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Em um mercado em alta, até os pessimistas ganham dinheiro


Por José Roberto Marques da Costa

Com forte volume 64.918 lotes de negócios nesta sexta-feira, 27.870 lotes a mais do que quinta-feira, quando teve volatilidade de 14,10 cents. O julho fechou em queda de 1,70 cents ( 0,47% ) a 358,05 cents, com variação de 20,10 cents, de 356,30 cents a 376,40 cents, rompendo duas resistências do dia em 365,95 cents e 30,42 cents, não chegando a terceira em 379,18 cents devido a uma pedra do meio do caminho ( relatório do payroll ). Na semana acumula ganhos de 15,60 cents, os estoques certificados diminuíram 5.815 sacas para 820.669 sacas e esperando certificação 101.543 sacas, acumula na semana queda de 67.721 sacas ( 7,6% )

O volume de negócios em Londres atingiu 22.166 lotes, 631 lotes a mais que quinta-feira, quando teve a variação de US$ 129. O julho fechou em queda de US$ 153 ( 3,7% ) a US$ 4.400/t, terndo uma forte variação de US$ 291, de US$ 4.428 a US$ 4.719/t. Nos últimos três pregões em Londres a volatilidade média diária atingiu  a incrível marca de US$ 206, acumula na semana perda em Londres fechou a US$ 110 a tonelada.  A diferença entre as duas bolsas aumentou de 146,76 cents para 155,57 cents

Na análise de quarta-feira abordei de que mantendo este suporte e em  mercado  “sobrevendido” com ajuda da desvalorização do dólar,  tudo indica que acima do nível 350,00 cents, NY pode ter novamente outro "repique", repeteco da performance da primeira semanal de abril quando chegou a 323,90 cents e  foi buscar 427,80 cents. Na quinta-feira,  julho rompeu 360,00 cents durante o pregão, provocando mudança radical na tendência gráfico técnico, de performance de queda para alta na busca de 370 cents, hoje ultrapassou este nível chegando a 376,40 cents.

Ontem, mencionei que a várias semanas tenho abordado que a performance do pregão em NY não está sendo influenciado pelos fundamentos, mas somente pelas notícias positivas ou negativas da economia  americana e a continuidade do rally e a tendência novo gráfico técnico será colocado à prova nesta sexta-feira com divulgação relatório do payroll. O relatório do payroll jogou um "balde" de água fria no  mercado de café e na grande maioria das comodities ( ouro fechou em queda 0,84% a US$ 3.346,6 por onça-troy). Nos últimos 56 dias, desde 11 de abril, a queda acumulada foi de quase 20%, de 415,00 cents para  334,00 cents. Nesta semana, a perspectiva técnica mudou significativamente depois que julho consequiu se manter o importante suporte de 337,25 cents.  Apesar da queda nesta sexta-feira em NY, a tendência dos gráficos técnico não mudou, indicando a busca da meta de 380,00 cents e 390,00 cents, podendo ultrassar o nível de 11 de abril.

Relatório do payroll joga um "balde" de água fria no mercado de café

Nos útimos três pregões em NY atinge volatilide de 39,85 cents ( 11,8% ), de 336,55 cents (quarta-feira ) a 376,40 cents ( sexta-feira ) e Londres US$ 404 a tonelada, de US$ 4.315/t ( quarta-feira ) a US$ 4.719/t  ( sexta-feira ), provocado somente pelas divulgação dos econômia americana, que influenciou todas as commodities,variação do dólar e taxas de juros dos Treasuries nos Estados Unidos. A divulgação  surpresa jogou um grande "balde" de água fria no mercado de café e NY e Londres.  Antes da divulgação da playroll, julho em NY operava em 376,00 cents, alta de 16,25 cents e depois perdeu os ganhos do dia e fechou em queda de 1,70 cents. Londres operava acima de 4.710/t, alta de US$ 141, e fechou com perdas de US$ 153/t.

 O levantamentos de mercado de trabalho, divulgados ao longo da semana, mostrou dados referente a maio adiantando um enfraquecimento do mercado de trabalho. O relatório ADP indicou a criação de 37 mil novos empregos no setor privado no mês passado, bem abaixo das projeções de 144 mil. Além disso, esse é o menor nível de contratações desde março de 2023. Já o Job Openings and Labor Turnover Survey (Jolts), que é referente ao mês de abril, viu o número de vagas subir para 7,4 milhões.

