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Se produção não crescer, café terá "preço de ouro"


Por José Roberto Marques da Costa 

NY varia 22,35 cents e Londres US$ 334/t durante a semana 

O volume de negócios em NY atingiu 29.392 lotes, 6.336 lotes a mais do que quinta-feira, quando teve a volatilidade de 9,55 cents. O setembro fechou em queda de 11,60 cents (3,9%) a 284,20 cents, menor nível desde 10 de julho, variação de 13,60 cents, de 283,65 cents a 297,25 cents, rompendo dois suportes do dia, sem 292,03 cents e 288,27 cents. Na semana, volume média diário foi 29.264 lotes, variou  22,35 cents, de 306,00 cents a 283,65 cents, acumula queda de 13,35 cents. Nos últimos 15 pregões a volatilidade média diária atinge 10,85 cents. Os estoques certificados diminuíram 9.168 para 761.453 sacas, esperando certificação 59.006 sacas e acumula queda de 41.225 sacas na semana e nos últimos 30 dias os estoques de certificados tiveram queda de 79.720 sacas ( 9,48% ) 

O volume em Londres atingiu 17.864 lotes, 2.564 lotes a menos que da quinta-feira, quando teve a volatilidade de US$ 133. O setembro fechou em queda de US$ 71, a US$ 3.330/t (2,08%), variando US$ 140, de US$ 3.321/t a US$ 3.461/t, rompendo o primeiro suporte em US$ 3.347/t. Na semana, volume média diário foi 20.339 lotes, variou US$ 334, de US$ 3.202/t a US$ 3.536/t,  acumula alta de US$ 102 a tonelada. Nos últimos 15 pregões a volatilidade média diária foi US$ 170 a tonelada. A diferença de preço entre as bolsas de NY e Londres caiu para 15,12 cents ante a 141,53 cents  na quarta-feira .  

O relatório da CFTC referente a 29 de julho mostram que os grandes fundos diminuíram  em 1.360 lotes suas posições compradas e aumentaram em 355 lotes suas posições vendidas e queda de 2.048 lotes nas posições líquidas de comerciais, neste período a variação de setembro passou de 296,35 cents a 296,50 cents, alta de 0,15 cents. Os dados mostraram queda de 6,22% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos. As posições abertas tiveram alta de 1,75%, passando 196.986 lotes para 200.444 lotes

Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 25.800 posições líquidas compradas, sendo 45.178 posições compradas e 19.378 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 22 de julho, eles tinham 27.512 posições líquidas compradas sendo 46.538 posições compradas e 19.023 posições vendidas. As empresas comerciais diminuíram em 7,3% suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 29, saldo de 26.152 posições líquidas vendidas, sendo 77.219 posições compradas e 103.371 vendidas. No relatório anterior do dia 22, possuíam 28.200 posições líquidas vendidas, sendo 76.334 posições compradas e 104.535 vendidas.   

Café cai por aversão a riscos e esperança de exclusão da tarifa

Os contratos futuros de café, cacau e açúcar caíram nesta sexta-feira na bolsa ICE, em meio a uma onda generalizada de vendas das commodities por investidores que buscam reduzir suas exposições a ativos considerados de risco, já que a economia dos EUA deu sinas claro de enfraquecimento. O dólar fechou 1,01% cotado a R$ 5,54. Após tocar máxima em um mês de 99,04 pontos nesta semana, o índice DXY do dólar no final da tarde sexta-feira, estava com forte queda de 1,28%, a 98,47 pontos.

Desta vez, o principal vetor dos mercados, tanto no Brasil como no mundo, não foi o tarifaço, mas, sim, o comportamento do mercado de trabalho dos Estados Unidos, cujos números de julho foram divulgados nesta sexta-feira. O “payroll” (literalmente, “folha de pagamentos”), o principal dado sobre emprego da economia americana, ficou muito abaixo do esperado pelos analistas.  

O payroll teve o pior resultado desde a pandemia, refletindo aumento da taxa de desemprego. A economia dos EUA criou 73 mil postos de trabalho no mês passado, abaixo das expectativas, e que a taxa de desemprego subiu para 4,2%.Mas, os números mais expressivos foram as revisões para baixo nos dados de maio e junho, com uma redução de 258 mil empregos em relação ao que foi inicialmente reportado. Os números de maio foram revisados de 144 mil para 19 mil, enquanto os de junho passaram de 147 mil para 14 mil. 

Após o relatório, os juros dos Treasuries e DXY tiveram forte queda fechando próximo a mínima do dia, com a Wall Street registrando a maior queda desde maio. Para os analistas, o fraco payroll mostra o mercado de trabalho americano perdeu força ainda mais cedo do que se pensava. A Fed que ainda parecia hesitante em cortar os juros pode agora ver um caminho mais claro para uma redução em setembro, especialmente se os dados do próximo mês confirmarem essa tendência — disse Ellen Zentner, da Morgan Stanley Wealth Management à agência Bloomberg, o que deve beneficiar todas as commodities, principalmente as agrícolas, café, cacau e açúcar.

