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Benefício do arábica preocupa, números apontam quebra acima da usual


Santos, sexta-feira, 18 de julho de 2025

Após uma semana do anúncio pelo governo Trump de impor, a partir de primeiro de agosto próximo, tarifas de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA, o governo brasileiro ainda não conseguiu se organizar para negociar com os representantes americanos.

Para se ter uma ideia da desorganização de nosso governo, circulou ontem que a embaixadora brasileira nos EUA está em férias. O jornal Valor Econômico informa em sua edição de hoje, que há uma corrida de empresas do Brasil às bancas de advocacia, em busca de medidas protetivas no caso da tarifa ser aplicada. A procura pelos escritórios ocorre em vários setores, do agro e siderurgia a farmacêuticas, empresas de tecnologia, serviços e alimentação. Escritórios ouvidos pelo jornal Valor relatam temor de quebras de contratos, inclusive com parceiros nacionais, e endividamento.

No café, se realmente impostas, essas tarifas prejudicarão fortemente nossas exportações para os EUA, maior consumidor do mundo e maior importador de nossos cafés. Essas tarifas sobre os cafés do brasil, desorganizarão o mercado mundial de café. Não existe alternativa para o fornecimento do grande volume de café importado do Brasil pelos americanos. Os EUA consomem atualmente 24 milhões de sacas de 60 kg por ano e em 2024 importaram 8,1 milhões de sacas do Brasil, maior produtor mundial e segundo maior consumidor. A tentativa de comprar em outras origens um volume como o fornecido pelo Brasil, desorganizará e inflacionará ainda mais o mercado internacional de café.

Um estudo realizado pela NCA - National Coffee Association, a entidade que reúne as empresas americanas de industrialização e comércio de café, demonstra que 76% dos americanos consomem café, e que para cada dólar de café verde importado, são gerados US$ 43 na economia americana, que agregam US$ 343 bilhões na economia local e criam 2,2 milhões de empregos no país. O café brasileiro produz muita riqueza nos EUA. A imposição de tarifas será um jogo onde só haverá perdedores.

Com os embarques de 2.606.422 sacas de 60 kg em junho último, completamos o ano-safra brasileiro 2024/2025. Exportamos neste ciclo, 45.588.986 sacas, 1.865.570 sacas menos que as 47.454.556 sacas exportadas no ano-safra anterior, 2023/2024. Mesmo assim, foi o terceiro melhor desempenho de nossa longa história de exportadores de café, só ficando atrás do ano-safra 2023/2024 e do 2020/2021, quando colocamos a bordo 45.675.230 sacas, praticamente o mesmo volume de 2024/2025. Termos alcançado estes números, apesar dos seguidos problemas climáticos que temos enfrentado, explica porque terminamos o mês de junho com os armazéns vazios, com nossos estoques de passagem praticamente zerados.

A receita cambial neste ano-safra 2024/2025 foi recorde. Somou US$ 14,7 bilhões.

A colheita da nova safra brasileira 2025/2026 avança rapidamente e se aproxima dos 70%. Os números das duas colheitas, arábica e conilon, estão confirmando as previsões de agrônomos e cafeicultores: Uma safra maior para o conilon, quando comparada à de 2024, e a de arábica, menor que a safra anterior. O benefício da nova safra de arábica preocupa, os números apontam para uma quebra acima da usual.

Em nossa opinião, no mercado cafeeiro, os fundamentos permanecem os mesmos: estoques historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo mundial.

A semana foi de alta para os contratos de café em Nova Iorque e Londres. A volatilidade diária continua alta. Hoje, os contratos de arábica na ICE Futures US trabalharam em queda moderada e os de robusta, na ICE Europe, em alta.

Os contratos de arábica com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram hoje 1.065 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,1050 na máxima do dia, em alta de 330 pontos. Fecharam valendo US$ 3,0360 com queda de 360 pontos. Ontem caíram 125 pontos e anteontem subiram 1.110 pontos. Na terça-feira recuaram 450 pontos e na segunda subiram 1.535 pontos. Somaram alta de 1.710 pontos nesta semana. Caíram 310 pontos na semana passada e 1.415 pontos na semana anterior à passada. Esses contratos perderam 3.970 pontos no mês de junho e 5.355 pontos no mês de maio. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 18, estes contratos para setembro próximo somam alta de 160 pontos.

