O Inverno começou dia 20 e teremos pela frente três meses preocupantes
.Santos, sexta-feira, 27 de junho de 2025
Em uma semana marcada pela passagem de uma forte frente fria sobre grande parte das regiões produtoras de café arábica no Brasil, as cotações do café em Nova Iorque e Londres oscilaram forte todos os dias e fecharam mais uma semana negativa para os preços do café. A colheita da nova safra brasileira de café avança em boa velocidade, em meio ao quadro político e econômico global imprevisível, onde continua a disputa tarifária entre EUA e a China, a guerra decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia e agora, a escalada na guerra entre Israel e Irã. Nesse cenário, fundos e especuladores continuam derrubando com força as cotações do café na ICE Futures US e na ICE Europe.
Na madrugada da última quarta-feira, dia 25, nossos cafezais, desde o norte do Paraná até as regiões produtoras de São Paulo e sul de Minas Gerais, sofreram com temperaturas baixas, que chegaram a se aproximar do zero. A onda de frio ocasionou geadas leves sobre lavouras situadas em baixadas, vales e áreas de encostas. As cotações dos contratos de café abriram o dia com altas vigorosas, mas rapidamente, pouco antes das nove horas da manhã (horário de Brasília), recuaram e passaram para o negativo, fechando o dia com perdas grandes.
As primeiras avaliações de agrônomos e técnicos é de que os danos sobre os cafezais foram pontuais e de baixa intensidade. No entanto, o frio assustou, por ter abrangido extensas áreas produtoras de café arábica em três estados. Faltou muito pouco para essa onda de frio provocar danos sérios em nosso potencial produtivo para 2026. O inverno brasileiro começou na sexta-feira passada e teremos pela frente três meses preocupantes.
Os fundamentos do mercado de café permanecem os mesmos: estoques historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo global.
Os estoques brasileiros de passagem no final deste mês de junho, são historicamente baixos, possivelmente os menores em mais de cem anos, e nossa nova safra, que começa a entrar no mercado, mesmo que atinja o volume das maiores estimativas privadas, não será suficiente para termos um estoque de passagem mais confortável em junho de 2026. No entanto, a expectativa de uma possível grande safra de café no Brasil em 2026, contribui com a atual pressão sobre as cotações do café neste início da nova safra brasileira 2025.
Os contratos de arábica com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram nesta sexta-feira 1.390 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,0705 por libra peso na máxima do dia, em alta de 140 pontos. Fecharam valendo US$ 3,0375 em queda de 190 pontos. Ontem subiram 115 pontos e anteontem caíram 685 sacas. Na terça-feira recuaram1.520 pontos e na segunda subiram 1.150 pontos. Somaram queda de 1.130 pontos nesta semana e de 3.095 pontos na semana passada. Caíram no mês de maio 5.355 pontos. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 27, estes contratos para setembro próximo somam alta de apenas 175 pontos.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para setembro próximo bateram, na máxima do dia, em 3.756 dólares por tonelada, em alta de 91 dólares. Fecharam o pregão valendo 3.661 dólares, em baixa de 4 dólares. Ontem subiram 141 dólares e anteontem caíram 158 dólares. Na terça-feira recuaram 222 dólares e na segunda subiram 167 dólares. Somaram queda de 76 dólares nesta semana e de 550 dólares na semana passada. Recuaram 853 dólares no mês de maio. Em 2025, desde o dia 28 de janeiro, até esta sexta-feira, dia 27, esses contratos de robusta para setembro próximo acumulam queda de 1.683 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures caíram hoje 6.062 sacas. Estão em 844.319 sacas. Há um ano eram de 808.184 sacas, subindo nesse período 36.135 sacas. Somaram queda nesta semana de 24.248 sacas. Subiram na semana passada 22.276 sacas e na semana anterior à passada 25.622 sacas. No mês de maio somaram alta de 74.722 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 27, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 135.648 sacas.
O dólar recuou 0,29% frente ao real, fechando o dia a R$ 5,4830. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,5210 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,5410.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US, fecharam hoje valendo R$ 2.203,07. Terminaram a sexta-feira passada valendo R$ 2.302,53 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.536,05.
As fortes e repentinas oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres, continuam dificultando o fechamento de negócios no mercado físico brasileiro, com poucos produtores e compradores dispostos a fechar negócios. Nas últimas semanas, aos poucos, vem crescendo o número de negócios fechados com lotes da nova safra 2025/2026. Há interesse comprador para todos os padrões de café. Os trabalhos de colheita do arábica continuam com bom ritmo. As vendas de conilon estão mais avançadas, com volume bem maior de negócios fechados. Lotes de arábica da atual safra 2024/2025 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos.
Até dia 27, os embarques de junho estavam em 1.383.106 sacas de café arábica, 298.179 sacas de café conilon, mais 192.055 sacas de café solúvel, totalizando 1.873.340 sacas embarcadas, contra 2.351,364 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 27, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 2.166.169 sacas, contra 2.571.032 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 20, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 1130 pontos ou US$ 14,95 (R$ 81,96) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 20 a R$ 2.302,53 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.203,07. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 190 pontos.
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