Depois de 40 anos, o clima nas regiões de café será um repeteco de 1.985?
Por José Roberto Marques da Costa
Com o volume de 35.883 lotes, 11.098 lotes a mais do pregão anterior, quando teve a volatilidade de 6,60 cents, a menor de 2025. O setembro ainda tem 62 contratos em aberto e o volume de negócios foram 14 lotes, fechando a 410,65 cents maior nível dos últimos 134 dias. Dezembro fechou em alta de 10,75 cents (2,78%) a 396,85 cents, variação apenas 14,25 cents, de 384,30 cents a 398,55 cents, rompendo as três resistências do dia, em 389,12 cents, 392,23 cents e 395,77 cents, na semana acumula alta de 23,20 cents (6,2%). Os estoques certificados diminuíram 766 sacas para 669.225 sacas, esperando certificação 19.306 sacas e na semana caíram 39.459 sacas.
Com volume de 11.344 lotes, 780 lotes a menos do pregão anterior, quando teve a volatilidade de US$ 173/t. O novembro fechou em alta de US$ 80 (1,77%), a US$ 4.601/t, variando US$ 155, de US$ 4.499/t a US$ 4.654/t, rompendo a primeira resistência em US$ 4.596/t e na semana acumula alta de US$ 296 (6,77%) a tonelada. A diferença de preço entre NY e Londres sobe para 188,16 cents ante a 183,83 cents do pregão anterior.
O relatório da Commodity Futures Trading Commission referente a 09 de setembro mostram que os grandes fundos aumentaram em 3.413 lotes suas posições compradas e diminuíram em 599 lotes suas posições vendidas, neste período a variação de setembro passou de 370,35 cents a 381,80 cents, alta de 11,45 cents. Os da CFTC mostram posições líquidas compradas dos grandes fundos aumentaram 10,6%, acumulando alta de 41,30% nas últimas quatro semanas. As posições abertas tiveram alta de 3,75%, passando 21.8829 lotes para 227.030 lotes e nas últimas quatro semanas acumula alta 50.845 ( 27,95% ) posições em abertas.
Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 41.722 posições líquidas compradas, sendo 55.981 posições compradas e 14.259 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 02 de setembro, eles tinham 37.714 posições líquidas compradas sendo 52.568 posições compradas e 14.858 posições vendidas. As empresas comerciais tiveram alta de 8,05% suas posições líquidas vendidas, registravam no dia 09, saldo de 43.781 posições líquidas vendidas, sendo 73.413 posições compradas e 123.194 vendidas. No relatório anterior do dia 02, possuíam 40.516 posições líquidas vendidas, sendo 77.300 posições compradas e 117.2316 vendidas.
Nos pregões desta semana tivemos um intensa "briga" com os vendidos tentando a "todo custo" segurar dezembro abaixo de 390,00 cents, evitando a máximo a aproximação de 393,00 cents, com os gráficos técnicos indicando a entrada de forte canal de alta. Nas últimas cinco horas no pregão desta sexta-feira (12), este nível foi finalmente ultrapassado, aumentando as chances de atingir pontos adicionais, que podem se estender até 424,10 cents, atingindo o topo em 440,00 cents.
Os traders estão preocupados e observando atentamente os padrões climáticos e seu potencial de influenciar os movimentos futuros de preço. A tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil provocou uma corrida para os estoques certificados pela ICE, enquanto os agricultores brasileiros estão relutantes em vender enquanto esperam para ver se a Suprema Corte dos EUA mantém uma decisão do tribunal federal de apelações de que o presidente Donald Trump extrapolou sua autoridade ao promulgar as tarifas.
De acordo com a Barchart, os preços do arábica subiram para uma máxima de quatro meses, devido à falta de chuvas nas regiões produtoras de café do Brasil, antes do início da floração dos cafeeiros. Ainda segundo a consultoria, a valorização do real também é um fator positivo para os preços do café, já que a moeda brasileira atingiu hoje a maior alta em 15 meses em relação ao dólar. O real mais forte desestimula as exportações dos produtores de café do Brasil. Para analista da BMI, os principais impulsionadores do sentimento de alta continuam a ser as preocupações de que a safra brasileira de café será menor do que o inicialmente esperado e a imposição pelos EUA de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, contribuindo para os baixos estoques nos EUA.
Segundo a Trading Economic, Os contratos futuros do café arábica atingiram máxima de quatro meses, os preços permanecem elevados devido à restrição do mercado impulsionada pelas tarifas americanas, à redução dos estoques certificados e às revisões para baixo da previsão da safra de arábica do Brasil para 2025. O clima continua desempenhando um papel crítico, com uma provável mudança de El Niño para La Niña ainda este ano, potencialmente afetando as condições de cultivo. Os preços do café ao consumidor americano subiram em agosto no ritmo mais rápido em sete meses, refletindo o impacto das tarifas. As exportações de café do Brasil para os EUA caíram 46% em agosto, em relação ao mesmo período do ano anterior, pressionadas pela tarifa de 50% sobre as importações brasileiras. Os traders estão atentamento os padrões climáticos e os desenvolvimentos da política comercial para verificar seu potencial de influenciar os movimentos futuros de preços.
