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Novas tarifas definidas (por enquanto)!


Leia, na sequência, artigo de autoria de Marcelo Fraga Moreira, profissional há mais de 33 anos atuando no mercado de commodities agrícolas, escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.


A lista abaixo reúne todos os países taxados pelos Estados Unidos, com os percentuais atualizados:

(Notar que ainda México, Colômbia e Honduras não foram mencionados na lista)

Brasil — 50%

Vietnã — 20%

Costa Rica — 15%

Angola — 15%

Gana — 15%

Uganda — 15%

Índia — 25%

Indonésia — 19%

Afeganistão — 15%

Argélia — 30%

Bangladesh — 20%

Bolívia — 15%

Bósnia e Herzegovina — 30%

Botsuana — 15%

Brunei — 25%

Camboja — 19%

Camarões — 15%

Canadá — 35%

Chade — 15%

Costa do Marfim — 15%

República Democrática do Congo — 15%

Equador — 15%

Guiné Equatorial — 15%

União Europeia — 15%

Ilhas Malvinas — 10%

Fiji — 15%

Guiana — 15%

Islândia — 15%

Iraque — 35%

Israel — 15%

Japão — 15%

Jordânia — 15%

Cazaquistão — 25%

Laos — 40%

Lesoto — 15%

Líbia — 30%

Liechtenstein — 15%

Madagáscar — 15%

Malawi — 15%

Malásia — 19%

Maurício — 15%

Moldávia — 25%

Moçambique — 15%

Mianmar (Birmânia) — 40%

Namíbia — 15%

Nauru — 15%

Nova Zelândia — 15%

Nicarágua — 18%

Nigéria — 15%

Macedônia do Norte — 15%

Noruega — 15%

Paquistão — 19%

Papua Nova Guiné — 15%

Filipinas — 19%

Sérvia — 35%

África do Sul — 30%

Coreia do Sul — 15%

Sri Lanka — 20%

Suíça — 39%

Síria — 41%

Taiwan — 20%

Tailândia — 19%

Trinidad e Tobago — 15%

Tunísia — 25%

Turquia — 15%

Reino Unido — 10%

Vanuatu — 15%

Venezuela — 15%

Zâmbia — 15%

Zimbábue — 15%

Uma semana histórica para o Brasil com a lei “Lei Magnitsky” sendo aplicada pela primeira vez contra um ministro da suprema corte brasileira. Junto com a aplicação da lei os Estados Unidos decidiram impor uma nova tarifa em 50% contra o seu principal fornecedor de café do mundo: o Brasil.

Como sabemos, os Estados Unidos é o maior mercado consumidor do mundo – consumindo aproximadamente 24 milhões de sacas/ano – importando aproximadamente 31% do Brasil (aproximadamente 7,50 milhões de sacas).

Apesar da tarifa já ser aguardada por muitos agentes do mercado, quando foi efetivamente anunciada, o mercado assustou. No primeiro momento a leitura foi que “os Estados Unidos são dependentes do café brasileiro e não vou conseguir originar café em outros países para cobrir suas necessidades”; “o novo imposto vai aumentar o preço do café para o consumidor americano e gerar inflação”...

Porém, a nova tarifa só começará a valer a partir do próximo dia 06 de agosto. Segundo notícias publicadas na mídia, toda carga que já estiver “navegando” com “destino aos Estados Unidos não serão tarifados”. Em seguida começaram a surgir rumores onde grandes importadores americanos estariam “correndo” para carregar o máximo possível de café para os Estados Unidos até o próximo dia 06 de agosto... Ora, faltou avisar aos “importadores” que os navios com programação para carregar nos próximos 3-5 dias já estão com os bookings tomados e não existe mais tempo hábil para fazer qualquer coisa nesse momento.

