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Não haverá café arábica para atender a todos


Por José Roberto Marques da Costa

O volume de negócios em NY atingiu 44.639 lotes nesta sexta-feira, 13.353 lotes a menos do que quinta-feira, quando teve volatilidade de 6,5 cents, uma das menores de 2025. O setembro fechou em queda de 1,90 cents ( 0,36% ) a 303,75 cents, com variação de 13,90 cents, de 293,15 cents a 307,05 cents. Nos últimos cinco pregões a volatilidade média diária foi de 15,00 cents, acumulando na semana perda de 11,30 cents e de 38,70 cents no mês de junho. Os  estoques certificados diminuíram 6.072 sacas para 844.329 sacas, esperando certificação 29.430 sacas, na semana cai 19.569 sacas. Os suportes para segunda-feira estão em 295,58 cents, 287,42 cents e 281,68 cents e as resistência em 309,48 cents, 315,22 cents e 323,38 cents

O volume em Londres atingiu 14.224 lotes nesta sexta-feira, 6.070 lotes a menos que quinta-feira, quando teve a volatilidade de US$ 244/t.  O setembro fechou em queda de US$ 4, a US$ 3.661/t ( 0,02% ) variando US$ 156, de US$ 3.600/t a US$ 3.752/t, acumulando uma perda semana de US$ 76 e de US$ 849 no mês de junnho.  Nos últimos cinco pregões, volatilidade média diária foi US$ 253/t. Os estoques de certificados do robusta caíram para uma mínima de 5 semanas, de 5.108 lotes. Os suportes de segunda-feira estão em US$ 3.589/t, US$ 3.576/t e US$ 3.433/t e as resistências em US$ 3.745/t, US$ 3.828/t e US$ 3.901/t. A diferença de preço entre as bolsa de NY e Londres caiu para 137,68 cents ante a 139,40 cents de quinta-feira

O relatório da CFTC referente a 24 de junho mostram que os grandes fundos diminuíram em 1.463 lotes suas posições compradas e aumentaram em 3.309 lotes suas posições vendidas, neste período a variação de julho passou de 332,45 cents a 311,35 cents, queda de 21,10 cents. Apesar da queda de 6,3% neste período, os comercias continuam diminuído suas posições vendidas, nas última duas semanas, a queda foi de 43,70 cents e eles diminuíram 11.936 lotes ( 10,5 ).  Pelos dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira, 27 de maio referente ao dia 24 de julho, mostraram queda de 26,4% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram alta de 5,48%, passando 174.245 lotes para 183.798 lotes.

Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 15.274 posições líquidas compradas, sendo 29.256 posições compradas e 13.261 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 17 de junho, eles tinham 20.767 posições líquidas compradas sendo 30.719 posições compradas e 9.952 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram em 9,6% suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 24, saldo de 51.247 posições líquidas vendidas, sendo 50.051 posições compradas e 101.289 vendidas. No relatório anterior do dia 17, possuíam 56.687 posições líquidas vendidas, sendo 45.332 posições compradas e 102.017 vendidas. 

 Mercado de café no curto prazo surfando na onda do Índice Dólar ( DXY )

Na analise de quinta-feira, os contratos de café fecharam em alta, recebendo vários suportes, mercado fortemente sobrevendido, redução nos juros dos Treasuries, dólar mais fraco, opera no menor nível em 3,5 anos, que deixam a commodities mais barata depois que o presidente Donald Trump criticou o presidente do Fed, Jerome Powell, e pediu taxas de juros mais baixas. Apesar dos gráficos técnicos indicarem maiores quedas na busca  do próximo suporte em 293,50 cents. Segundo analista de mercado do Vietnã Nguyen Quang Bing, a queda no valor do USD / DXY foi o catalisador para a recuperação dos preços do café , após terem sofrido fortes vendas e entrado em território de sobrevenda nos últimos dias . Os preços do robusta subiram mais que os do Arábica pelo mesmo motivo , pois essa bolsa já estava em território de sobrevenda e a pressão de compra era mais forte do que a de sua contraparte americana

Na sexta-feira, o pregão operava em alta até a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), depois os juros das taxas dos treasuries aumentaram, o Índice Dólar (DXV ) começou a valorizar com bom humor do mercado veio após o IPCA-15 avançar 0,26% em junho — resultado inferior ao esperado — o que reforçou a percepção de controle inflacionário no curto prazo e com investidores depositando suas expectativas em cortes mais profundos nos juros pelo Federal Reserve e em acordos comerciais com parceiros dos Estados Unidos.

