zerado, com a safra deste ano do Brasil estimada entre a menor 52 milhões de sacas e a maior a 64 milhões de sacas e o consumo interno em 21 milhões de sacas, até a entrada da próxima safra, pela menor produção serão consumidas 73 milhões de sacas e pela maior 85 milhões de sacas. Além dos problemas climáticos, este é o principal fundamento para que  81,2% dos grandes fundos de investimentos acreditam na alta e 18,8% na baixa. Desde setembro do ano passado, a Agnocafé está alertando que o Brasil não vai ter café suficiente para todos.

Dados revelam os países europeus com maior alta nos preços do café em 2025

Em meio aos atuais debates sobre comércio global e à iminente aplicação de tarifas, as preocupações com os preços diários estão aumentando, especialmente para bebidas que fazem parte do ritual matinal da Europa. Café, chocolate quente e chá fazem parte de inúmeras cozinhas, cafés e bistrôs de esquina, então, quando os preços disparam, o choque é sentido tanto nas famílias quanto no setor de hospitalidade. Desde o início de 2025, os fortes aumentos de preços forçaram muitos a repensar seu comportamento de consumo em relação a esse ritual diário.

O café, em particular, voltou a ser notícia devido à forte alta de preços, impulsionada pelas mudanças climáticas em grandes países produtores, como Brasil e Vietnã. Com a inflação estável e a incerteza dos consumidores, a equipe da Tradingpedia analisou as tendências atuais na Europa em relação ao segundo produto mais comercializado do mundo e destacou os países onde a variação de preços é mais palpável.
Para identificar quais países enfrentaram o maior aumento nos preços do café, chá e cacau, a equipe utilizou a Ferramenta de Monitoramento de Preços de Alimentos do Eurostat para coletar dados sobre mudanças mensais e anuais nos preços do chá, café e cacau.

Desde janeiro de 2025, os preços do café, chá e cacau na União Europeia registraram, em média, um aumento de 5,26% . No entanto, uma análise mais aprofundada de cada país europeu mostra que o aumento é desigual, especialmente considerando os aumentos de 25,50% na Finlândia e de 13,20% na Suécia nos primeiros três meses do ano. De fevereiro a março de 2025, os preços do café subiram 1,81%. Em comparação com março de 2024, a Europa registrou um aumento anual de 11,46%, evidenciando a tendência de alta sustentada. Entre os países europeus, a Finlândia registrou o maior aumento nos preços do café, chá e cacau, com uma alta de 25,50%. Em seguida, vieram a Suécia (13,20%), a Bulgária (13,17%) e a Estônia (10,74%).

CFTC analisa se as bolsas podem operar 24 horas por dia, 7 dias por semana

A CFTC está investigando se as bolsas de derivativos podem operar 24 horas por dia, 7 dias por semana. Recentemente, a CFTC planejou estender o horário de negociação 24 horas por dia, 7 dias por semana, para a maioria das bolsas de derivativos. Se for assim, não se sabe se o piso dos derivativos de robusta de Londres será seguido. De qualquer forma, ICE New York e ICE London são a mesma coisa, então o que os EUA fazem, o Reino Unido faz.

Ótimo Final de Semana

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Contrato Cotação Variação
Julho 399,80 -10,25
Setembro 392,00 - 9,90
Dezembro 382,55 - 9,70
Contrato Cotação Variação
Julho 5.298 - 115
Setembro 5.251 - 114
Novembro 5.188 - 112
Contrato Cotação Variação
Julho 507,00 -11,00
Setembro 483,35 - 9,05
Dezembro 472,10 -10,00
Contrato Cotação Variação
DXY 99,00 + 0,21
Dólar 5,6300 - 0,31
Euro 6,4090 - 0,65
Ptax 5,6467 - 0,38
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2470,00
    Moka R$ 2730,00
    Safra 23/24 20% R$ 2840,00
    Peneira14/15/16 R$ 2930,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2420,00
    Miúdo 14/15/16 R$ 2880,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Certificado 15% R$ 2900,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Moka R$ 2730,00
    Duro/Riado 15% R$ 2560,00
    Cereja 20% R$ 2870,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Rio com 20% R$ 2400,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Safra 23/24 25% R$ 2830,00
    Peneira 17/18 R$ 3050,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Duro/Riado 20% R$ 2470,00
    Safra 23/24 20% R$ 2840,00
    Safra 23/24 30% R$ 2820,00
    Escolha kg/apro R$ 40,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Duro/riado 25% R$ 2530,00
    600 defeitos R$ 2680,00
    Safra 23/24 15% R$ 2850,00
    Safra 23/24 25% R$ 2830,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Conilon/Vietnã R$ 1760,00
    Agnocafé 23/24 R$ 2850,00
    Cepea Arábica R$ 2665,07
    Cepea Conilon R$ 1714,79
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1750,00
    Conilon T. 7 R$ 1730,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1710,00