Existe a possibilidade, ainda que remota, que os Estados Unidos irão colocar o café na lista de exceção uma vez que os Estados Unidos não produzem café suficiente para abastecer o seu mercado. E novos rumores que os Estados Unidos poderiam aplicar a exceção similar ao produto suco de laranja. Ora, no caso do suco de laranja não existe outro produtor como o Brasil. Já no café os Estados Unidos poderão seguir comprando / originando de outros países.

Com novo ataque (ou defesa) dos ministros do supremo tribunal federal na sexta-feira (em resposta a aplicação da “Lei Magnitsky” contra o ministro Alexandre de Morais) declarando que não irão aceitar a decisão dos Estados Unidos contra “a soberania nacional” creio que dificilmente o café brasileiro receberá algum novo benefício / isenção – pelo menos no curto prazo.

Conforme relação das novas tarifas (destacando aqui dos principais fornecedores de café ao redor do mundo) podemos ver que - com exceção da Colômbia, México e Honduras - os principais concorrentes brasileiros produtores de café estão com tarifas entre 15-25%, sendo o Vietnã com 20%.

Brasil — 50%

Vietnã — 20%

Costa Rica — 15%

Angola — 15%

Gana — 15%

Uganda — 15%

Índia — 25%

Indonésia — 19%

No curto prazo os Estados Unidos ainda poderão continuar importando café brasileiro – tanto arábica quanto robusta – ajustando o seu custo da matéria prima, o seu mix de produção e preço com café brasileiro, e originando suas necessidades de outras origens.

Como mencionado no comentário semanal anterior, o mercado americano não deixou de importar e consumir café durante 2.024 mesmo quando NY chegou a negociar nas máximas históricas @ 438 centavos de dólar por libra-peso (considerando um preço médio na compra do café arábica para o período em 420 centavos de dólar por libra-peso = 564,98 US$/saca). Então, agora, com as tarifas em 50% para o Brasil e 20% na média para “outras origens”, NY tem um novo “break-even” ao redor dos 324 centavos de dólar por libra-peso para que o seu custo da matéria prima fique equivalente quando o mercado negociou nos 420 centavos de dólar por libra-peso:

Com todas essas indefinições/expectativas o mercado de NY teve umas das semanas mais voláteis dos últimos anos. Apenas na sexta-feira o set-25 chegou a oscilar mais de 3.000 pontos (oscilando entre as máximas/mínimas/máximas/mínimas/fechamento) variando entre 297,05 e 283,65 centavos de dólar por libra-peso.

O set-25 encerrou @ 284,20 centavos de dólar por libra-peso após negociar na máxima da semana na segunda-feira @ 306,00 centavos de dólar por libra-peso (fechamento anterior / máxima / mínima / fechamento atual respectivamente @ 297,55 / 306,00 / 283,65 / 284,20 centavos de dólar por libra-peso).

O R$ spot encerrou @ 5,54 R$/US$ após oscilar entre 5,52 – 5,64 R$/US$.

Do lado fundamental o Brasil sofreu a chuva de granizo na sexta-feira anterior (25 de julho) com reflexo imediato no pregão da segunda-feira. Tivemos novas geadas pontuais no sul de Minas na madrugada da quarta-feira. Os estragos ainda estão sendo levantados inclusive os reflexos para a próxima safra 26/27. Mesmo assim o mercado terminou a semana caindo -1.300 pontos.

A colheita da safra atual 25/26 do café robusta praticamente encerrou – com as estimativas variando entre 18-26 milhões de sacas – e a colheita do café arábica segue avançando com aproximadamente 70% já colhido. As estimativas para a safra do café arábica continuam em xeque variando entre 20-38 milhões de sacas.

Então, trabalhando com as “pontas” a safra brasileira 25/26 continua estimada entre 38-64 milhões de sacas! Durante a semana uma grande trading já reduziu sua estimativa para produção total saindo de 62 milhões de sacas para 57 milhões de sacas!

Conforme informações de muitos produtores, da Procafé* e alguns agrônomos a quebra no café arábica realmente ocorreu em muitas áreas com perdas entre -10/-30%. Creio que em breve, assim que a confirmação da quebra atingir os fundos+algoritimos, os preços em NY poderão ter um repique podendo voltar ao patamar dos 350-400 centavos de dólar por libra-peso.

