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Mercado continua com um olho no céu e outro em Washington


Leia, na sequência, artigo de autoria de Marcelo Fraga Moreira, profissional há mais de 33 anos atuando no mercado de commodities agrícolas, escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.


O dez-25 encerrou a semana em “apenas” 397,45 centavos de dólar por libra-peso. O mercado iniciou a segunda-feira em alta e, em apenas 3 dias, chegou a subir +4.550 pontos (fechamento anterior / mínima / máxima / nova mínima / nova máxima / fechamento atual respectivamente @ 373,05 / 373,20 / 418,50 / 385,75 / 401,90 / 397,45 centavos de dólar por libra-peso).

As chuvas sumiram dos radares e a preocupação com o pegamento da florada voltou a preocupar o mercado. O “gap” em aberto desde o dia 16 de setembro de 2.025 (entre 407,50 e 407,00 centavos de dólar por libra-peso) e a posição em aberto das opções de compra “call*” no próximo vencimento (dia 12 de novembro) trabalharam como um imã, acionando “stops de compra” e empurrando os preços até os 418,50 centavos de dólar por libra-peso.

Na segunda-feira também o mercado acordou com notícias vinda da Europa onde o parlamento europeu poderá não autorizar a prorrogação da implementação das regras “antidesmatamento” previstas para o dia 01 de janeiro de 2.026. Essa notícia, no curto prazo, também é altista pois estará trazendo novas compras “spot” para embarque imediato. Lembrando que o café precisa estar em porto europeu, desembaraçado, carga liberada até no máximo dia 31 de dezembro de 2.025.

Como sabemos, essa “Lei antidesmatamento” é uma barreira comercial disfarçada “de lei ambiental” para prejudicar o Brasil. Porém, infelizmente essa “bandeira ambiental” vem ganhando forças e muitos burocratas desconhecedores da realidade brasileira (e assessorados por empresas e profissionais inescrupulosos buscando apenas os seus lucros) devem estar recebendo altos favores para acelerar esse absurdo. Até quando os lideres do agro brasileiro, e do nosso setor do café, continuarão se sujeitando a esse absurdo?

Na quarta-feira, logo após o mercado negociar nas máximas @ 418.50 centavos de dólar por libra-peso,  também tiveram notícias confirmando a reunião entre os Estados Unidos e o Brasil na quinta-feira (dia 16 de outubro). Essas informações derrubaram as cotações em minutos - quase que imediatamente o dez-25 despencou 2.835 pontos! O estrago técnico foi feito, e agora o dez-25 continua trabalhando no “caixote” 400-385 centavos de dólar por libra-peso.

Londres chegou a subir +3% e o vencimento nov-25 encerrou @ 4.552 US$/tonelada (fechamento anterior / mínima / máxima / fechamento respectivamente @ 4.480 / 4.450 / 4.670 / 4.552 US$/tonelada). No curto prazo ofertas do Vietnam e do Brasil seguem restritas com os produtores brasileiros aguardando preços acima dos 1.500 R$/saca e os produtores do Vietnam prontos para iniciarem as operações de colheita.

O pegamento da florada da safra 26/27 já começa a preocupar o produtor, e, de acordo com o pessoal da Procafé*, estragos já existem e dificilmente serão recuperados – mesmo com as chuvas previstas até o final do mês de outubro / primeira quinzena do mês de novembro.

Vale a pena, como sempre, assistir o material da Procafé: “Atraso nas chuvas e altas temperaturas: Como está a florada?” http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=120763

A próxima safra 26/27 continua sendo a grande aposta do mercado! Safra brasileira >= 70 milhões de sacas deverá ser “baixista” e <= 65 milhões de sacas deverá ser considerada como “bem altista”! O Brasil continuará sendo o “efeito preço” nos próximos 2-3 anos, pois o Brasil é a única origem capaz em aumentar sua produção significativamente com reflexo imediato na recomposição dos estoques mundiais.

