NY cai para o menor nível em 6 meses e Londres em 13 meses
Por José Roberto Marques da Costa
Agnocafé recomenda atualizações diárias sobre o clima, em ano de neutralidade, inverno chega com possibilidade de geadas em regiões de café. Inmet fez uma alerta nesta sexta-feira, nestes inverno, as massaa polares com maior intensidade devem ocorrer no mês de julho e agosto
O volume de negócios em NY atingiu 356.908 lotes, 436 lotes a menos do que quarta-feira, quando teve volatilidade de 13,15 cents. O setembro fechou em queda de 7,25 cents ( 2,25% ) a 315,05 cents, menor nível dos últimos 6 meses ( 22/01 ) com variação de 16,80 cents, de 311,85 cents a 328,65 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em 316,50 cents, mas não tendo força para buscar o segundo em 310,70 cents. Nesta semana acumula perda de 30,95 cents ( 8,9% ) e no mês de junho 27,40 cents ( 8% ). Na semana a volatilidade média diária atinge 13,77 cents. Os estoques certificados aumentaram 4.679 sacas para 868.567 sacas, na semana aumentaram 22.276 sacas, e esperando certificação 40.980 sacas
O volume em Londres atingiu 19.051 lotes, com setembro fechando em queda de US$ 150, a US$ 3.737/t, menor nível em 13 meses, variando US$ 293, de US$ 3.669/t a US$ 3.962/t, rompendo os três suportes do dia, em US$ 3.852/t, 3.816/t e US$ 3.790/t . Nesta semana acumula perda de US$ 550 ( 21,3% ) e no mês de junho US$ 773/t ( 17,1% ). Na semana a volatilidade média diária de Londres atinge US$ 209/t. Os estoques de café robusta na bolsa de Londres atingiram 858.333 sacas, um aumento de 18,44% em relação ao início do ano. O diferencial entre NY e Londres cai abaixo de 150,00 cents fechando nesta sexta-feira a 145,54 cents
O contrato de café arábica em NY fecha novamente em queda nesta sexta-feira, 20, acumulando recuo de 30,95 cents na semana, com negociações entre Israel e Irã estão um desastre. Após o feriado desta quinta, 19, nos Estados Unidos, os negócios ainda retrataram o ajuste à sinalização do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que o Banco Central americano não tem pressa para reduzir a taxa de juros diante das incertezas sobre o impacto das tarifas impostas pelo governo americano.
A diminuição das esperanças de cortes substanciais nas taxas de juros dos EUA compensa a demanda por refúgios seguros devido ao risco geopolítico. Antes do feriado, o Federal Reserve adotou um tom cauteloso em sua reunião na quarta-feira, mantendo a política monetária inalterada, conforme esperado, mas alertando sobre os riscos contínuos de inflação decorrentes de tarifas. Taxas mais altas normalmente reduzem o entusiasmo dos investidores. Enquanto isso, o presidente americano, Donald Trump, disse que decidiria dentro de duas semanas se se juntaria a Israel no ataque ao Irã, aumentando a pressão.
A Federação Europeia do Café observou que os estoques de robusta nos principais portos europeus aumentaram 10,98% em abril, atingindo 2,6 milhões de sacas. Isso ocorre em meio a preocupações geopolíticas e ao fortalecimento do dólar americano, enquanto o Federal Reserve manteve as taxas de juros inalteradas, conforme esperado.
Segundo o Rabobank, as colheitas no Brasil e na Indonésia continuam a aumentar a oferta e a exercer pressão de baixa sobre os preços (enquanto) relatórios de enfraquecimento da demanda continuam a surgir. A trader Icona Cafe disse que, no Vietnã, as árvores estão se desenvolvendo bem, já que as condições climáticas continuam boas, indicando uma safra futura abundante, que pode crescer cerca de 10%. Há condições climáticas favoráveis para a colheita no Brasil, disse a Icona, acrescentando que o fortalecimento do real brasileiro também estava impedindo os fornecedores de vender café cotado em dólar, reduzindo seus retornos em moeda local.
Segundo analise técnica da Economies.com nesta madrugada de sexta-feira, os preços do café confirmaram sua rendição ao viés de baixa, abaixo do suporte extra em 345,00 cents, formando um declínio acentuado e quebrando o nível de correção de Fionacci de 38,2% em 326,60 cents para se fixar perto de 317,00 cents. Tentativas estocásticas de atingir níveis de sobrevenda aumentarão as chances de acumular momentum negativo, o que nos faz preferir mais tentativas negativas que visem o nível 309,60 cents, atingindo o próximo suporte em 293,50 cents.
Segundo Eduardo Carvalhaers, tivemos mais uma semana de queda acentuada nas cotações do café, tanto na ICE Futures US em Nova Iorque, como na ICE Europe em Londres com fundos e especuladores continuam derrubando com força as cotações do café nas duas bolsas. Os fundamentos do mercado de café permanecem os mesmos: estoques historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo global.