Com novas informações sobre a economia americana que surpreendeu o mercado, os pequenos investidores e expeculadores de "plantão" entraram liquidando praticamente todas as commodities, o café arábica,  considerando um expressivo "ativo financeiro como o "ouro", começou as despencar de 307,00 cents, rompendo os  três suporte técnicos do dia, em 302,18 cents, 298,72 cents e 295,68 cents. vindo abaixo de 295,00 cents, rompendo o importante suporte técnico em 293,50 cents em questão de horas, mas abaixo deste nível, apareceu uma "pedra no meio do caminho" imediatamente foi acionado fortíssimo stop de compras dos "tubarões" que estavam fora do mercado a vários meses.

Vendo um aversário de "peso" cobrindo fortemente suas posições, os pequnos investidores e os especuladores de "plantão"  que estava vendendo freneticamente resolveu inverter o "rumo" e passaram a recomprar freneticamente suas posições, mesmo com alta das taxas dos Treasuries e valorização do dólar que durante o dia foi negociado a 97,35 pontos e fechando a 97,03, alta de 0,28% e setembro em NY fechando com leve queda acima de 300,00, que alias está acima desde nível a 210 dias, desde 02 de dezembro do ano passado.    

Segundo analise técnica da Economies.com da sexta-feira passada, os preços do café confirmaram sua rendição ao viés de baixa, abaixo do suporte extra em 345,00 cents, formando um declínio acentuado e quebrando o nível de correção de Fionacci de 38,2% em 326,60 cents para se fixar perto de 317,00 cents. Tentativas estocásticas de atingir níveis de sobrevenda aumentarão as chances de acumular momentum negativo, o que nos faz preferir mais tentativas negativas que visem o nível 309,60 cents, atingindo o próximo suporte em 293,50 cents.

No curto pazo, a performance dos contratos de arábica em NY deve operar em função de dois fundamentos, primeiro surfando na onda do Índice Dólar ( DXY ), por este motivo a Agnocafé está informando diariamente as notícias da econômia americana e segundo o clima deste inverno. Em ano de neutralidade, aumenta a possibilidade de geadas em regiões de café. Nesta semana tivemos uma forte massa polar que provocou geadas pontuais. Inmet fez uma alerta na semana passada que neste inverno, as massaa polares com maior intensidade devem ocorrer no mês de julho e agosto. 

Os dois fundamentos que deve influenciar no médio e longo prazo a performance em NY, primeiro será o clima, principalmente a preciptações pluviometras e as ondas de calor para nos próximos meses, principalmente no período de processo de floração. Caso não ocorrar nenhuma anormalidade na variável tempo, como aconteceu no ano passado, tudo indica uma ótima safra para 2026, mas até lá, muito muita "água vai passar de baixo da ponte". Outro fundamento que considero o mais importante é o tamanho da safra de café arábica deste ano.

Segundo matéria da Reuter da sexta-feira, a colheita da safra brasileira de café arábica de 2025 está avançando em áreas importantes, embora muitas cerejas tenham caído no chão em algumas localidades, disseram dois especialistas à Reuters nesta semana, já que as previsões de produção mais positivas e a menor demanda esperada suprimem os preços. A Cooxupé colheu pouco mais de 24% da safra esperada até agora, mas muitos grãos maduros em algumas áreas caíram no chão. Isso definitivamente afetará a qualidade do café”, disse o gerente de desenvolvimento técnico do grupo, Mario Ferraz de Araujo. 

Segundo Jonas Ferraresso, agrônomo de café que assessora os agricultores brasileiros, a colheita está bem avançada em algumas regiões, embora alguns produtores estejam esperando que as variedades de maturação mais tardia amadureçam antes. A preocupação é que, em algumas regiões, essas cerejas caídas estão no solo há mais de 40 a 60 dias, lembrando que, com as chuvas recentes e a alta umidade do solo, os grãos de varrição podem estar comprometidos.

Não haverá café arábica para atender a todos

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 27 de junho, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.013.595 sacas, queda de 19,6% (média de 74.562 sacas), sendo 1.433.200 sacas de café arábica, 375.440 sacas de café conillon ( alta de 214% ante a maio )  e  204.995 de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de junho totalizavam 2.302.908 sacas, queda de 15,6%, sendo 1.662,944 sacas de arábica, 394.779 sacas de conillon e 245.782 sacas de solúvel. As projeções dos embarques indicam que em julho serão exportadas 2,6 milhões de sacas, sendo  500 mil sacas de café conilon, alta expresiva de 215% ante a maio.

Com o embarques de 2,6 milhões de sacas em junho, no ano safra 2024/25, as exportações devem chegar a 45,5 milhões de sacas, somando as 22 milhões de sacas do consumo interno, foram 67,5 milhões de sacas que evaporaram neste período. Segundo Eduardo Carvalhaes, os estoques brasileiros de passagem no final deste mês de junho, são historicamente baixos, possivelmente os menores em mais de cem anos, e nossa nova safra, que começa a entrar no mercado, mesmo que atinja o volume das maiores estimativas privadas, não será suficiente para termos um estoque de passagem mais confortável em junho de 2026. No entanto, a expectativa de uma possível grande safra de café no Brasil em 2026, contribui com a atual pressão sobre as cotações do café neste início da nova safra brasileira 2025.