Nesta manhã a divulgação do payroll de que os Estados Unidos (EUA) criaram 139 mil vagas de emprego em maio deste ano, acima das 125 mil que mercado apontava. O payroll do mês passado desacelerou frente à leitura de abril, quando a economia norte-americana abriu 147 mil vagas, mostra  dado revisado. Os números de março também foram retificados, de 185 mil para 120 mil. A taxa de desemprego permaneceu em 4,2% em maio, enquanto o número de desempregados fechou o mês em 7,2 milhões. Já a taxa de participação da força de trabalho e a métrica emprego-população foram de 62,4% e 59,7%, respectivamente.

Nesta manhã, depois da divulgação,  as taxas de juros negociadas no mercado futuro começaram a  opera em alta, alinhadas ao avanço do dólar ( DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou em alta 0,44%, aos 99,192 pontos ) e forte avanço dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos. A divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos em maio, que apresentou criação de vagas acima das estimativas, com aumento de ganhos dos trabalhadores e estabilidade na taxa de desemprego. Por outro lado, houve revisão para baixo nos dados de março e abril. O relatório reforçou a percepção de aquecimento da economia norte-americana e afastou apostas em um início dos cortes de juros antes de setembro.

Segundo analista econonomico, o café fechou em queda pressionado por dados de emprego acima do esperado nos Estados Unidos, que reduziram as apostas de que o Federal Reserve vá flexibilizar a política monetária em breve. O relatório também impulsionou o dólar americano, movimento que pesou sobre sobre as commodities em geral. Apesar da queda no dia, especialistas ainda veem espaço para valorização do café. A ligação "muito aguardada" entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o chinês Xi Jinping trouxe pouca clareza. Essas são negociações muito difíceis e não serão resolvidas apenas por telefone. Se as manchetes sobre tarifas voltarem a ser negativas, isso tende a favorecer o café.

O relatório da CFTCreferente a 03 de junho mostram que os grandes fundos diminuíram suas posições compradas em 1.159 lotes e aumentaram em 706 lotes suas posições vendidas,  neste período a variação de julho passou de 361,00 cents a 340,85 cents, queda de 20,15 cents.  Pela lógica, quando há forte queda em NY, os comerciais ( vendidos) aumentam suas posições liquidas vendidas, mas ultimamente  eles estão diminuído.

Neste semana,  apesar da queda  5,58%, os comerciais diminuindo em 8,4% suas posições líquidas vendidas. A 27 dias atrás, quando os contratos futuros de julho operava 399,80 cents, a posição líquidas dos "vendidos" estavam com 68.580 posições líquidas. Os preços em NY teve queda de 58,95 cents  queda de contratos líquidos vendidos foi de 14.892 mil lotes ( - 21,7% ), os comerciais estão saindo de posições vendidas evitando futuras perdas econômicas em futura cobertura de posições, evitando de serem estopados novamente . Em mercado irracional ( surrealista), os "vendidos" estão apostando na alta

Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) mostraram queda de 8,9% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram alta, passando 190.384 lotes para 199.133 lotes, aumento devido ao vencimento das opções de julho no dia 12. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 21.712 posições líquidas compradas, sendo 31.725 posições compradas e 10.013 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 27 de maio, eles tinham 23.577 posições líquidas compradas sendo 32.884 posições compradas e 9.307 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram em 8,4% suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 27, saldo de 53.688 posições líquidas vendidas, sendo 55.573 posições compradas e 109.261 vendidas. No relatório anterior do dia 27, possuíam 58.577 posições líquidas vendidas, sendo 50.828 posições compradas e 109.405 vendidas. 

Segundo comerciante, o mercado se recuperou nas duas últimas sessões, apoiado por um grande saque dos estoques de café arábica da ICE, especialmente do café brasileiro armazenado na Antuérpia. O arábica ganhou 4,5% na semana. Os estoques de café certificados caíram 7,6%, cerca de 67.721 sacas para 820,669 sacas e no porto de Antuérpia estão depositadas 276.881 sacas.

