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Setor cafeeiro tem de se unir para combater relatórios facciosos


Leia, na sequência, artigo de autoria de Silas Brasileiro, presidente do CNC (Conselho Nacional do Café).


Recentes artigos internacionais e relatórios como o publicado pela Coffee Watch (clique aqui e acesse) tentam associar o Brasil à suposta falta de conformidade ambiental. O próprio relatório aponta que as grandes empresas exportadoras já filtram e bloqueiam cafés oriundos de áreas que não atendem aos requisitos legais, mostrando que o sistema de compliance brasileiro é funcional e transparente.​

É importante repudiar qualquer generalização de má fé. Recentemente, vimos mais uma tentativa de relacionar a cafeicultura do Brasil com o trabalho análogo ao escravo, de forma praticamente generalizada. O nosso país é pioneiro em rastreabilidade e o compromisso nacional é inequívoco: defender práticas agrícolas responsáveis, preservar biomas, florestas, matas ciliares, recursos hídricos, cuidar da área social – com geração de emprego e renda no campo – e garantir o abastecimento seguro do mercado europeu.​​

Os dados mais recentes da safra 2025 evidenciam a força e a eficiência da cafeicultura brasileira diante dos desafios ambientais e regulatórios. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil colheu, ao final deste ciclo, cerca de 55,2 milhões de sacas beneficiadas de café, volume que representa um crescimento de praticamente 2% em relação ao ano anterior, mesmo em um ciclo de baixa bienalidade. Este desempenho foi alcançado em uma área de produção de aproximadamente 1,86 milhão de hectares, número que vem se mantendo estável ou até mesmo apresentando redução ao longo dos anos.​

O esforço para ampliar a produtividade e promover a sustentabilidade está ancorado em investimento robusto em pesquisa, ciência, conhecimento e tecnologia por parte do governo, órgãos como a Embrapa, as empresas estaduais, os consórcios de pesquisa e universidades, além da iniciativa privada e das cooperativas. O Brasil lidera mundialmente em crescimento de produtividade agrícola, resultado direto de programas de melhoramento genético, manejo integrado de pragas, mecanização, uso de biotecnologia e agricultura regenerativa. Entre 2000 e 2025, o índice de produtividade total dos fatores da agricultura brasileira cresceu 3,2% ao ano, desempenho superior a qualquer outro país produtor de café. Tais avanços permitiram elevar a produtividade média do setor acima de 29 sacas por hectare em 2025, contra algo em torno de 8 sacas na década de 90, tudo isso sem expansão de área e respeitando rigorosamente o Código Florestal.​

Cumpre destacar que a legislação ambiental brasileira estabelece a obrigatoriedade de manutenção de duas categorias principais de áreas protegidas dentro das propriedades rurais:

• Áreas de Preservação Permanente (APPs): espaços ambientalmente sensíveis onde é proibido o desmatamento, como margens de rios, nascentes, topos de morros, manguezais e encostas. A largura das faixas de proteção obrigatória varia conforme o tipo e a largura do curso d’água, bem como as características da área associada.

• Reserva Legal: porção da propriedade rural que deve ser mantida com vegetação nativa. Os percentuais de preservação variam de acordo com o bioma:

– Amazônia Legal: 80% em áreas de floresta, 35% em áreas de cerrado e 20% em campos gerais;

– Demais biomas (Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal): 20%.

Toda essa preservação é custeada exclusivamente pelos produtores rurais, que assumem integralmente o ônus da manutenção dessas áreas, sem qualquer compensação financeira por parte do poder público.

O salto em eficiência é sustentado também pela adoção maciça de tecnologias digitais, sistemas de rastreabilidade, sensoriamento remoto, inteligência artificial e certificações ambientais, integrando ciência aplicada à sustentabilidade. Com isso, a cadeia do café brasileiro se torna referência mundial em produtividade aliada à preservação, mostrando ao mundo que é possível avançar na produção sem aumentar pressões sobre os biomas nativos ou gerar desmatamento.​

A seriedade do setor é comprovada pelos dados: o Brasil não apenas mantém a oferta estável ao mercado mundial, como o faz com governança, inovação e transparência, tornando suas críticas infundadas e reafirmando seu papel como protagonista na transição sustentável da agricultura global.

Por isso, entendemos que a posição do Conselho Nacional do Café (CNC) de defesa constante de nossas cooperativas e dos nossos produtores deve ser abraçada por toda a cadeia cafeeira. Estamos sendo bombardeados com notícias diárias, muitas vezes facciosas, que buscam comprometer nossa reputação interna e no exterior.

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Contrato Cotação Variação
Dezembro 413,60 + 8,35
Março 394,40 + 9,05
Maio 380,10 + 9,30
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Janeiro 4.686 + 5
Março 4.612 + 1
Maio 4.544 + 3
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    Safra 25/26 30% R$ 2450,00
  • Guaxupé
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    Duro/riado 20% R$ 2080,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Safra 25/26 25% R$ 2480,00
    600 defeitos R$ 2410,00
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    Cepea Conilon R$ 1412,33
    Conilon/Vietnã R$ 1600,00
    Agnocafé 24/25 R$ 2500,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1460,00
    Conilon T. 7 R$ 1440,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1410,00