Nova safra brasileira faz com que fundos e especuladores pressionem cotações
Santos, sexta-feira, 13 de junho de 2025
A entrada no mercado da nova safra brasileira de café 2025/2026, está levando fundos e especuladores a pressionarem as cotações do café em Nova Iorque e Londres. Em nossa opinião, no mercado cafeeiro, os fundamentos permanecem os mesmos: estoques historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo mundial. A aproximação do período de inverno no hemisfério sul complica esse cenário.
O quadro político e econômico global permanece com enormes incertezas, levando as bolsas ao redor do mundo a trabalharem com fortes e rápidas oscilações. É impossível prever o que irá acontecer nas próximas semanas e meses. Temos de aguardar o desenvolvimento das negociações na guerra tarifária entre EUA e China, convivendo com muita volatidade nos mercados mundiais, em meio às rápidas mudanças de opinião do presidente americano. O rompimento entre o presidente americano e seu principal apoiador e aliado, Elon Musk, reforçou a insegurança dos agentes econômicos.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os desdobramentos dessa guerra, e a situação no Oriente Médio, depois do sério ataque terrorista do Hamas à Israel, se agravam a cada dia. Nesta última noite, um novo e vitorioso ataque das forças israelenses contra o Irã, uma consequência do ataque terrorista do Hamas, desestabilizaram, mais uma vez, os mercados globais nesta sexta-feira.
A colheita da nova safra brasileira de café 2025/2026 avança em bom ritmo. Os primeiros números das duas colheitas, vão confirmando as previsões de agrônomos e cafeicultores: Uma safra maior para o conillon, quando comparada à de 2024, e a de arábica, menor que a safra atual. Mas é cedo para conclusões mais seguras.
As chuvas que caíram neste início de junho em algumas regiões produtoras de arábica no Brasil, derrubaram frutos e vão comprometer a qualidade média dos cafés dessas regiões.
Nos cinco primeiros meses de 2025, exportamos 4 milhões de sacas menos que no mesmo período de 2024. Colocamos a bordo 16.789.878 sacas de café, 19,2% menos que as 20.791.355 sacas embarcadas de janeiro a maio de 2024 (fonte CECAFÉ).
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou ontem, que no último mês de maio foram embarcadas 2.963.201 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 33,34 (1.482.628 sacas) menos que no mesmo mês de 2024 e 4,5% (140.792 sacas) menos que no último mês de abril. Foram 2.400.177 sacas de café arábica (queda de 10,7%, ou 288.165 sacas em relação a abril de 2025) e 202.686 sacas de café conillon (alta de 93,3% ou 97.849 sacas em relação a abril de 2025), totalizando 2.602.863 sacas de café verde embarcadas, que somadas a 356.891 sacas de solúvel (alta de 16,5% ou 50.676 sacas em relação a abril de 2025) e 3.447 sacas de torrado, totalizaram 2.963.201 sacas exportadas em maio último.
Hoje, os contratos de arábica na ICE Futures US e os de robusta na ICE Europe, apesar de abrirem seus pregões em forte baixa, encerraram o dia em alta moderada. A chegada neste final de semana de uma frente fria sobre os cafezais do sudeste brasileiro, deu sustentação às cotações do café, apesar do cenário negativo na economia internacional com o agravamento da situação no Oriente Médio.
Os contratos de arábica com vencimento em julho próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram hoje 1.350 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,5155 na máxima do dia, em alta de 375 pontos. Fecharam valendo US$ 3,4970 com ganhos de 190 pontos. Ontem caíram 285 pontos e anteontem 440 pontos. Na terça-feira recuaram 650 pontos. Na segunda-feira subiram 350 pontos. Esses contratos somaram queda nesta semana de 835 pontos. Subiram na semana passada 1.560 pontos e recuaram 1.855 pontos na semana anterior à passada. Caíram no mês de maio 5.830 pontos. No mês de abril, acumularam ganhos de 2.535 pontos. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 13, estes contratos para julho próximo somam alta de 4.125 pontos.
a ICE Europe, nesta sexta-feira, os contratos de robusta para julho próximo, bateram, na máxima do dia, em 4.464 dólares por tonelada, em alta de 67 dólares. Fecharam o pregão valendo 4.438 dólares, com ganhos de 41 dólares. Ontem subiram 5 dólares e anteontem caíram 17 dólares. Na terça-feira, recuaram 113 dólares. Na segunda-feira subiram 82 dólares. Somaram queda de 2 dólares nesta semana e de 70 dólares na semana passada. Recuaram 280 dólares na semana anterior à passada. Caíram 280 dólares no mês de maio. No mês de abril, esses contratos tiveram alta de 71 dólares. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 13, esses contratos de robusta para julho próximo acumulam queda de 289 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US subiram hoje 8.767 sacas. Estão em 846.291 sacas. Há um ano eram de 808.067 sacas, subindo nesse período 38.224 sacas. Subiram nesta semana 25.622 sacas e caíram na semana passada 67.721 sacas. Subiram na semana anterior à passada 1.800 sacas. No mês de maio somaram alta de 74.722 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 13, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 133.676 sacas.
O dólar caiu hoje 0,04%, fechando o dia a R$ 5,5410. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,5690 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,7200.
Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE Futures US, fecharam hoje valendo R$ 2.563,17. Terminaram a última sexta-feira valendo R$ 2.637,64 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.591,12.
No mercado físico brasileiro, aos poucos, cresce o número de negócios fechados com lotes da nova safra 2025/2026. Há interesse comprador para todos os padrões de café. Os trabalhos de colheita do arábica estão com bom ritmo e começam a sair vendas de lotes da nova safra. As vendas de conillon estão mais avançadas, com volume bem maior de negócios fechados. Lotes de arábica da atual safra 2024/2025 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos. Os cafeicultores que detêm esses lotes se recusam a vender nas bases de preços ofertadas atualmente pelos compradores.
Até dia 13, os embarques de junho estavam em 712.427 sacas de café arábica, 160.287 sacas de café conillon, mais 80.599 sacas de café solúvel, totalizando 953.313 sacas embarcadas, contra 945.206 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 13, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.203.084 sacas, contra 1.164.222 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 6, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 835 pontos ou US$ 11,04 (R$ 61,20) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE, fecharam no dia 6 a R$ 2.637,64 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.637,64. Hoje, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 190 pontos.
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