Por que? Porque a estimativa inicial do USDA* em 64 milhões de sacas do Brasil provavelmente vai sofrer algum novo ajuste. Se a safra brasileira for confirmada entre 57-50 milhões de sacas e o consumo mundial, a principio e segundo a OIC*, em 184 milhões de sacas então teremos um novo déficit entre “produção mundial x consumo mundial” acima dos -18 milhões de sacas! Levando novamente o índice “estoque mundial x consumo mundial” para praticamente zero.

Segundo projeções com os dados da Cecafe* em julho-25 o Brasil deverá ter exportado aproximadamente 3,00 milhões de sacas. Isso representará 15% acima de junho-25 porém -20,57% em comparação a julho-24.

O produtor brasileiro – tanto do café arábica quanto do café robusta – continua reticente, vendendo apenas o mínimo necessário aguardando por preços melhores. Com toda a oscilação da semana o café arábica voltou a negociar acima dos 1.900 R$/saca e o café robusta novamente acima dos 1.050 R$/saca. Porém, com a forte queda na sexta-feira os preços voltaram para baixo dos 1.900 R$/saca e abaixo dos 1.000 R$/saca respectivamente.

Como já mencionado o spread entre o café arábica e o café robusta continua muito elevado e não faz sentido. Ainda mais agora com o mercado americano – no curto prazo – podendo aumentar as importações do café tipo robusta!

O mundo irá dormir nesse final de semana ainda digerindo o reflexo das novas tarifas mundiais aplicadas pelos Estados Unidos na sexta-feira e com o risco iminente de uma nova guerra militar/nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia. Na sexta-feira o presidente Trump mandou a marinha americana reposicionar 2 submarinos próximo a Rússia após ter recebido “ameaças” do ex-presidente russo Dmitri Medvedev, que é o atual vice-presidente do Conselho de Segurança do Kremlin.

Produtor: como sempre “Proteja-se”!

O mercado é e sempre será soberano.

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Contrato Cotação Variação
Setembro 341,65 +15,15
Dezembro 334,20 +15,50
Março 322,95 +14,05
Contrato Cotação Variação
Setembro 4.201 + 117
Novembro 4.067 + 115
Janeiro 3.943 + 129
Contrato Cotação Variação
Setembro 435,00 +19,25
Dezembro 410,95 +20,45
Março 410,15 +24,15
Contrato Cotação Variação
DXY 97,59 - 0,52
Dólar 5,3980 - 0,35
Euro 6,3170 + 0,11
Ptax 5,3929 - 0,31
  • Varginha
    Descrição Valor
    Peneira14/15/16 R$ 2160,00
    Safra 25/26 20% R$ 2160,00
    Duro/riado/rio R$ 1700,00
    Certificado 15% R$ 2190,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2060,00
    Safra 25/26 15% R$ 2170,00
    Certificado 15% R$ 2190,00
    Duro/riado/rio R$ 1700,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2190,00
    Safra 25/26 15% R$ 2170,00
    Moka R$ 2060,00
    Duro/Riado 15% R$ 1850,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2170,00
    Safra 25/26 30% R$ 2150,00
    Peneira 17/18 R$ 2280,00
    Rio com 15% R$ 1420,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 25/26 20% R$ 2160,00
    Safra 25/26 30% R$ 2140,00
    Duro/Riado 15% R$ 1800,00
    Escolha kg/apro R$ 25,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2170,00
    Safra 25/26 25% R$ 2150,00
    Duro/riado 25% R$ 1800,00
    600 defeitos R$ 2000,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Agnocafé 23/24 R$ 2170,00
    Cepea Arábica R$ 1924,14
    Cepea Conilon R$ 1231,19
    Conilon/Vietnã R$ 1580,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1260,00
    Conilon T. 7 R$ 1250,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1240,00