Na manhã de quinta-feira rumores de mercado que um empresa comercial ( torrador ) teria feito uma compra volumosa de 300 mil sacas, que representa mais de mil lotes que provocou forte alta em NY. Em mesmos de 30 minutos da bolsa, julho rompeu as três resistência do dia.  "As conversas de mercado há algum tempo sugerem que grande parte do estoque certificado brasileiro na Europa já está comprometido com as torrefadoras", disse Tomas Araujo, corretor da StoneX.

Na quinta-feira, a Agnocafé publicou um ótimo artigo do analista financeiro Rhys Northwood, onde descreve o mundo real do mercado de café, onde ele aborda o desequilíbrio entre oferta e demanda que está sendo tão flagrante quanto duradouro. Veja a integra abaixo 

O mercado global de café está em um momento crucial, com interrupções no lado da oferta e estoques em queda, criando uma tempestade perfeita para a valorização dos preços. A queda nas exportações de café do Vietnã, agravada pelo déficit projetado de arábica do Brasil e pela redução dos estoques globais, está preparando o cenário para um mercado altista prolongado nos contratos futuros de café. Para os investidores, essa convergência de fatores representa um argumento convincente para o estabelecimento de posições compradas em commodities de café.

Pergunta: "Agora é a hora de investir em futuros de café, dadas as atuais condições de mercado e as interrupções no lado da oferta?"

A crise de oferta: declínio das exportações do Vietnã

O Vietnã, o maior produtor mundial de café robusta, viu suas exportações despencarem 18% em relação  ao mesmo período do ano anterior no primeiro trimestre de 2025 , apesar de um aumento recorde de 41% no valor das exportações, impulsionado pela alta dos preços. Esse paradoxo tem raízes em desafios estruturais. Os agricultores estão migrando para culturas de maior valor, como durião e macadâmia, reduzindo as áreas de cultivo de café. Enquanto isso, a queda na produtividade causada pelo clima — exacerbada pelas secas causadas pelo El Niño — tem prejudicado ainda mais a produção.

Embora a produção vietnamita de 2025/26 esteja projetada para atingir 31 milhões de sacas de 60 kg (+7% em relação a 2024/25), as exportações devem ficar para trás devido aos baixos estoques domésticos e à relutância dos produtores em vender aos preços atuais. Esse descompasso entre a produção e a capacidade de exportação deixa os mercados globais sem oferta de robusta — um componente essencial de misturas de café instantâneo e misturas para espresso.

A crise do Arábica no Brasil

Enquanto as dificuldades do robusta no Vietnã dominam as manchetes, o setor de arábica no Brasil também desestabiliza a oferta global. Uma queda de 4,4% na produção de arábica do Brasil em 2025/26 — impulsionada por chuvas irregulares e infestações de pragas — está restringindo a oferta dessa variedade premium de café. O arábica representa 60% do consumo global de café, e a produção brasileira, sozinha, cobre 35% da demanda global de arábica. Sem grandes regiões excedentes para suprir a lacuna, os compradores enfrentam uma dura realidade: menor oferta atende à crescente demanda

Níveis de estoque: o ponto de inflexão

Os estoques globais de café caíram a níveis precários. Em junho de 2025, a projeção é de que os estoques totais caiam para 14,5 milhões de sacas , o menor nível desde 2015. Essa queda é particularmente acentuada nos principais mercados:

- Estoques comerciais dos EUA : queda de 28% em relação ao ano anterior, para 1,2 milhão de sacas.

- Estoques internos do Brasil : próximos das mínimas históricas, com os exportadores priorizando o  fluxo de caixa em vez de manter reservas.

A taxa de recuo — uma medida da oferta de café em relação à demanda — caiu para 18 dias , bem abaixo do buffer de 30 dias considerado seguro pelos traders. Essa pequena reserva de estoque significa que até mesmo pequenas interrupções (por exemplo, eventos climáticos, disputas comerciais) podem desencadear compras de pânico e picos acentuados de preços.

 Demanda: por que os preços permanecerão elevados

Crescimento da demanda estrutural : o consumo global de café está aumentando a uma taxa anual de 2,3% , impulsionado por mercados emergentes como a Indonésia e pelo boom de cafés domésticos no Vietnã (projetado para consumir 4,9 milhões de sacas em 2025/26).

Compra Especulativa : Os investidores estão investindo em contratos futuros de café, com o interesse  em aberto nos Futuros de Café C da ICE subindo 45% em relação ao ano anterior. Essa entrada reflete tanto a atividade de hedge quanto as apostas otimistas.

