O equilíbrio precário entre produção e consumo global vai persistir
Santos, sexta-feira, 16 de maio de 2025
Continuou esta semana o forte “sobe e desce” das cotações do café nas bolsas de Nova Iorque e Londres. Hoje, os contratos de arábica na ICE Futures US e os de robusta, na ICE Europe, fecharam em queda acentuada, encerrando uma semana negativa para os negócios de café. Com o recuo das cotações em Nova Iorque e Londres, no mercado físico brasileiro, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas, levando os poucos cafeicultores que ainda têm lotes da safra 2024/2025 a se retirarem do mercado, praticamente paralisando os negócios.
As notícias, sobre o início no Brasil - maior produtor e exportador mundial de café – de sua colheita nas regiões produtoras de conilon e do avanço dos preparativos para o início efetivo dos trabalhos nas regiões produtoras de arábica, ao mesmo tempo em que estimativas privadas mais positivas sobre o tamanho da safra brasileira 2025/2026 são colocadas na imprensa, jogaram para segundo plano os baixos estoques globais e os seguidos problemas climáticos nos principais países produtores de café.
Mesmo as projeções mais otimistas da produção brasileira de café em 2025, apontam para um cenário tão apertado como o atual no novo ano-safra que começará em julho próximo. Nossos estoques de passagem no final de junho serão historicamente baixos, e até os maiores números de produção lançados no mercado apontam para uma safra 2025/2026 com tamanho próximo ao da atual safra 2024/2025. O equilíbrio precário entre produção e consumo global vai persistir no ano-safra 2025/2026.
O atual quadro político e econômico mundial continuará apresentando enormes incertezas, levando bolsas e mercados ao redor do mundo a trabalharem com fortes e rápidas oscilações. É impossível prever o que acontecerá nas próximas semanas e meses.
Os contratos de arábica com vencimento em julho próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram hoje 1.120 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,7410 na máxima do dia, em queda de 90 pontos. Fecharam valendo US$ 3,6565 com perdas de 935 pontos. Ontem subiram 1.020 pontos e anteontem caíram 1.155 pontos. Na terça-feira subiram 340 pontos e na segunda, recuaram 1.480 pontos. Somaram queda de 2.210 pontos nesta semana. Na semana passada subiram 235 pontos. Na semana anterior à passada caíram 1.445 pontos. No mês de abril, acumularam ganhos de 2.535 pontos. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 16, estes contratos para julho próximo somam alta de 5.720 pontos.
Os contratos de arábica, com vencimento no último mês de maio na ICE americana, fecharam hoje valendo US$ 3,7625 por libra peso.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para julho próximo bateram, na máxima do dia, em 4.986 dólares por tonelada, em alta de 15 dólares. Fecharam o pregão valendo 4.865 dólares, em queda de 106 dólares. Ontem caíram 39 dólares e anteontem 119 dólares. Na terça-feira subiram 77 dólares e na segunda recuaram 174 dólares. Somaram queda de 361 dólares nesta semana. Caíram na semana passada 65 dólares e na semana anterior à passada, fecharam em alta de 165 dólares. No mês de abril tiveram alta de 71 dólares. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 16, esses contratos de robusta para julho próximo acumulam alta de 138 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US subiram hoje 9.347 sacas. Estão em 851.169 sacas. Há um ano eram de 749.878 sacas. Subiram nesse período 101.291 sacas. Somaram alta nesta semana de 13.001 sacas. Subiram na semana passada 10.049 sacas e na semana anterior à passada, 6.098 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 16, acumulam perdas de 128.798 sacas.
O dólar recuou hoje 0,16%, fechando o dia a R$ 5,6700. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,6550 e a sexta-feira anterior à passada, no mesmo valor, de R$ 5,6550.
Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE Futures US, fecharam hoje valendo R$ 2.742,48. Terminaram a última sexta-feira valendo R$ 2.900,54 e encerraram a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.882,96.
O mercado físico brasileiro permaneceu paralisado. Há interesse comprador para todos os padrões de café, mas lotes de café da atual safra 2024/2025 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos. Os cafeicultores que detêm esses lotes se recusam a vender nas bases de preços ofertadas atualmente pelos compradores.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de abril foram embarcadas 3.092.802 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 27,7 (1.183.008 sacas) menos que no mesmo mês de 2024 e 6,2% (205.382 sacas) menos que no último mês de março. Foram 2.680.723 sacas de café arábica (queda de 15,7, ou 143.372 sacas em relação a março de 2025) e 103.577 sacas de café conilon (queda de 25,5% ou 35.425 sacas em relação a março de 2025), totalizando 2.784.300 sacas de café verde embarcadas, que somadas a 304.198 sacas de solúvel (queda de 7,8% ou 25.899 sacas em relação a março de 2025) e 4.304 sacas de torrado, totalizaram 3.092.802 sacas exportadas em abril último.
Até dia 16, os embarques de maio estavam em 946.968 sacas de café arábica, 40.640 sacas de café conilon, mais 116,255 sacas de café solúvel, totalizando 1.103.863 sacas embarcadas, contra 986.115 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 1.325.978 sacas, contra 1.382.556 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 2.210 pontos ou US$ 29,23 (R$ 165,75) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE, fecharam no dia 9 a R$ 2.900,54 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.742,48. Hoje, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 935 pontos.