Para Leonardo Rossetti, analista da StoneX, a queda, além de fatores técnicos, está relacionada com o sentimento de que ainda existe esperança para o café ser excluído das sobretaxas americanas. Há um apelo muito forte de entidades do Brasil e também dos Estados Unidos para que haja uma solução para o café brasileiro. Enquanto há uma corrida dos exportadores brasileiros para embarcar o café que já foi negociado, os novos negócios estão paralisados até que haja um desfecho para a questão tarifária.

Ainda segundo ele, com as taxas tendo potencial para reduzir drasticamente as exportações de café do Brasil, os americanos sabem que não conseguirão buscar novos compradores no curto prazo. Somente ano passado, os Estados Unidos responderam por 16% das exportações do Brasil, com mais de 8 milhões de sacas. Sob esse contexto, Rossetti diz que Colômbia, Honduras e Guatemala aparecem como opções ao produto brasileiro.

Para analista Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, a Colômbia – segundo maior exportador mundial de café arábica – não tem mais produto para negociar com os Estados Unidos. A indústria americana vai procurar alternativas ao café brasileiro. Se ela não encontrar outros compradores, será que valerá a pena comprar do Brasil com 50% a mais de custo?.

Segundo dados divulgados pela Organização Internacional do Café (OIC), em junho, foram exportadas 11,69 milhões de sacas, alta de 7,3%, apesar da alta mensal, os números acumulados da safra 2024/2025 (de outubro a junho) mostraram uma queda de 0,2%, somando 104,14 milhões de sacas. Nos últimos 12 meses (julho de 2024 a junho de 2025), as exportações de café arábica totalizaram 85,66 milhões de sacas, alta de 4,5% e os embarques de robusta atingiram 53 milhões de sacas, alta de 1,7%.

Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até o dia 01 de agosto, os embarques de julho, totalizaram 2.652.560 sacas, alta de 3,5%, sendo 1.940.266 sacas de café arábica, 461.192 sacas de café conillon e 251.042 sacas de café solúvel. Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque de julho totalizavam 2.920.511 sacas, alta de 13,4%, sendo 2.114.242 sacas de arábica, 491.380 sacas de conillon e 314.889 sacas de solúvel.

Segundo Eduardo Carvalhaes, a colheita da nova safra brasileira 2025/2026 avança rapidamente e já ultrapassou os 80%. Os números das duas colheitas, arábica e conillon, estão confirmando as previsões de agrônomos e cafeicultores: Uma safra maior para o conillon, quando comparada à de 2024, e a de arábica, menor que a safra anterior. O benefício da nova safra de arábica preocupa bastante, os números apontam para uma quebra significativa na renda, acima da usual.

Depois de NY operar mais de dias acimas de 300 cents, com a máxima acima de 425 cents e fevereiro, nos últimos dois meses com a colheita no Brasil com informações mais variadas de vários setores do mercado sobre a produção e influenciados por notícias alheia a mercado, os contratos futuros de arábica variaram 38,25 cents ( 12,80% ) de 272,25 cents a 310,50 cents. Com os estoques remanescente praticamente zerados e um apetite insaciável do mercado internacional no café brasileiro, partir deste mês até o início da próxima safra, três fundamentos devem reger a performance da bolsa de Nova Iorque e Londres. 

Primeiramente, o clima nos próximos meses nas regiões de café dos principais produtores de café, Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia, que deve nortear a safra de 2026. Segundo, a realidade do café arábica do Brasil, com as estimativas que variam em 12 milhões de sacas, cada setor defendendo seus interesses econômicos. Os comercias estimavam bem ante da colheita e continuam estimando, safra acima de 40 milhões de sacas chegando a 42 milhões, o setor produtivo estimam atualmente, safra entre 30 a 32 milhões de sacas, depois da forte quebra na renda depois de beneficiado.

Nas últimas análises e artigos da Agnocafé, o site já informou safra surpresa do café arábica, uma das mais baixas das últimas décadas e dificilmente o Brasil terá café suficiente para atender o mercado até a entrada da safra 2026. Segundo um grande expert, o mercado é soberano e deve decidir o certo e o errado. O terceiro está no consumo de café diante de uma economia mundial conturbada. Sobre esse terceiro fundamento, a Agnocafé fez uma análise dos próximo cinco anos e, pelo andar da carruagem, tudo indica que, se produção ficar estagnada, o café terá "preço de ouro"

Se produção não crescer, café terá "preço de ouro"

Se a produção mundial de café não acompanhar a demanda, o preço da saca de café vai passar a ter preço de ouro nos próximos anos. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o consumo atingiu 176,2 milhões de sacas no ano safra 2023/2024 e nos últimos cinco anos, a média de aumento de consumo está 2,25% ao ano. No ano safra 2025/26 o consumo deve ultrapassar 180 milhões de sacas. Esse valor equivale a 495 mil sacas por dia. Estima-se que cerca de 1,64 bilhão de xícaras de café são consumidas diariamente no mundo. 

