A escassez de café brasileiro deve estressar o mercado no médio prazo
Por José Roberto Marques da Costa
Com baixo volume 24.869 lotes, 2.851 lotes a mais do pregão anterior, o dezembro fechou em queda de 4,20 cents (1,11%) em 373,05 cents, varia 12,25 cents de 370,65 cents, menor nível da semana, a 382,85 cents, rompendo o primeiro suporte em 373,32 cents e sem força para atingir a primeira resistência em 384,57 cents. A volatilidade média da semana foi 11,74 cents, segunda 12,80 cents, terça 10,15 cents, quarta 12,25 cents, quinta 11,25 cents e hoje 12,25 cents. A margem invertida dezembro/março teve queda para 16,85 cents ante a 16,85 cents do pregão anterior. Os estoques certificados diminuíram 10.151 sacas para 509.383 sacas, esperando certificação 1.6210 sacas, na semana acumula perda de 25.280 sacas e nos últimos 15 pregões acumula queda 144.842 sacas ( 22% ), média diária de 9.656 sacas.
Com volume de 16.567 lotes, 8.044 lotes menor do pregão anterior, quando o volume de Londres superou NY, tendo uma volatilidade de US$ 164/t. O novembro fechou em queda de US$ 88 (1,92%) a US$ 4.480/t, varia US$ 182, de US$ 4.464/t a US$ 4.646/t, acumulando na semana queda de US$ 44 a tonelada. A diferença de preço entre NY e Londres caiu para 169,84 cents ante a 170,05 cents do pregão anterior.
Com performance de "montanha russa", os especuladores de "plantão continuam levando o mercado com a "barriga", mantendo dezembro dentro do intervalo de 20 cents, entre 370 cents a 390 cents nos últimos 13 pregões, encontrando forte suporte em 370,00 cents. Nesta sexta-feira, mesmo diante a forte valorização dólar no Brasil de mais de 2,5% durante o intraday este suporte foi mantido, fazendo mínima de 370,65 cents, onde foi acionado compradas deste especuladores. Na segunda-feira, desta semana, começou testando a forte resistência 390,00 cents, chegando a máxima de 390,20 cents, onde este mesmo especuladores entraram vendendo realizando realizações de lucros. Os grandes investidores ficaram fora do mercado, entraram no somente no dia 23 e 24 de setembro defendendo suas posições compradas, e aliás estão bem comprados, quando o nível de 350 cents foi testado, acionando um forte stop de compras voltando ao nível acima de 370 cents no dia 26 de setembro.
No curto e médio prazo, este intervalo deve ser rompido devido a quatro fundamentos. Primeiro, quando a tarifa de 50% sobre as importações americanas de café brasileiro for reduzida nas negociações entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio que deve se encontrar em Washington na próxima semana. Segundo. quando os estoques de café certificados na ICE Futures caírem abaixo de 400 mil sacas, daqui a duas semanas. Terceiro, nos pregões anteriores ao vencimento das opções de dezembro na segunda semana de novembro. Quarto, quando o mercado percebe o nível críticos do estoques do café brasileiro, que alias é menor da história em época de final de colheita e não será o suficiente a honrar os compromissos nos próximos 8 meses.
PRIMEIRO: No início desta semana, um analista de mercado fez avaliação interessante sobre o mercado cafeeiro tendo uma opinião divergente da grande maioria dos players. Na sua avaliação, em uma possível diminuição da taxação de 50% dos Estados Unidos sobre o café brasileiro poderia ocorrer um direcionamento do terminal para as mãos dos comerciais. Os participantes deixaram de adquirir volumes mais significativos do grão brasileiro no pós-tarifação, com as indústrias de torrefação norte-americanas, cancelando contratos de compra de café do Brasil, recorrendo a outras origens, principalmente do México e Colômbia, ante os preços mais altos dos grãos brasileiros. Caso a queda da taxação, o Brasil volta a se mostrar mais ativo e com grãos com preços mais módicos, o que poderia abrir perspectiva para aquisições mais efetivas para ampliar o abastecimento de volumes estocados. Com isso, poderia haver a abertura de espaço para uma retomada da força das cotações.
SEGUNDO: Faltam a 30 dias ( 11/12 ), para vencer os contratos de opções do café arábica do mês de dezembro, atualmente os contratos em abertos calls entre o intervalo 400 cents a 500 cents somam 23.721 lotes, os mais carregados estão no nível de 500 cents com 3.726 lotes, depois 400 cents com 3.470 lotes e 450 cents com 2.446 lotes. Os contratos abertos puts entre o intervalo 300 cents a 400 cents somam 30.907 lotes, mais carregados no nível 300 cents com 6.448 lotes, depois 350 cents com 3.113 lotes e 340 cents com 2.625 lotes.