Segundo as informações colhida nesta semana pela Agnocafé, a safra do arábica vai ser uma surpresa desagradável para os comercias, deve ficar bem abaixo de todas as estimativas. Pelo levantamento, a produção de café deve ficar abaixo de 55 milhões de sacas, sendo que a produção do arábica deve ficar entre 30 a 32 milhões de sacas, devido a forte queda de rendimento depois do beneficio, além da queda acima do esperado, a qualidade do grãos de café está sendo compremetida devido as chuvas recentes e a alta umidade do solo.

A 12 meses atrás, a bolsa de NY estava operando no nível de 225 cents e os preços interno em R$ 1.400 a sacas, durante os meses seguintes, o clima seco e temperatura extremamente alta nas regiões de café do Brasil  deixou os investidores com " medo" que o estress climático possaria afetar ainda mais a safra 2025/26 que foi considerada baixa.  No mês de janeiro desta ano, a Agnocafé vez várias análise e artigos mencionando, como não haverá café para todos e o mercado não está preparado para forte crise, o café arábica pode ultrapassar de 400 cents. No final de fevereiro e início de março, a bolsa em NY atingiu 420 cents e preço médio da saca de café a R$ 2.800

Hoje,a bolsa de NY opera no nivel de 300 cents e os preços interno em  R$ 1.900 a saca, se compararmos a situação a 12 meses atrás com a atual, os fundamentos pioraram, com os estoques remanescentes menores que do ano passado, com diz Eduardo Carvalhães "menores em mais de cem anos". Com um safra menor que do ano passado, pelo levantamento da Agnocafé em torno de 55 milhões de sacas devido a queda da produção acima do esperado do café arábica, e a necessidade de mais 65 milhões de sacas para atender a necessidade do mercado interno externo.

 No meio prazo, o mercado vai começar a desconfiar que não haverá café arábica para todos para todos, tudo indica que em forte valorização em NY e Londres, com contratos em NY devem repetir a performance no ano passado nos próximos 9 meses com NY podendo ultrapasando 400 cents novamente. Só para lembrar, estamos saíndo do nível de 300 cents, 75 cents acima e preço interno R$ 500 acima de 12 meses atrás. Alguns setores, que tudo correr bem como clima, estão alegando que podemos ter safra de 80 milhões em 2026 e que deve influenciar negativamente o mercado futuro. Mas, até junho de 2026, temos um inverno que promete ser rigoroso, aumento em de 2% no consumo mundial de café, teremos muita água que vai correr "de baixo da ponte".

Ótimo final de semana

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Contrato Cotação Variação
Setembro 303,75 - 1,90
Dezembro 297,40 - 3,00
Março 286,45 - 3,90
Contrato Cotação Variação
Setembro 3.661 - 4
Novembro 3.593 - 2
Janeiro 3.536 + 14
Contrato Cotação Variação
Setembro 372,85 + 1,85
Dezembro 364,00 + 3,00
Março 361,85 - 5,15
Contrato Cotação Variação
DXY 97,03 + 0,28
Dólar 5,4830 - 0,27
Euro 6,4190 - 0,25
Ptax 5,4759 - 0,70
  • Varginha
    Descrição Valor
    Peneira14/15/16 R$ 2330,00
    Moka R$ 2220,00
    Safra 25/26 20% R$ 2190,00
    Duro/riado/rio R$ 1960,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2270,00
    Safra 25/26 15% R$ 2200,00
    Certificado 15% R$ 2240,00
    Duro/riado/rio R$ 1930,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2220,00
    Safra 25/26 15% R$ 2200,00
    Moka R$ 2120,00
    Duro/Riado 15% R$ 2050,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 2400,00
    Safra 25/26 15% R$ 2200,00
    Safra 25/26 30% R$ 2170,00
    Rio com 20% R$ 1940,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 25,00
    Safra 25/26 20% R$ 2190,00
    Safra 25/26 30% R$ 2170,00
    Duro/Riado 20% R$ 1980,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2200,00
    Safra 25/26 25% R$ 2180,00
    Duro/riado 25% R$ 2040,00
    600 defeitos R$ 2160,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Conilon/Vietnã R$ 1215,00
    Cepea Arábica R$ 1905,98
    Cepea Conilon R$ 1114,57
    Agnocafé 23/24 R$ 2200,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1170,00
    Conilon T. 7 R$ 1160,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1150,00