Previsões confirmadas: menos café arábica e mais oferta de conillon
Santos, sexta-feira, 25 de julho de 2025
Faltando uma semana para primeiro de agosto, quando deverá entrar em vigor o tarifaço de 50% sobre as exportações de café do Brasil para os EUA, as negociações do governo brasileiro com o governo americano avançam devagar.
O esforço maior nas negociações tem sido de empresas, torrefações e entidades americanas, que estão em Washington tentando isentar os cafés importados do Brasil das tarifas anunciadas por Trump.
Deputados americanos emitiram uma carta com apoio bipartidário ao chefe da agência comercial dos Estados Unidos, a USTR, pedindo a isenção do café das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump para diversos países e de outras que possam ser anunciadas pelo governo no futuro. O Brasil é o maior fornecedor de café para os EUA. Na carta, a deputada democrata Jill Tokuda, do Havaí, e o deputado republicano William Timmons, da Carolina do Sul, presidentes do Congressional Coffee Caucus (uma comissão que trata de assuntos de café no Congresso), disseram ao representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, indicado por Trump, que uma isenção protegeria os empregos no país e apoiaria a indústria cafeeira, que depende de importações (Fonte: EXAME Agro. Veja a matéria completa em https://exame.com/agro/nos-eua-deputados-americanos-pedem-isencao-de-tarifas-para-o-cafe-especialmente-o-brasileiro/).
A colheita da nova safra brasileira 2025/2026 avança rapidamente e já passou dos 70%. Os números das duas colheitas, arábica e conillon, estão confirmando as previsões de agrônomos e cafeicultores: Uma safra maior para o conillon, quando comparada à de 2024, e a de arábica, menor que a safra anterior. O benefício da nova safra de arábica preocupa, os números apontam para uma quebra na renda acima da usual.
Em nossa opinião, no mercado cafeeiro, os fundamentos permanecem os mesmos: estoques historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo mundial.
Continuaram hoje as fortes oscilações nas cotações dos contratos de arábica em Nova Iorque e dos de robusta em Londres, que fecharam em baixa nesta sexta-feira.
Os contratos de arábica com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram hoje 1.020 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram em US$ 3,0745 na máxima do dia, em alta de 260 pontos. Fecharam valendo US$ 2,9755 com perdas de 730 pontos. Ontem subiram 350 pontos e anteontem 500 pontos. Na terça-feira encerraram o dia em alta de 440 pontos e na segunda caíram 1.165 pontos. Somaram baixa de 605 nesta semana. Subiram 1.710 pontos na semana passada e caíram 310 pontos na semana anterior à passada. Esses contratos perderam 3.970 pontos no mês de junho e 5.355 pontos no mês de maio. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 25, estes contratos para setembro próximo somam queda de 445 pontos.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para setembro próximo bateram, na máxima do dia, em 3.388 dólares por tonelada, em alta de 39 dólares. Fecharam o pregão valendo 3.228 dólares, em baixa de 121 dólares. Ontem subiram 49 dólares e anteontem 11 dólares. Na terça-feira tiveram ganhos de 102 dólares e na segunda recuaram 161 dólares. Somaram queda de 120 dólares nesta semana e subiram 132 dólares na semana passada. Caíram 461 dólares na semana anterior à passada. Somaram queda de 843 dólares no mês de junho e de 853 dólares no mês de maio. Em 2025, desde o dia 28 de janeiro, até esta sexta-feira, dia 25, esses contratos de robusta para setembro próximo acumularam queda de 2.116 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US caíram hoje 3.554 sacas. Estão em 802.678 sacas. Há um ano eram de 814.801 sacas, caindo nesse período 12.123 sacas. Somaram queda de 11.377 sacas nesta semana. Caíram 12.859 sacas na semana passada e 15.309 sacas na semana anterior à passada. No mês de junho caíram 47.217 sacas. No mês de maio somaram alta de 74.722 sacas. No mês de abril subiram 43.192 sacas. No mês de março recuaram 35.112 sacas, e em fevereiro caíram 61.994 sacas. No mês de janeiro a queda foi de 112.385 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 25, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 177.289 sacas.
O dólar subiu 0,76% frente ao real, fechando o dia a R$ 5,5620. Encerrou a sexta-feira passada a R$ 5,5880 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,5480.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US, fecharam valendo R$ 2.189,20. Terminaram a sexta-feira passada valendo R$ 2.244,15 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.102,59.
As fortes e repentinas oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres, dificultam o fechamento de negócios no mercado físico brasileiro, com poucos produtores dispostos a fechar negócios nas bases de preços oferecidas pelos compradores. Há interesse comprador para todos os padrões de café. As vendas de conillon estão mais avançadas, com volume maior de negócios fechados.
Até dia 24, os embarques de julho estavam em 1.421.738 sacas de café arábica, 350.047 sacas de café conillon, mais 179.195 sacas de café solúvel, totalizando 1.950.980 sacas embarcadas, contra 1.827.543 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 24, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 2.281.564 sacas, contra 2.119.231 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 11, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo 605 pontos ou US$ 8,00 (R$ 44,51) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 18 a R$ 2.244,15 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.189,20. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 730 pontos.