Início da colheita brasileira ajuda a pressionar mercado de café
Santos, sexta-feira, 23 de maio de 2025
O início da colheita da nova safra brasileira de café, essencial para o andamento do comércio mundial de café, tem ajudado fundos e especuladores a pressionarem as cotações do café na ICE Futures US e na ICE Europe. Em meio a um forte e rápido “sobe e desce” diário, os contratos de café em Nova Iorque e Londres fecharam mais uma semana em queda.
As projeções da produção brasileira de café em 2025/2026, apontam para um cenário tão apertado como o atual no novo ano-safra que começará em julho próximo. Nossos estoques de passagem no final de junho serão historicamente baixos, e as estimativas mais otimistas de produção lançadas no mercado apontam para uma safra brasileira 2025/2026 com tamanho próximo ao da atual safra 2024/2025.
O quadro político e econômico brasileiro e mundial, com enormes incertezas, que levam bolsas e mercados ao redor do mundo a trabalharem com fortes oscilações, torna ainda mais nebuloso o cenário para o mercado de café em todo o mundo. É impossível enxergar o que acontecerá nas próximas semanas e meses.
A ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, divulgou ontem, quinta-feira, dia 22, que nos primeiros quatro meses deste ano, o consumo de café no varejo brasileiro — responsável por 73% a 78% da demanda interna — registrou queda acumulada de 5,13%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os preços do café moído acumulam 80,2% de alta nos últimos 12 meses, de acordo com o IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Segundo o levantamento da ABIC, foram vendidas 4,75 milhões de sacas nos quatro primeiros meses do ano, contra 5,01 milhões no mesmo intervalo de 2024.
Os contratos de arábica com vencimento em julho próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram hoje 775 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,6300 na máxima do dia, em alta de 225 pontos. Fecharam valendo US$ 3,6100 em alta de 25 pontos. Ontem esses contratos recuaram 955 pontos e anteontem subiram 100 pontos. Na terça-feira caíram 540 pontos e na segunda subiram 905 pontos. Somaram queda de 465 pontos nesta semana e de 2.210 pontos na semana passada. Na semana anterior à passada subiram 235 pontos. No mês de abril, acumularam ganhos de 2.535 pontos. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 23, estes contratos para julho próximo somam alta de 5.255 pontos.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para julho próximo bateram, na máxima do dia, em 4.809 dólares por tonelada, em alta de 22 dólares. Fecharam o pregão valendo 4.790 dólares, em alta de 3 dólares, Ontem caíram 116 dólares e anteontem fecharam estáveis, sem variação. Na terça-feira recuaram 70 dólares e na segunda subiram 108 dólares. Caíram 75 dólares nesta semana e 361 dólares na semana passada. Na semana anterior à passada, caíram 65 dólares. No mês de abril tiveram alta de 71 dólares. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 23, esses contratos de robusta para julho próximo ainda acumulam alta de 63 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures subiram hoje 3.393 sacas. Estão em 886.590 sacas. Há um ano eram de 774.716 sacas. Subiram nesse período 111.874 sacas. Somaram alta nesta semana de 35.421 sacas. Subiram na semana passada 13.001 sacas e na semana anterior à passada 10.049 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 23, acumularam perdas de 93.377 sacas.
O dólar caiu hoje 0,26%, fechando a semana a R$ 5,6470. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,6700 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,6550.
Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE Futures US, fecharam hoje valendo R$ 2.696,62. Terminaram a última sexta-feira valendo R$ 2.742,48 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.900,54.
O mercado físico permaneceu praticamente paralisado por toda a semana, com poucos negócios fechados. Há interesse comprador para todos os padrões de café, mas lotes de café da safra 2024 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos. Os cafeicultores que detêm esses lotes se recusam a vender nas bases de preços ofertadas atualmente pelos compradores.
Até dia 23, os embarques de maio estavam em 1.596.759 sacas de café arábica, 62.550 sacas de café conilon, mais 207.622 sacas de café solúvel, totalizando 1.866.931 sacas embarcadas, contra 1.870.135 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 23, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 2.080.045 sacas, contra 2.276.261 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 16, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 465 pontos ou US$ 6,15 (R$ 34,73) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE, fecharam no dia 16 a R$ 2.742,48 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.696,62. Hoje, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 25 pontos.