A reunião em Washington aconteceu, porém sem resultados concretos. Ainda teremos mais algumas semanas/meses nessa “queda de braço” e o mercado continuará suscetível ao assunto “café na lista de exceção”.

Fazendo uma “conta de padeiro”, a tarifa brasileira em 50% x tarifa média para outras origens em 20% representa um custo adicional do café brasileiro em +140 US$/saca frente as outras origens.

Então, de certa forma, outras origens podem estar utilizando a “paridade Brasil” para otimizar as vendas do seu produto. Se as tarifas forem igualadas e/ou reduzidas, então NY poderá corrigir forte assim que as tarifas forem ajustadas! E essa deve ser a aposta dos grandes fundos + especuladores.

Muita atenção no curto prazo, pois com a colheita iniciando em outras origens – principalmente na América Central e no Vietnam – o mercado deverá ter oferta abundante durante os próximos 3-5 meses, até a entrada da próxima safra brasileira 26/27 (prevista para iniciar com o café conilon já no final de abril/início de maio-26).

Segundo dados da Cecafé, em outubro-25 o Brasil deverá exportar novamente entre 3,80-4,00 milhões de sacas. 

No curto prazo o dez-25 encontra resistências @ 401 / 418,50 / 424 e 428 centavos de dólar por libra-peso. Suportes @ 385 / 371 e 344 centavos de dólar por libra-peso.

Já em Londres o vencimento Julho-26 encontra suportes @ 4.288 / 4.170 / 3.900 e 3.665 US$/tonelada e resistências @ 4.310 / 4.400 / 4.480 e 4.670 US$/tonelada.

Para a próxima safra 26/27 o mercado segue movimentado com o café conilon sendo negociado acima dos 1.400 R$/saca e o café arábica tipo 6 acima dos 2.000 R$/saca.

Produtor: Aproveite essa janela de oportunidade que o mercado está proporcionando, com preços acima dos 250 US$/saca para o café conilon e acima dos 350 US$/saca para o café arábica tipo 6 e Proteja-se!

Boa semana a todos!

Comentarios

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Data: 19/10/2025 10:18 Nome do Usuário: fabio
Comentário: a realidade é ; se o produtor estiver capitalizado como sempre falo 3 safras ; sendo 1 banco 1 na suuuuuua tulha e a outra na arvore . NÃO PRECISA DE SE PREOCUPAR COM NENHUM --- ACHOMETRO ---
Contrato Cotação Variação
Dezembro 413,60 + 8,35
Março 394,40 + 9,05
Maio 380,10 + 9,30
Contrato Cotação Variação
Janeiro 4.686 + 5
Março 4.612 + 1
Maio 4.544 + 3
Contrato Cotação Variação
Dezembro 502,00 +12,35
Março 483,70 +12,50
Maio 479,90 +12,30
Contrato Cotação Variação
DXY 100,02 - 0,04
Dólar 5,3610 - 0,70
Euro 6,1580 - 0,63
Ptax 5,3798 - 0,09
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2000,00
    Certificado 15% R$ 2520,00
    Safra 25/26 20% R$ 2490,00
    Peneira14/15/16 R$ 2580,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2000,00
    Certificado 15% R$ 2500,00
    Miúdo 14/15/16 R$ 2430,00
    Safra 25/26 18% R$ 2490,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Duro/Riado 15% R$ 2120,00
    Cereja 20% R$ 2540,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Moka R$ 2400,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Rio com 20% R$ 1750,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Safra 25/26 30% R$ 2470,00
    Peneira 17/18 R$ 2650,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 28,00
    Duro/Riado 15% R$ 2100,00
    Safra 25/26 20% R$ 2480,00
    Safra 25/26 30% R$ 2450,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Duro/riado 20% R$ 2080,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Safra 25/26 25% R$ 2480,00
    600 defeitos R$ 2410,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 2253,33
    Cepea Conilon R$ 1412,33
    Conilon/Vietnã R$ 1600,00
    Agnocafé 24/25 R$ 2500,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1460,00
    Conilon T. 7 R$ 1440,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1410,00