Na ICE Europe, os contratos de robusta para setembro próximo bateram, na máxima do dia, em 3.407 dólares por tonelada, em alta de 95 dólares. Fecharam o pregão valendo 3.348 dólares, em alta de 36 dólares. Ontem caíram 115 dólares e anteontem subiram 19 dólares. Na terça-feira perderam 111 dólares e na segunda subiram 303 dólares. Somaram alta de 132 dólares nesta semana e queda de 461 dólares na semana passada. Subiram 16 dólares na semana anterior à passada. Somaram queda de 843 dólares no mês de junho e de 853 dólares no mês de maio. Em 2025, desde o dia 28 de janeiro, até esta sexta-feira, dia 18, esses contratos de robusta para setembro próximo acumularam queda de 1.996 dólares por tonelada.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US caíram hoje 5.006 sacas. Estão em 814.055 sacas. Há um ano eram de 818.230 sacas, caindo nesse período 4.175 sacas. Somaram queda nesta semana de 12.859 sacas e de 15.309 sacas na semana passada. No mês de junho caíram 47.217 sacas. No mês de maio somaram alta de 74.722 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 18, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 165.912 sacas.

O dólar subiu hoje 0,72% frente ao real, fechando o dia a R$ 5,5880. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,5480 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,4240.

Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US, fecharam hoje valendo R$ 2.244,15. Terminaram a sexta-feira passada valendo R$ 2.102,59 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.077,84.

As fortes e repentinas oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres, continuam dificultando o fechamento de negócios no mercado físico brasileiro, com poucos produtores e compradores dispostos a fechar negócios. Mas, nas últimas semanas, aos poucos, cresce o número de negócios fechados com lotes da nova safra 2025/2026. Há interesse comprador para todos os padrões de café. As vendas de conilon estão mais avançadas, com volume bem maior de negócios fechados.

No último mês de junho foram embarcadas 2.606.422 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 27,9% (1.007.006 sacas) menos que no mesmo mês de 2024 e 12,3% (366.514 sacas) menos que no último mês de maio. Foram 1.824.809 sacas de café arábica (queda de 24,2%, ou 583.226 sacas em relação a maio de 2025) e 476.334 sacas de café conilon (alta de 135% ou 273.648 sacas em relação a maio de 2025), totalizando 2.301.143 sacas de café verde embarcadas, que somadas a 299.950 sacas de solúvel (queda de 16,3% ou 58.351 sacas em relação a maio de 2025) e 5.329 sacas de torrado, totalizaram 2.606.422 sacas exportadas em junho último.

Até dia 18, os embarques de julho estavam em 911.023 sacas de café arábica, 223.717 sacas de café conilon, mais 114.422 sacas de café solúvel, totalizando 1.249.162 sacas embarcadas, contra 1.247.770 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 18, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 1.557.794 sacas, contra 1.517.636 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 11, sexta-feira, até o fechamento de hoje, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo 1.710 pontos ou US$ 22,62 (R$ 126,40) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 11 a R$ 2.102,59 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.244,15. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 360 pontos.

Escritório Carvalhaes



Comentarios

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Data: 18/07/2025 19:08 Nome do Usuário: Fabio
Comentário: Sou da zona da mata e aqui é o oposto rendimento bom ... Só problema com bebida o restante está acima das primeiras espectativa
Contrato Cotação Variação
Dezembro 397,20 +11,10
Março 382,35 + 9,55
Maio 369,80 + 8,40
Contrato Cotação Variação
Novembro 4.601 + 80
Janeiro 4.527 + 81
Março 4.454 + 78
Contrato Cotação Variação
Dezembro 484,20 +11,75
Março 475,50 + 8,25
Maio 469,75 +15,40
Contrato Cotação Variação
DXY 97,64 + 0,12
Dólar 5,3540 - 0,71
Euro 6,2830 - 0,72
Ptax 5,3677 - 0,34
  • Varginha
    Descrição Valor
    Certificado 15% R$ 2570,00
    Safra 25/26 20% R$ 2540,00
    Peneira14/15/16 R$ 2630,00
    Duro/riado/rio R$ 2030,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2420,00
    Safra 25/26 15% R$ 2550,00
    Certificado 15% R$ 2570,00
    Duro/riado/rio R$ 2030,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2590,00
    Safra 25/26 15% R$ 2550,00
    Moka R$ 2400,00
    Duro/Riado 15% R$ 2260,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2550,00
    Safra 25/26 30% R$ 2530,00
    Peneira 17/18 R$ 2680,00
    Rio com 20% R$ 1700,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 25/26 20% R$ 2540,00
    Safra 25/26 30% R$ 2520,00
    Duro/Riado 15% R$ 2100,00
    Escolha kg/apro R$ 36,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2550,00
    Safra 25/26 25% R$ 2530,00
    Duro/riado 25% R$ 2000,00
    600 defeitos R$ 2300,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 2325,24
    Cepea Conilon R$ 1392,94
    Conilon/Vietnã R$ 1520,00
    Agnocafé 24/25 R$ 2550,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1450,00
    Conilon T. 7 R$ 1430,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1410,00