As coisas podem ficar complicadas rapidamente no mercado de café

Por José Roberto Marques da Costa

Neste final de semana site Agnocafé, lider mundial em informações do mercado de café, faz 26 anos, com média diária de 55 mil visitas de segunda a sexta-feira  
 

O volume de negócios desta sexta-feira em NY atinge somente 17.717 lotes, menor volume do  ano de 2025, 9.168 lotes a menoss do que quinta-feira, quando teve volatilidade de 16,90 cents. O julho fechou em alta de 0,75 cents ( 0,02%) a 385,40 cents, com variação de 11,00 cents, de 381,75 cents a 392,75 cents, não teve força para romper o primeiro suporte em 378,17 cents e a primira resistência em 395,55 cents. O volume de negócios em Londres atingiu 15.158 lotes, 317 lotes a mais que quinta-feira, quando teve a forte variação de US$ 275. O julho teve alta de US$ 165 ( 3,2% ), variando US$ 204, de US$ 5.120/t  a US$ 5.3824/t, ultrapassando a pruimeira resistência em US$ 5.303/t.  A diferença de preço entre as duas bolsas caíram para 145,40 cents ante a 152,13 centss.

E a volatilidade continua... No menor volume do ano em NY, os contratos de julho tiveram uma variação entre 382,00 cents a 393,00 cents considerado limites técnicos, abaixo do nível de 282,00 cents poderia acimar stop de vendas e acima de 393,00 cents poderia acionar stop de compras. Adcionando um dos stpos, o volume de negócios seria bem maior. Nesta semana a volatilidade média diária atingiu 16,00 cents variando 37,15 cents ( 9,7% ), mínima  381,75 cents ( sexta-feira ) e máxima de 418,90 cents ( terça-feira ), acumulando perda de 14,45 cents. Em Londres, a volatilidade média diária da semana atinge US$ 200/t, variando US$ 416 a tonelada ( 10,3% ),  mínima em US$ 5.108/t ( quinta-feira ) a US$ 5.524/t ( terça-feira ).

O relatório da CFTC divulgado hoje, referente a 29 de abril mostram que os grandes fundos aumentaram suas posições compradas em 4.852 lotes e 959 lotes suas posições vendidas ,  neste período a variação de julho passou de 372,65 cents a 399,80 cents, alta de 27,15 cents.  Nos últimos 15 dias, os grandes fundos aumentaram em 21,8% suas posições liquidas comprada. Os dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) mostraram alta de 15,4% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram alta, passando 177.900 lotes para 196.936 lotes.

Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 29.618 posições líquidas compradas, sendo 38.228 posições compradas e 8.670 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 22 de abril, eles tinham 25.665 posições líquidas compradas sendo 33.376 posições compradas e 7.711 posições vendidas. As empresas comerciais aumentaram suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 29, saldo de 68.580 posições líquidas vendidas, sendo 47.541 posições compradas e 116.126 vendidas. No relatório anterior do dia 22, possuíam 59.708 posições líquidas vendidas, sendo 48.731 posições compradas e 108.438 vendidas. 

De acordo com o analista e consultor em agronegócio, Lúcio Dias, em entrevista ao site Notícia Agrícola, ele abortada a volatilidade histórica das últimas semanas pregões, sem interferência nenhuma dos fundamentos, ele  disse:  "Que o mercado cafeeiro deve seguir, a curto prazo, com forte  movimentações técnicas, já sabendo dos fundamento safra e clima, mas como o mercado técnico muito presente e forte, a bolsa abre com uma posição com sequencia a alta, mas não consegue, volta para outra posição, devolvendo todos os ganhos. O mercado muito vazio  com movimentação diária muito pequena, quantidade de contratos abertos em NY é muita baixa, isto tudo aumenta tremendamente a volatilidade, quem precisa comprar não acha vendedor, na hora de vender e realizar o lucro não acha comprador, esta volatilidade na minha avaliação vai continuar por um bom tempo, até oferta e demanda se normaliza"

Segundo Jack Scoville, analista de mercado da The Price Futures Group, os preços do café ainda estão muito altos e refletem uma oferta restrita. "Ainda há ideias de boa demanda contra ideias de menos oferta disponível para o mercado. A falta de ofertas do Brasil continua mesmo com o início da colheita da Robusta", completou o analista.

O diretor administrativo da Volcafe,Trishul Mandana, destacou em uma publicação da Reuters que a oferta caiu muito mais rápido do que a demanda,"o aperto no Brasil e os atuais diferenciais estão nos contando a verdadeira história da safra 24/25.  Sem dúvida, essa situação levará rapidamente ao desaparecimento dos estoques certificados de arábica na ICE, e as coisas podem ficar complicadas rapidamente", explicou Mandana.

