Leia, na sequência, artigo de autoria de Silas Brasileiro, presidente do CNC (Conselho Nacional do Café).
O Brasil, mais uma vez, ocupa posição de destaque no cenário internacional. Entre os dias 22 e 24 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Enquanto o Brasil projeta sua voz na comunidade internacional, também acompanhamos, com atenção, outro tema de grande relevância para nossa economia: a tramitação, no Congresso dos Estados Unidos, de um projeto de lei bipartidário que pode isentar o café brasileiro das tarifas impostas em julho. Essa iniciativa é conduzida pelos parlamentares Don Bacon (Partido Republicano) e Ro Khanna (Partido Democrata), que destacaram os impactos negativos da medida sobre as famílias norte-americanas e sobre cadeias globais de fornecimento.
A imposição de uma tarifa de 50% ao café brasileiro já resultou em aumento de 21% no preço médio pago pelos consumidores nos Estados Unidos, pressionando empresas, cafeterias e supermercados. Considerando que o Brasil responde historicamente por cerca de um terço das importações norte-americanas de café, a medida trouxe instabilidade tanto para os consumidores quanto para produtores e exportadores.
O Conselho Nacional do Café (CNC), em conjunto com outras entidades representativas da cafeicultura, tem atuado firmemente em defesa do nosso setor. Temos buscado interlocução com autoridades brasileiras e norte-americanas, sempre ressaltando que o café não é apenas uma commodity, mas um elo essencial para o equilíbrio econômico, social e ambiental de milhões de famílias. O café brasileiro é produzido dentro dos mais elevados padrões de qualidade e sustentabilidade, sendo, portanto, um aliado das metas globais de desenvolvimento sustentável.
Nesse contexto, um rápido encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em Nova York, abriu a possibilidade de uma reunião na próxima semana. A expectativa é que esse diálogo possa contribuir para o alinhamento de um acordo e até mesmo para a construção de uma solução definitiva em relação à tarifa imposta ao café brasileiro, que prejudica consumidores norte-americanos e desorganiza mercados globais.
O CNC reafirma seu compromisso de seguir atuando junto às autoridades nacionais e internacionais para garantir que o café brasileiro continue ocupando seu espaço de liderança no mundo. Nossa missão é proteger os interesses das cooperativas, associações e dos produtores, preservar a competitividade do setor, assegurando que o café do Brasil seja reconhecido como sinônimo de qualidade, sustentabilidade e confiança.