TERCEIRO: O fator mais crítico que impulsiona essa tendência de alta é o declínio drástico nos estoques monitorados pela ICE. Os estoques de arábica caíram para a mínima desde março de 2024. Os estoques certificados diminuíram 10.151 sacas para 509.383 sacas, esperando certificação 1.6210 sacas, na semana acumula perda de 25.280 sacas e nos últimos 15 pregões acumula queda 144.842 sacas ( 22% ), média diária de 9.656 sacas. Os estoques de certificados contabilização café de 15 países, o maior volume são 131.522 sacas de café mexicano, depois 68.049 sacas da Nicarágua, 54.705 sacas de Honduras, 44.615 sacas do Peru e 33.735 sacas do Brasil. Nesta época no ano passado, quando os estoques estavam em 800 mil sacas, café do Brasil e Honduras representava mais 88% dos estoques de certificados. Mantendo esta queda diária, nos próximos 12 pregões deve ficar abaixo de 400 mil sacas e acionar um alerta de "aversão a crise".
QUARTO: O mercado está fortemente focado nas chuvas nas regiões de café que receberam um indicativo animador para a próxima safra com a chegada da florada, mas eles só terão a certeza de que o período vai ser de boa colheita com chuvas nos próximos 30 dias. É crucial virem chuvas entre 30 e 40 milímetros no mínimo pra poder essa flor virar de fato o fruto. Em 2024, esse volume ficou bem abaixo do esperado, o que agravou as condições da lavoura, já afetada pelas altas temperaturas deixando os cafezais estressados provocando a queda na produtividade do café arábica.
Além do presidente Donald Trump que anunciou nesta sexta-feira a tarde, uma tarifa adicional de 100% para as importações da China a valer em primeiro de novembro, que deve contaminar todos os mercados nas próximas semanas, inclusive a commodities café. Outro fator que deverá trazer maior estres no mercado no médio prazo, será a escassez de café do principal produtor mundial de café arábica nos próximos oito meses para alimentar este mercado insaciável.
Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 10 de outubro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 779.557 sacas, queda de 19,8%. Em setembro, o Brasil exportou 3,750 milhões de sacas de café, queda de 18,4% em relação às 4,598 milhões de sacas embarcadas no mesmo mês de 2024, que representa 848 mil sacas a menos. Nos três primeiros meses do ano-safra 2025/2026, julho, agosto e setembro, os embarques atingiram 9,676 milhões de sacas, queda de 20,6%, que representa queda de 1,994 milhões sacas. Entre janeiro a setembro de 2025, foram exportados 29,105 milhões de sacas, queda de 20,5%, em sacas de café representa 7,488 milhões a menos.
Os últimos dados da Cecafé, petrificam um queda na exportação de café em torno de 20% neste ano safra 2025/205, projetando esta queda em relação às 45.464 milhões de sacas da safra 2024/2025, as exportações desta safra deve ficar em 36,464 milhões de sacas, queda aproximadamente de 9 milhões de sacas. A grande dúvida do mercado, se o Brasil terá café suficiente para exportar 36,5 milhões de sacas, fazendo as contas, dificilmente esta meta será atingida.
A produção de café do Brasil da safra 2024/2025 ainda está gerando muitas discursões, os setor comercial estima em mais de 60 milhões de sacas, principalmente devido a ótima produção do robusta e o setor da produção estima em menos de 50 milhões de sacas devido a forte queda da safra do café arábica. Pelos nossos cálculos matemáticos, vamos usar a média de 55 milhões de sacas e com estoques remanescentes zerados devido as fortes exportações no ano safra 2023/2024 e 2024/2025 que atingiram a exportação de 93 milhões de sacas e mais consumo interno de 44 milhões de sacas, tendo como base o consumo de 22 milhões de sacas por ano.
Com produção total de 55 milhões de sacas, nos três primeiros meses do ano safra 2025/2026 foram exportadas 9,6 milhões de sacas e consumidas internamente 5,4 milhões de sacas, restando um estoques remanescente de 40 milhões de sacas para atender o mercado nos próximos 8 meses até a entrada da safra 2026/2027. Neste período, o consumo interno deverá ser de 14,5 milhões de sacas, restando 25,5 milhões de sacas para a exportações, média de 3,187 milhões de sacas por mês.
Pelas projeções dos primeiros 90 dias de exportação de 36,5 milhões da Cecafé, o diferencial será negativo em 10 milhões de sacas. Refazendo os cálculos com a estimativa do setor comercial, ainda devem faltar 5 milhões de sacas e pelo setor produtivo 15 milhões de sacas. O Brasil não terá café suficiente honrar seus compromissos e estressar o mercado no médio prazo
Data: 12/10/2025 08:31 Nome do Usuário: Fábio Comentário: Ótimo artigo é aquele NÃO DEVEMOS PREOCUPAR COM BOLSA NY E SIM COM O CLIMA ☀️
Data: 11/10/2025 15:06 Nome do Usuário: fabio Comentário: SOU PRODUTOR ... E CONHEÇO ESTA HISTORINHA JA FAZ UNS 20 ANOS KKK - ACORDA PRODUTOR - VC TEM QUE TER É CAIXA DIMDIM O RESTO O TEMPO RESOLVE , NÃO É NECESSÁRIO NENHUM GURO OU VIDENTE ...