Especulações sobre safras confundem mercado e exigem cautela do produtor
Leia, na sequência, artigo de autoria de Silas Brasileiro, presidente do CNC (Conselho Nacional do Café).
O Conselho Nacional do Café (CNC) acompanha com atenção as recentes publicações de portais internacionais sobre a produção de café, como a matéria divulgada por uma agência de notícias acerca da safra do Vietnã. De acordo com a reportagem, o país asiático deve colher em 2025/26 sua maior safra de robusta em quatro anos, estimada em 1,76 milhão de toneladas (29,3 milhões de sacas de 60 kg), o que poderia pressionar os preços globais para baixo.
Entretanto, o que se observa, de forma recorrente, é que essas informações são muitas vezes contraditórias: ora apontam para um cenário de recorde de produção, ora projetam colheitas drásticas e abaixo da média. Essa volatilidade de análises gera ruídos que confundem o mercado e, principalmente, desestabilizam o cafeicultor com previsões constantemente divergentes.
O CNC entende que o café, por sua importância econômica e social, não pode ser tratado como objeto de especulação. Notícias desencontradas afetam não apenas a percepção de preços internacionais, mas também a tomada de decisão do produtor brasileiro, que é parte fundamental da cadeia global de abastecimento.
Por isso, o CNC reforça a necessidade de o produtor de café selecionar criteriosamente suas fontes de informação, buscando entidades representativas e dados técnicos consistentes. O equilíbrio entre informação qualificada e responsabilidade na divulgação é essencial para preservar a sustentabilidade do setor e a confiança de todos os elos da cadeia do café.
O Conselho Nacional do Café e suas cooperativas permanecem firmes no compromisso de oferecer transparência, segurança e confiabilidade para que o produtor brasileiro esteja sempre amparado por informações sólidas, capazes de orientar suas decisões com clareza em meio a um mercado cada vez mais dinâmico e desafiador.