Segundo analista, "as previsões meteorológicas indicam atualmente não há risco real de chuva nos próximos sete dias nas regiões de café, embora isso possa mudar com o passar dos dias. Os estoques de certificados na ICE continuam em queda, enquanto as tarifas brasileiras não mostram sinais de serem suspensas em breve. Sem um catalisador significativo, é difícil ver uma reversão do movimento de alta no curto prazo". O relatório Rabobank destaca, que o mercado ainda permanece volátil, olhando para questões como as tarifas sobre produtores brasileiros, e ainda as perspectivas para a safra de café no país em 2026/27, que permanecem positivas. Nas próximas semanas, o mercado deve acompanhar de perto o regime de chuvas e a florada, fatores que podem influenciar os preços caso haja risco ao potencial produtivo.
Segundo o analista Gil Barabach da Safras & Mercado, a ideia de uma super safra de café arábica do Brasil em 2026, próxima do recorde registrado em 2020, "está saindo do radar" em função de questões climáticas, mas isso não quer dizer que a gente não possa ter uma safra cheia no ano que vem, mas primeiro tem que chegar as chuvas para as floradas. O mercado está na expectativa da chegada de chuvas mais volumosas ao final deste mês, que possam despertar a principal florada para a safra do próximo ano no maior produtor e exportador global." O Brasil precisaria ter uma grande safra de arábica em 2026 para haver uma recomposição de estoques" acresceu ele.
Conforme a avaliação o presidente da Cecafé, Márcio Ferreira, a queda do volume embarcado em agosto já era aguardada, devido ao país vir de exportações recordes em 2024 e possuir menor oferta, em função de uma safra que ficou aquém de seu potencial máximo produtivo e aumento do imposto de 50% pelo governo dos EUA sobre os cafés do Brasil potencializou essa redução. São esses mesmos fatores que devem manter as cotações em Nova York ainda em patamares historicamente elevados na bolsa.
Nas últimas cinco semanas, quando o presidente dos EUA impôs o tarifaço para o café brasileiro, o rally dos contratos futuros do café arábica em NY foi impressionante, saindo do preço de 286,40 cents para 396,85 cents, alta de 110,45 cents (38,56%). Na segunda semana de agosto, a Agnocafé teve informações meteorológicas, que um possível estiagem, chuva bem abaixo da média histórica e ondas de temperatura altas dos próximos 90 dias poderia influenciar negativamente na produtividade da safra de 2026, e começou a alertar que o maior problema de curto e meio prazo dos cafeicultores brasileiros está no clima crítico e não na bolsa de NY.
Depois de 35 dias, as informações meteorológicas continuam indicando o mesmo cenário com escassez de chuvas nos próximos 15 dias. Com possibilidade deste clima se prolongar até outubro, trazendo um cenário crítico para os cafezais, um repeteco do ano de 1.985, naquele ano, tivemos uma estiagem com o retorno das chuvas nas regiões café na primeira semana de novembro. Na época, no mês de julho, o antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC) espera um safra em 1986 de 22 milhões de sacas, devido ao estres climático, o pegamento da florada ficou bem abaixo do esperado, reduzindo a safra de 1.986 em mais de 50%, foram produzidas somente 9,5 milhões de sacas.
Naquela as cotações de NY tiveram uma forte valorização, chegando no mês de maio acima de 2,75 cents, foi a primeira vez da história no mercado de café, que produtores brasileiros venderam a saca de café acima de US$ 400. Devido a forte pressão de alguns setores do mercado, naquela época, o Brasil tinha um forte estoque de café, e o IBC interviu, colocando mais café no mercado, fazendo que os preço voltassem ao patamar abaixo de 1,5 cents.
A grande diferença de 40 anos atrás, é que hoje não temos estoques para intervir e segurar as contações em plena queda mundial de safra e aumento do consumo global de café , tudo indica que deve gerar um déficit de mais de 25 milhões de sacas.
Data: 13/09/2025 23:10 Nome do Usuário: Leonardo Comentário: O povo terá que migrar p/ outra bebida mesmo e não é por seca ou geada,é por falta de M.de obra,cada dia mais escassa e com os beneficios sociais do governo concorrendo com o produtor cada vez mais.
Data: 13/09/2025 16:46 Nome do Usuário: Jorge Comentário: O café esta nesse preço e vai continuar subindo porque de 19 a 23 não era interessante investir em café, renovaçao, produtividade. É o preço que se paga por terem judiado do produtor. Não tem café
Data: 13/09/2025 13:34 Nome do Usuário: Fábio Comentário: Se realmente vier a seca vai ser uma tragédia POIS NESTE NÍVEL DE PREÇO JÁ ESTÁ DIFÍCIL TRABALHAR COM CAFÉ IMAGINA ACIMA. UMA COISA É O CONSUMIDOR VAI MIGRAR PRA OUTRA BEBIDA