Segundo Eduardo Carvalhães, o quadro da economia global, de enormes incertezas, continua levando as bolsas ao redor do mundo a trabalharem com fortes e rápidas oscilações. É impossível prever o que acontecerá nas próximas semanas e meses. Teremos de aguardar o desenvolvimento das negociações entre EUA e China, convivendo com muita volatidade nos mercados mundiais, em meio às rápidas mudanças de opinião do presidente americano. No mercado cafeeiro, os fundamentos permanecem os mesmos, com baixos estoques globais e seguidos problemas climáticos. A aproximação do período de inverno no hemisfério sul complica ainda mais esse cenário.

Para o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o mercado internacional de café voltou a refletir em abril as preocupações com a oferta global, com preços avançando na Bolsa de Nova York. As apreensões seguiram em torno do aperto nos estoques e com a safra brasileira de café 2025, duramente afetada pelo clima seco e por altas temperaturas em 2024, mas também com condições complicadas em muitos momentos no primeiro trimestre de 2025, e isso centrado no arábica. Nos fundamentos, portanto, como aspecto de sustentação persiste o foco em uma safra brasileira de 2025 prejudicada, em um cenário que já é de oferta mais limitada. Por outro lado, o começo da colheita da safra brasileira pesa sobre as cotações no Brasil e limitou impactos positivos das bolsas.

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até o dia 02 de maio, os embarques de março, totalizaram 2.940.986 sacas, queda de 2,9%, sendo 2.555.629 sacas de café arábica, 98.766 sacas de café conillon e 286.591 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de abril totalizavam 3.293.713 sacas, queda de 4,2%, sendo 2.833.158 sacas de arábica, 115.389 sacas de conillon e 346.166 sacas de solúvel. Projeção dos embarques diário indica exportação de 3,3 milhões de sacas em abril.

Os números estão indicando que o Brasil vai atingir a exportação de 14 milhões de sacas de café nos primeiros quatro meses de 2025, somando as exportações de 50,5 milhões de sacas em 2024, nos últimos 16 meses, foram embarcadas 64,5 milhões de sacas, e o consumido interno atingiu 27,5 milhões de saca, que representa 92 milhões de sacas, media de 5,75 milhões de sacas por mês. Até a entrada da nova safra, daqui a dois meses, serão consumidas mais 11,5 milhões de sacas, que representa o número extraordinário 103,5 milhões sacas foram "evaporadas".  Sabendo que o estoques remanescente até a entrada desta safra está zerado, a Agnocafé continua alertando que o Brasil não vai ter café suficiente para todos até a entrada da safra de 2026.

Segundo o analista vietinamista Nuguyen Quang Bing, o mercado está preocupado ao olhar para os números de exportação do Vietnã. Nos primeiros 3 meses de 2025, as exportações de café do Vietnã diminuíram 15,3%, atingindo apenas 495.780 toneladas em comparação ao mesmo período de 2024.  As exportações de grãos de café Robusta para a Tailândia no primeiro trimestre de 2025 diminuíram 55,5% em valor, mas as exportações de café processado (instantâneo, torrado, moído, etc.) aumentaram acentuadamente. Durante o período, a Tailândia importou café processado do Vietnã no valor de 28 milhões de dólares, um aumento de 584%.

 As exportações de café da Indonésia em março de 2025 aumentaram em 313.721 sacas de robusta ou 476,84% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 379.513 sacas. Clima favorável e altos preços futuros do robusta impulsionam as exportações da Indonésia. As exportações acumuladas no ano-safra de café de abril de 2024 a março de 2025 aumentaram em 1.651.849 sacas ou 80,01% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo um total de 3.715.889 sacas. O ano-safra de abril de 2024 a março de 2025 foi concluído, sendo 85% de café robusta e o restante de café arábica, com uma produção total estimada de 10,90 milhões de sacas, um aumento de 22% em relação ao ano anterior.

Torrefadores americanos enfrentam problemas de suprimentos com entregas

Para o fundador e torrefador da Fuego Coffee Roasters, Reneé Colón, infelizmente, o café vai ficar mais escasso". Perdas causadas pelo calor e pela seca reduziram as previsões de produção no Brasil e no Vietnã, os maiores produtores de café do mundo. A estimativa produção global seria de aumento, mas não tanto quanto os investidores do mercado de commodities esperavam. Isso elevou os preços do café, em grande parte devido à alta demanda contínua na Europa, EUA e China. 

Em um matéria da mídia de Quincy, cidade que faz parte da área da Grande Boston, Jackie Schlipmann, que trabalha na Quincy Tea Co. afirmou que os preços para o consumidor podem precisar ser alterados no futuro, quando os suprimentos atuais acabarem. "O que temos agora ou não foi impactado pelos preços das tarifas, ou compramos antes das tarifas. Há itens que estamos vendendo e, se fizermos um novo pedido agora, o preço seria drasticamente diferente."

No Bailey's Coffeehouse and Fudge Shop, a proprietária Amy Hendrian observou que "o preço do café subiu para cerca de US$ 1,51 a mais por libra. Isso foi enorme". Ela também está enfrentando problemas na cadeia de suprimentos, observando que as entregas estão "extremamente atrasadas". Atualmente, a Bailey's está arcando com os custos extras, mas ela não sabe por quanto tempo conseguirá manter essa situação. "É algo que me pesa no coração, pois não quero aumentar os preços", disse ela.

