Mercado físico calmo na semana, com poucos negócios realizados
Santos, sexta-feira, 30 de maio de 2025
Os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe encerraram esta sexta-feira em queda, fechando uma semana de perdas fortes. Com a colheita da nova safra do Brasil, maior produtor mundial, avançando, fundos e especuladores pressionaram as cotações do robusta e do arábica.
Em nossa opinião, as projeções da produção brasileira de café em 2025/2026, apontam para um cenário no novo ano-safra, que começará em julho próximo, semelhante ao do atual 2024/2025. Temos como agravante, os estoques de passagem ao final de junho próximo, que serão historicamente baixos, provavelmente os menores desde que começamos a registrar esses números. Todos os relatos que ouvimos, de cooperativas, produtores, comerciantes e exportadores, confirmam os armazéns vazios, sendo que o pouco café remanescente ainda depositado nesses armazéns, já estão, em quase sua totalidade, comprometidos com os embarques brasileiros de junho e início de julho. Somos os maiores exportadores e segundo maiores consumidores de café, e todos nossos compromissos com exportações e consumo terão de ser atendidos com a nova safra que começamos a colher. Em 2024, exportamos mais de 50 milhões de sacas e consumimos 22 milhões de sacas. Para agravar esse quadro, os estoques de café também são baixos nos demais países produtores, e nos países consumidores.
O panorama político e econômico, brasileiro e mundial, com enormes incertezas, que levam bolsas e mercados ao redor do mundo a trabalharem com fortes e rápidas oscilações, torna ainda mais nebuloso o cenário para o mercado de café em todo o mundo. É impossível enxergar o que acontecerá no próximo ano-safra cafeeiro.
A colheita do conilon avança em bom ritmo, no Espírito Santo e sul da Bahia já atingiu os 25%, e a de arábica começa a se desenvolver. Os primeiros números das duas colheitas, parecem confirmar as previsões de agrônomos e cafeicultores: Uma safra maior para o conilon, quando comparada à de 2024, e a de arábica, menor que a safra atual. Mas ainda é cedo para conclusões mais seguras.
Os contratos de arábica com vencimento em julho próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram hoje 980 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,5100 na máxima do dia, em alta de 260 pontos. Fecharam valendo US$ 3,4245 com perdas de 595 pontos. Ontem caíram 355 pontos e anteontem 975 pontos. Na terça-feira subiram 70 pontos. Na segunda-feira não houve pregão em Nova Iorque. Esses contratos somaram queda de 1.855 pontos nesta semana. Recuaram 465 pontos na semana passada e 2.210 pontos na semana anterior à passada. Caíram neste mês de maio 5.830 pontos. No mês de abril, acumularam ganhos de 2.535 pontos. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 30, estes contratos para julho próximo somam alta de 3.400 pontos.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para julho próximo bateram, na máxima do dia, em 4.642 dólares por tonelada, em alta de 50 dólares. Fecharam o pregão valendo 4.566 dólares, em queda de 56 dólares. Ontem caíram 26 dólares e anteontem 104 dólares. Na terça-feira recuaram 94 dólares. Na segunda-feira não houve pregão em Londres. Somaram queda de 280 dólares nesta semana. Caíram 75 dólares na semana passada e 361 dólares na semana anterior à passada. Caíram neste mês de maio 280 dólares. No mês de abril, esses contratos tiveram alta de 71 dólares. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 30, esses contratos de robusta para julho próximo acumulam queda de 217 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures caíram hoje 3.326 sacas. Estão em 888.390 sacas. Há um ano eram de 786.366 sacas, subindo nesse período 102.024 sacas. Subiram nesta semana 1.800 sacas e na semana passada 35.421 sacas. Somaram alta neste mês de maio de 74.722 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 30, acumularam perdas de 91.577 sacas.
O dólar subiu hoje 0,94%, fechando o dia a R$ 5,7200. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,6470 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,6700.
Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE Futures US, fecharam hoje valendo R$ 2.591,12. Terminaram a última sexta-feira valendo R$ 2.696,62 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.742,48.
O mercado físico permaneceu calmo por toda a semana, com poucos negócios realizados. Há interesse comprador para todos os padrões de café, mas lotes de café da atual safra 2024 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos. Os cafeicultores que detêm esses lotes se recusam a vender nas bases de preços ofertadas atualmente pelos compradores. São raros os lotes de arábica da nova safra 2025/2026 ofertados no mercado. Os trabalhos de colheita ainda estão no início, mas começam a sair vendas de pequenos lotes da nova safra brasileira.
Até dia 30, os embarques de maio estavam em 2.130.352 sacas de café arábica, 125.370 sacas de café conilon, mais 311.132 sacas de café solúvel, totalizando 2.566.854 sacas embarcadas, contra 2.857.408 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 30, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 2.813.646 sacas, contra 3.267.898 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 23, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 1855 pontos ou US$ 24,54 (R$ 140,36) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE, fecharam no dia 23 a R$ 2.696,62 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.591,12. Hoje, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 595 pontos.