Segundo um executivo de um forte trading, o padrão de consumo mundial de café é consistente, e isso traz preocupação diante de uma oferta cada vez mais restrita do grão. "O mundo consome cerca de 177 milhões de sacas de café por ano. Estamos há, pelo menos, sete anos com um déficit na produção mundial, destruindo nossos estoques globais para atender essa demanda. Temos, então, um déficit de quase 25 milhões de sacas, que representa uma quebra de 15% do consumo global. Enquanto não resolvermos essa equação, o mercado cafeeiro deverá seguir com ganhos e com uma tendência de alta", alertou. 

Considerando que o aumento médio de consumo anual de 2,25% e fazendo um projeção para o ano 2030, vamos chegar a números impressionantes: em 2026, o consumo deve ficar em 184,05 milhões de sacas, em 2027, em 188,19 milhões de sacas, em 2028, no patamar de 192,42 milhões de sacas, em 2029, em 196,75 milhões de sacas e, em 2030, ultrapassa as 200 milhões de sacas, chegando ao nível de 201,18 milhões de sacas.

Considerando os dados mais otimista da produção, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), prevendo que a produção mundial de café em 2025/2026 atingirá 178,68 milhões de sacas, um déficit de apenas 1,32 milhão de sacas será verificado entre a produção do USDA e o consumo da OIC. Para manter esse equilibro, e baseando-se nos dados de aumento de consumo, a produção mundial terá de registrar um incremento 22,50 milhões de sacas, ou seja, um avanço na média anual de 4,5 milhões de sacas.  

Tendo como referência mundial os dados Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil tem uma área de 1,890 milhão de hectares, sendo 1,480 milhão de arábica e 410 mil de conillon, com  a produtividade média de café estimada em 28 sacas por hectare. Para aumentar a produção para 200 milhões de sacas, será necessário um incremento de área mundial de 800 mil hectares na área plantada, o que representa uma ampliação de mais de 42% da área do Brasil, maior produtor mundial, 24% a mais que da área do Vietnã, de 645 mil hectares, e dobrar a área da Colômbia, hoje em torno de 800 mil hectares.    

Atualmente, a bolsa de Nova Iorque está operando no nível de 300 cents. Não dá para imaginar qual nível que deverá estar operando quando o consumo atingir 200 milhões de sacas em 2030.

Ótimo final de semana 

Comentarios

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Data: 03/08/2025 06:54 Nome do Usuário: Fabio
Comentário: Até. 2030 muita coisa pode acontecer!! Uma coisa é certa produção não aumenta muito mais que hoje, porém o CHACAFE já é uma realidade.
Contrato Cotação Variação
Setembro 288,55 + 4,35
Dezembro 281,65 + 4,10
Março 275,10 + 4,10
Contrato Cotação Variação
Setembro 3.421 + 91
Novembro 3.338 + 76
Janeiro 3.287 + 71
Contrato Cotação Variação
Setembro 363,50 + 6,25
Dezembro 344,00 + 4,90
Março 344,70 + 9,85
Contrato Cotação Variação
DXY 98,59 - 0,34
Dólar 5,5070 - 0,68
Euro 6,3700 - 0,69
Ptax 5,5113 - 0,58
  • Varginha
    Descrição Valor
    Certificado 15% R$ 1970,00
    Safra 25/26 20% R$ 1910,00
    Peneira14/15/16 R$ 2080,00
    Duro/riado/rio R$ 1450,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 1860,00
    Safra 25/26 15% R$ 1920,00
    Certificado 15% R$ 1970,00
    Duro/riado/rio R$ 1450,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 1950,00
    Safra 25/26 15% R$ 1920,00
    Moka R$ 1800,00
    Duro/Riado 15% R$ 1550,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 1920,00
    Safra 25/26 30% R$ 1890,00
    Peneira 17/18 R$ 2070,00
    Rio com 15% R$ 1200,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Duro/Riado 15% R$ 1600,00
    Escolha kg/apro R$ 18,00
    Safra 25/26 20% R$ 1910,00
    Safra 25/26 30% R$ 1890,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    600 defeitos R$ 1770,00
    Duro/riado 25% R$ 1580,00
    Safra 25/26 15% R$ 1920,00
    Safra 25/26 25% R$ 1900,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1811,87
    Cepea Conilon R$ 1028,45
    Conilon/Vietnã R$ 1310,00
    Agnocafé 23/24 R$ 1920,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1060,00
    Conilon T. 7 R$ 1050,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1040,00