Tarifação dos EUA desorganiza comércio internacional de café
Santos, sexta-feira, 08 de agosto de 2025
Lideranças e operadores de mercado, no Brasil e nos EUA, continuam trabalhando para convencer o presidente Trump a isentar do tarifaço de 50% o café, produto não cultivado pelos americanos.
Os estoques de café globais estão em níveis historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores. Com o clima irregular, ano após ano, em todos os países produtores e um equilíbrio entre produção e consumo mundial, a imposição pelos americanos, maiores consumidores mundiais, dessa pesada tarifa sobre os cafés importados do Brasil (em 2024 foram 8 milhões de sacas de 60 kg), maior produtor e exportador de café do mundo, desorganizará o mercado internacional de café. Não existe café sobrando em nenhuma país produtor, e a compra pelos importadores americanos de grandes volumes de café em outras origens não tarifadas em 50%, deslocará os importadores habituais desses cafés de outros países consumidores, que por sua vez irão procurar novos fornecedores, desorganizando o comércio internacional de café. Em nossa opinião, é provável que, mesmo com as pesadas taxas, os importadores americanos continuem comprando cafés brasileiros em bons volumes.
A colheita da nova safra brasileira de café 2025/2026 se aproxima do final e a quebra na produção de arábica está se confirmando. Quebrou no volume colhido e agora aparece uma segunda quebra no benefício dos frutos.
O mercado físico brasileiro passou a semana praticamente paralisado, com poucos produtores dispostos a fechar negócios nas bases de preços oferecidas pelos compradores. Nesta sexta-feira, com uma alta mais expressiva nas cotações em Nova Iorque e Londres, os compradores melhoraram suas bases de preço e saíram alguns negócios.
Hoje, os contratos de arábica com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US oscilaram 1.215 pontos entre a máxima e a mínima, batendo em US$ 3,0995 na máxima do dia, em alta de 1.215 pontos. Romperam a barreira dos 3 dólares, os contratos para dezembro também fecharam acima dos 3 dólares, e encerraram esta sexta-feira valendo US$ 3,0935 por libra peso, em alta de 1.155 pontos. Ontem subiram 445 pontos e anteontem caíram 530 pontos. Na terça-feira ganharam 1.015 pontos e na segunda tiveram alta de 435 pontos. Somaram alta de 2.515 pontos nesta semana e caíram 1.335 pontos na semana passada. Esses contratos perderam 430 pontos no decorrer do mês de julho e 3.970 pontos no mês de junho. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 8, estes contratos para setembro próximo somam alta de 735 pontos.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para setembro próximo bateram, na máxima do dia, em 3.576 dólares por tonelada, em alta de 158 dólares. Fecharam o pregão valendo 3.561 dólares, em alta de 143 dólares. Ontem subiram 24 dólares e anteontem caíram 18 dólares. Na terça-feira recuaram 9 dólares e na segunda subiram 91 dólares. Somaram alta de 231 dólares nesta semana e de 102 dólares na semana passada. Caíram 120 dólares na semana anterior à passada. Somaram queda de 219 dólares no mês de julho e de 843 dólares no mês de junho. Em 2025, desde o dia 28 de janeiro, até esta sexta-feira, dia 8, esses contratos de robusta para setembro próximo acumularam queda de 1.783 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US caíram hoje 5.146 sacas. Estão em 738.094 sacas. Há um ano eram de 828.704 sacas, caindo nesse período 90.610 sacas. Somaram queda nesta semana de 23.359 sacas e de 41.225 sacas na semana passada. Na semana anterior à passada recuaram 11.377 sacas. No mês de julho somaram queda de 70.552 sacas e no mês de junho caíram 47.217 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 8, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 241.873 sacas.
O dólar subiu hoje 0,24% frente ao real, terminando o dia a R$ 5,4360. Fechou a sexta-feira passada a R$ 5,5460 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,5620.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US encerraram o dia valendo R$ 2.224,46. Terminaram a sexta-feira passada valendo R$ 2.084,96 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.189,20.
As fortes e repentinas oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres, continuam dificultando o fechamento de um volume maior de negócios no mercado físico brasileiro, com poucos produtores dispostos a fechar negócios nas bases de preços oferecidas pelos compradores. Há interesse comprador para todos os padrões de café. As vendas de conilon estão mais avançadas, com volume maior de negócios fechados.
Até dia 8, os embarques de agosto estavam em 328.755 sacas de café arábica, 30.299 sacas de café conilon, mais 36.628 sacas de café solúvel, totalizando 395.682 sacas embarcadas, contra 321.212 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 8, os pedidos de emissão de origem para embarque em agosto totalizavam 530.872 sacas, contra 611.741 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 1, sexta-feira, até o fechamento de hoje, subiu nos contratos para de certificados entrega em setembro próximo 2.515 pontos ou US$ 33,27 (R$ 180,08) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 1 a R$ 2.084,96 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.224,46. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 1.155 pontos.