E o consumo mundial continua aumentando e a grande pergunta, " vai ter café para todos"  

Luckin Coffee registra receita de US$ 1,22 bilhão no 1º trimestre, alta de 41%

A Luckin Coffee Inc. anunciou nesta semana seus resultados financeiros não auditados para o trimestre encerrado em 31 de março de 2025. O Dr. Jinyi Guo, cofundador e CEO da Luckin Coffee, disse: "Entregamos resultados sólidos no primeiro trimestre, marcados por um crescimento de receita de 41% em relação ao ano anterior e uma melhora saudável na margem, à medida que expandimos para mais de 24.000 lojas. Notavelmente, nossas lojas próprias retornaram a um crescimento positivo nas vendas nas mesmas lojas, de 8,1%, refletindo a crescente demanda dos clientes, bem como a eficácia da nossa estratégia de desenvolvimento. A receita líquida total foi de US$ 1,220 bilhões, representando um aumento de 41,2% em relação ao ano anterior.

A abertura líquida de novas lojas foi de 1.757, compreendendo 1.743 lojas na China (incluindo 5 lojas em Hong Kong), 6 lojas em Singapura e 8 lojas na Malásia. O número total de lojas aumentou para 24.097 no final do primeiro trimestre, compreendendo 15.598 lojas próprias e 8.499 lojas parceiras, o que representou um crescimento de 7,9% em relação ao total de lojas no final do quarto trimestre de 2024.

Nestlé amplia estratégias de oferta de café no mercado da China

A Nestlé está redobrando sua estratégia de café na China, com o objetivo de capturar o crescente apetite por experiências de café diversificadas e de alta qualidade entre os consumidores chineses. Jiang Haiying, vice-presidente sênior da Nestlé na Região da Grande China e chefe da unidade de negócios de café, disse que o potencial de crescimento do mercado chinês "fortaleceu nosso compromisso de acelerar nossos negócios de café na China". 

Ela disse que a Nestlé Coffee buscará "projetos de inovação maiores, em menor número, melhores e mais focados", visando tendências de ponta no comportamento do consumidor chinês e no consumo de café para impulsionar a próxima onda de expansão. De acordo com o relatório de resultados do primeiro trimestre de 2025 da Nestlé, divulgado em 24 de abril, os negócios globais de café da empresa alcançaram um crescimento de 5,1% em relação ao ano anterior.

O consumo de café na China aumentou 167% na última década, atingindo 350.000 toneladas ( 5,834 milhões de sacas ) . O mercado deixou de ser dominado pelo café instantâneo e passou a ter um cenário mais diversificado, com o café fresco e o café de varejo emergindo como segmentos principais.  A Nestlé continua liderando o segmento de café instantâneo, graças ao seu amplo portfólio de produtos e forte valor de marca. Enquanto novos participantes e marcas locais estão expandindo rapidamente sua presença no varejo.

Outras marcas líderes de bebidas de café instantâneo incluem JDE Peet's, Saturnbird Coffee e Trung Nguyen Group Corp, de acordo com a Mintel. À medida que mais consumidores chineses adotam o café não apenas como uma bebida, mas como uma experiência emocional e parte da vida diária, a empresa está apostando que a inovação, as ofertas conscientes sobre a saúde e o design de produtos baseado em cenários impulsionarão a próxima fase de seu crescimento no dinâmico mercado de café da China.

 Tata Starbucks otimista após aumento 7% nas vendas e 16% nas receitas

A Tata Consumer Products registrou um desempenho anual positivo para sua joint venture Tata Starbucks na Índia, impulsionada pelo forte crescimento da receita no segundo semestre do ano fiscal. A Tata Starbucks é hoje a maior rede de cafeterias de marca do país do sul da Ásia , com 479 lojas em 80 cidades. Em dezembro de 2024, a Tata Starbucks anunciou que controlaria o crescimento das lojas após a alta inflação ter afetado a confiança do consumidor, mas que poderia "calibrar" a abertura de mais lojas em 2025 e manter o ritmo para atingir 1.000 lojas até 2028.

A Tata Starbucks abriu 58 novas lojas nos 12 meses encerrados em 31 de março de 2025, mas adicionou apenas seis lojas no quarto trimestre. Com 100 lojas em Mumbai, a Tata Starbucks também atingiu 50 locais em Bengaluru no quarto trimestre e entrou em 19 novas cidades na Índia nos últimos 12 meses. A Tata Starbucks alcançou um crescimento de 5% na receita anual no período de 12 meses. O crescimento das vendas melhorou sequencialmente, subindo 7% no segundo semestre do ano, em comparação com 3% no primeiro. A receita total anual da Tata Consumer cresceu 16% em relação ao ano anterior, para US$ 200 milhões.

Ótimo Final de semana

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