Carvalhaes: quebra na atual safra brasileira de arábica 2025 vai se confirmando
Santos, sexta-feira, 15 de agosto de 2025
As cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque e na ICE Europe em Londres, subiram forte por toda a semana. Fecharam em alta acentuada nesta sexta-feira, encerrando uma semana de ganhos expressivos nos contratos de arábica e de robusta.
Os contratos de arábica, com vencimento em setembro e dezembro de 2025, e os com vencimento em março, maio e julho de 2026, fecham a semana acima dos 3 dólares por libra peso. Os de robusta, com vencimento em setembro e novembro de 2025 na ICE Europe, encerraram esta sexta-feira acima dos 4 mil dólares por tonelada.
No mercado físico brasileiro, os arábicas de boa qualidade a finos, bem-preparados, foram negociados acima dos dois mil reais por saca. O conillon trabalhou acima dos mil e cem reais.
A geada que atingiu, na última segunda-feira, cafezais do cerrado mineiro, principalmente da região de Patrocínio, maior município produtor de café do mundo, foi uma das causas das altas desta semana. É preocupante o cenário que vai se desenhando sobre a atual safra brasileira 2025/2026 e a próxima 2026/2027.
A Cooxupé - Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé realizou, ontem, dia 14 de agosto, seu 7º Fórum Café e Clima, em Guaxupé/MG. O evento contou com as participações de Guilherme Vinicius Teixeira, coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé; Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista, e do professor doutor José Donizeti Alves, da UFLA - Universidade Federal de Lavras.
O encontro apresentou uma análise detalhada das condições meteorológicas registradas no último ano agrícola, seus impactos na produção e as perspectivas para as próximas safras. Para 2026, Guilherme Teixeira prevê um cenário desafiador. Isso porque o atraso das chuvas reduziu o período de crescimento dos ramos, diminuindo o potencial produtivo. Lavouras de sequeiro registraram média de 11 nós e irrigadas, 14. Além disso, ocorreram eventos de granizo e de geada na média mogiana do estado de São Paulo e Sul de Minas, assim como geada de capote no cerrado mineiro. “Contudo, como a colheita ainda está acontecendo em algumas regiões na área de atuação da Cooxupé, estamos colhendo frutos da safra 2025 e alguns botões florais que já seriam a colheita de 2026. Diante desse cenário, é cedo para estimar volume, mas já sabemos que haverá, sim, impacto”, afirmou (fonte: Site Notícias Agrícolas).
A quebra na atual safra brasileira de arábica 2025 vai se confirmando, quebrou no volume colhido e agora aparece uma segunda quebra no benefício dos frutos; as incertezas no mercado global de café com o tarifaço dos EUA sobre os cafés brasileiros, que desorganiza o comércio internacional de café; os estoques historicamente baixos, tanto nos países produtores como nos países consumidores; o clima irregular nos principais países produtores de café e o equilíbrio precário entre produção e consumo mundial continuarão levando os contratos de café em Nova Iorque e Londres a trabalharem com fortes oscilações diárias.
Lideranças e operadores de mercado, no Brasil e nos EUA, continuam trabalhando para convencer o presidente Trump a isentar do tarifaço o café, produto não cultivado pelos americanos.
As exportações brasileiras de café em julho último totalizaram 2.732.983 sacas, 27,6% menos que as 3.776.796 sacas embarcadas em julho de 2024. No último mês de junho, colocamos a bordo 2.610.240 sacas, 27,9% menos que as 3.613.428 sacas exportadas em junho de 2024. De janeiro a julho de 2025 o Brasil exportou 22.150.084 sacas. Foram 21,4% menos (6.031.495 sacas) que as 28.181.579 sacas embarcadas de janeiro a julho de 2024.