Barreiras Comerciais como Catalisador : O Regulamento de Desmatamento da UE (EUDR), que exige rastreabilidade de origem até 2026, ameaça interromper 41% das exportações do Vietnã .

Os custos de conformidade podem forçar a saída de exportadores menores, restringindo ainda mais a oferta.

O caso de investimento: apostar longo em futuros de café

Os fundamentos são claros: restrições de oferta, estoques baixos e demanda crescente estão prontos para impulsionar os preços do café. Para os investidores, a melhor opção é uma posição comprada em  contratos futuros de Café C da ICE (ARAB) ou Robusta , com as seguintes considerações:

Ponto de entrada : com os preços já próximos das máximas de vários anos, espere por uma pequena retração (correção de 5–10%) antes de estabelecer uma posição.

Gestão de risco : use stop-loss nas mínimas de 2024 (por exemplo, US$ 2,00/lb para arábica) para se proteger contra picos inesperados de oferta.

Hedge : combine futuros de café com posições vendidas em commodities agrícolas menos atreladas à  volatilidade climática (por exemplo, milho ou soja) para equilibrar os portfólios.

Riscos para a Tese

Recuperação do clima : chuvas favoráveis ​​no Brasil e no Vietnã podem aumentar a produtividade além do previsto.Excesso de política : atrasos na conformidade com a EUDR podem atrapalhar a logística e reduzir  temporariamente os preços.Crise econômica : uma recessão global pode reduzir os gastos discricionários com café, embora esse cenário continue sendo de baixa probabilidade, dadas as tendências atuais de crescimento.

Conclusão: Aumente os lucros

O desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de café é tão flagrante quanto duradouro. Com as exportações do Vietnã restringidas, a produção de arábica do Brasil em queda e os estoques em níveis críticos, o cenário está pronto para uma recuperação sustentada. Para investidores dispostos a abraçar a volatilidade, os contratos futuros de café oferecem uma aposta de alta convicção . Como diz o velho ditado: "Em um mercado em alta, até os pessimistas ganham dinheiro".

Fontes de dados: USDA, Alfândega do Vietnã, ICE Futures, Associação de Café e Cacau do Vietnã (Vicofa).

Ótimo final de semana

Comentarios

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Data: 07/06/2025 11:05 Nome do Usuário: Honorato
Comentário: La vem vidente kkkkkk
Data: 07/06/2025 09:00 Nome do Usuário: Fábio
Comentário: Quem vive verá: NY 130 C DE AGORA A 24 MESES
Contrato Cotação Variação
Julho 349,70 + 1,90
Setembro 346,00 + 0,70
Dezembro 341,00 + 0,90
Contrato Cotação Variação
Julho 4.441 + 44
Setembro 4.287 - 27
Novembro 4.212 - 34
Contrato Cotação Variação
Julho 438,20 + 2,50
Setembro 421,80 - 1,40
Dezembro 420,90 + 1,55
Contrato Cotação Variação
DXY 98,18 + 0,28
Dólar 5,5430 + 0,01
Euro 6,4010 - 0,23
Ptax 5,5652 + 0,48
  • Varginha
    Descrição Valor
    Moka R$ 2490,00
    Safra 25/26 20% R$ 2490,00
    Peneira14/15/16 R$ 2620,00
    Duro/riado/rio R$ 2200,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2590,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Certificado 15% R$ 2540,00
    Duro/riado/rio R$ 2150,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2520,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Moka R$ 2430,00
    Duro/Riado 15% R$ 2280,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Safra 25/26 30% R$ 2470,00
    Peneira 17/18 R$ 2700,00
    Rio com 20% R$ 2180,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 25/26 20% R$ 2490,00
    Safra 25/26 30% R$ 2470,00
    Duro/Riado 20% R$ 2210,00
    Escolha kg/apro R$ 27,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Safra 25/26 25% R$ 2480,00
    Duro/riado 25% R$ 2260,00
    600 defeitos R$ 2430,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 23/24 R$ 2500,00
    Conilon/Vietnã R$ 1430,00
    Cepea Arábica R$ 2197,73
    Cepea Conilon R$ 1283,26
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1380,00
    Conilon T. 7 R$ 1370,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1350,00