Os estoques brasileiros de passagem no final deste mês de junho, são historicamente baixos, possivelmente os menores em mais de cem anos, e nossa nova safra, que começa a entrar no mercado, mesmo que atinja o volume das maiores estimativas privadas, não será suficiente para termos um estoque de passagem mais confortável em junho de 2026. No entanto, a expectativa de uma possível grande safra de café no Brasil em 2026, contribui com a atual pressão sobre as cotações do café neste início da nova safra brasileira 2025.
Segundo relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, os preços do café continuam cedendo diante do avanço da colheita no Brasil, e com a percepção mais positiva para a safra (em relação ao que se esperava no início do ano), ausência de geadas (até 17/jun) e com o clima melhor, com chuvas se estendendo, o que deve favorecer a produtividade da próxima temporada. " As primeiras estimativas para o ciclo global cafeeiro 2025/26 indicam uma perspectiva de melhora na oferta, com uma menor safra de arábica sendo compensada pelo crescimento do conilon", completa o documento.
Segundo a Reuters, as colheitas no Brasil e na Indonésia continuam a aumentar a oferta e a exercer pressão de baixa sobre os preços (enquanto) relatórios de enfraquecimento da demanda continuam a surgir", disse o Rabobank em uma nota. A trader Icona Cafe disse que, no Vietnã, as árvores estão se desenvolvendo bem, já que as condições climáticas continuam boas, indicando uma safra futura abundante, que pode crescer cerca de 10%. Há condições climáticas favoráveis para a colheita no Brasil, disse a Icona, acrescentando que o fortalecimento do real brasileiro também estava impedindo os fornecedores de vender café cotado em dólar, reduzindo seus retornos em moeda local.
Segundo analista do Vietnã Segundo Nguyen Quang Bing, os preços do café caem drasticamente, o robusta de Londres cai para o nível mais baixo em 13 meses influenciado pela guerra no Oriente Médio que continua aumentar de intensidade a cada hora, potencialmente arrastando muitos países dentro e fora da zona de guerra, incluindo os EUA, para a briga. O preço do petróleo bruto WTI sobem combinado com a notícia de que o Fed oficialmente não reduziu as taxas de juros, mantendo as taxas de juros em dólar entre 4,25% e 4,50%, fazendo com que os preços do café perdessem o motivo para subir.
Segundo o CEO da Nestle SA no Brasil, Marcelo Melchior, os preços do café no Brasil estão se estabilizando em níveis mais baixos após um período de preços elevados impulsionados por negociações especulativas. A tendência do mercado é de redução no preço das matérias-primas, mas temos que ver se haverá alguma geada, referindo-se aos potenciais impactos negativos nas safras de café devido ao clima frio. Geadas severas em 2021 causaram perdas significativas para os produtores de café brasileiros, embora esses eventos climáticos tenham se tornado menos frequentes nos últimos anos. Nas safras mais recentes, os produtores brasileiros enfrentaram condições de seca.
Melchior explicou que a atividade especulativa influenciou os movimentos recentes de preços. "Havia muitas pessoas que entraram no mercado para comprar futuros... esses fundos já saíram ou estão saindo do mercado, e agora permanecem apenas aqueles interessados na matéria-prima. Atualmente, não há previsões de geadas que possam danificar a safra de café brasileira deste ano. Além disso, as plantações de café no Vietnã, outro importante produtor, estão apresentando bom desempenho. Ambos os fatores estão contribuindo para a queda dos preços, segundo Melchior.
Após altas recordes de preços em janeiro e fevereiro deste ano, as cotações do café estão em queda com o avanço da colheita do grão nas principais regiões produtoras do Brasil. O valor do arábica voltou a operar abaixo de R$ 2.000, menor nível desde novembro do ano passado e o valor do robusta abaixo de R$ 1.200, menor nível desde de junho de 2024.
No acumulado da parcial de junho, com medições registradas até o último dia 21, o recuo da cotação do café arábica era de 15,6%, menor patamar desde 21 de novembro de 2024. Para o café robusta, para retirar no Espírito Santo, registra retração de 16,28% no levantamento parcial de junho e voltou a fechar abaixo dos R$ 1.200 a saca, patamar que não atingia desde 03 junho de 2024.
O indicador de café arábica do Cepea/Esalq, referente a sexta-feira, 20 de junho, ficou em R$ 1.969,45, queda de 4,49% ( - R$ 92,50 ). No mês acumula queda de 15,68% (- R$ 351,71 ), no ano teve queda de R$ 107,85, em dólar fica em US$ 356,59. O indicador de café conilon ficou em R$ 1.167,47, queda de 3,44% ( - R$ 119,54 ), no mês acumula queda de 16,28% ( - R$ 227,01 ) no ano o acumulado fica com queda de R$ 645,51, em dólar fica em US$ 211,38.
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