Hoje, os contratos de arábica com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US oscilaram 1.815 pontos entre a máxima e a mínima, batendo em US$ 3,4430 na máxima do dia, em alta de 1.780 pontos. Fecharam valendo US$ 3,4165 por libra peso, em alta de 1.515 pontos. Ontem subiram 690 pontos e anteontem 445 pontos. Na terça-feira caíram 555 pontos e na segunda subiram 1.135 pontos. Somaram alta de 3.230 pontos nesta semana e de 2.515 pontos na semana passada. Caíram 1.335 pontos na semana anterior à passada. Esses contratos perderam 430 pontos no decorrer do mês de julho e 3.970 pontos no mês de junho. Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 15, estes contratos para setembro próximo somam alta de 3.965 pontos.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para setembro próximo bateram, na máxima do dia, em 4.212 dólares por tonelada, em alta de 128 dólares. Fecharam o pregão valendo 4.201 dólares, com ganhos de 117 dólares. Ontem subiram 151 dólares e anteontem 206 dólares. Na terça-feira recuaram 1 dólar e na segunda subiram 167 dólares. Somaram alta nesta semana de 640 dólares e de 231 dólares na semana passada. Na semana anterior à passada subiram 102 dólares. Somaram queda de 219 dólares no mês de julho e de 843 dólares no mês de junho. Em 2025, desde o dia 28 de janeiro, até esta sexta-feira, dia 15, esses contratos de robusta para setembro próximo acumularam queda de 1.143 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US, em Nova Iorque, subiram hoje 5.078 sacas. Estão em 731.739 sacas. Há um ano eram de 836.921 sacas, caindo nesse período 105.182 sacas. Somaram queda nesta semana de 6.355 sacas e de 23.359 sacas na semana passada. Na semana anterior à passada recuaram 41.225 sacas. No mês de julho somaram queda de 70.552 sacas e no mês de junho caíram 47.217 sacas.. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 15, os estoques certificados pela ICE Futures US, acumulam queda de 248.228 sacas.
O dólar caiu hoje 0,37% frente ao real, terminando o dia a R$ 5,3980. Fechou a sexta-feira passada a R$ 5,4360 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,5460.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US encerraram o dia valendo R$ 2.439,54. Terminaram a sexta-feira passada valendo R$ 2.224,46 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.084,96.
As vendas no mercado físico brasileiro continuam lentas, bem abaixo da média para esta época do ano. As fortes e repentinas oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres, dificultam o fechamento de um volume maior de negócios, com poucos produtores dispostos a fechar negócios nas bases de preços oferecidas pelos compradores. Há forte interesse comprador para todos os padrões de café. As vendas de conilon estão mais avançadas, com volume maior de negócios fechados.
No último mês de julho foram embarcadas 2.732.983 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 27,6% (1.043.813 sacas) menos que as 3.776.796 sacas embarcadas em julho de 2024 e 4,7% (122.743 sacas) mais que no último mês de junho. Foram 1.984.053 sacas de café arábica (alta de 8,7%, ou 158.148 sacas em relação a junho de 2025) e 461.192 sacas de café conilon (queda de 3,3% ou 15.575 sacas em relação a junho de 2025), totalizando 2.445.245 sacas de café verde embarcadas, que somadas a 284.727 sacas de solúvel (queda de 5,5% ou 16.692 sacas em relação a junho de 2025) e 3.011 sacas de torrado, totalizaram 2.732.983 sacas exportadas em julho último.
Até dia 14, os embarques de agosto estavam em 744.243 sacas de café arábica, 197.763 sacas de café conilon, mais 103.122 sacas de café solúvel, totalizando 1.045.128 sacas embarcadas, contra 1.249.162 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 14, os pedidos de emissão de origem para embarque em agosto totalizavam 1.195.897 sacas, contra 1.557.794 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento de hoje, subiu nos contratos para de certificados entrega em setembro próximo 3.230 pontos ou US$ 42,73 (R$ 230,64) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE, fecharam no dia 8 a R$ 2.224,46 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.439,54. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 1.515 pontos.