Nesta semana assistimos a sessão "vale a pede ver novo" pela 3ª vez
Por José Roberto Marques da Costa
Com volume 33.347 lotes em NY, 20.568 lotes a menos do pregão anterior, quando teve a volatilidade recorde de 29,95 cents, o dezembro fechou em queda de 7,15 cents (1,7%) em 403,00 cents, com volatilidade 14,35 cents, de 399,95 cents a 414,30 cents, sem força para romper primeiro suporte em 399,45 cents e ultrapassar a primeira resistência em 429,40 cents. Durante a semana, variou 38,00 cents, de 399,95 cents a 437,95 cents (recorde histórico), acumulando alta de 5,50 cents, foi a primeira vez na histórica que o primeiro mês de vencimento em NY operou acima de 400 cents todos dos os pregões na semana. A margem invertida dezembro/março diminui para 19,95 cents, ante a 20,40 cents do pregão anterior. Os estoques certificados diminuíram 15.033 sacas para 447.773 sacas, esperando certificação 3.620 sacas, na semana acumula queda de 19.337 sacas. Nos últimos 30 dias acumula queda de 153.944 sacas e em 12 meses 393.137 sacas
Com volume de 16.685 lotes em Londres, 4.489 lotes a menos do pregão anterior quando teve volatilidade recorde de US$ 346/t. O novembro fechou em alta de US$ 17 (0,37%) a US$ 4.4571/t, variou US$ 55, a menor volatilidade do ano, de US$ 4.554/t a US$ 4.609/t, não atingindo o primeiro suporte em US$ 4.391/t e a primeira resistência em US$ 4.743/t. Durante a semana, novembro em Londres variou US$ 355, de US$ 4.515/t a US$ 4.870/t, acumulando alta de US$ 19 a tonelada. Os estoques certificados em Londres somam 6.152 lotes, equivalentes a 1.025.333 sacas, o menor nível dos últimos três meses. A diferença de preço entre NY e Londres diminuiu para 195,66 cents, ante a 203,63 cents do pregão anterior.
O filme desta semana histórica no mercado de café, foi mais um repetição pela terceira vez da sessão "vale a pena ver novo", que foi lançado na primeira semana de fevereiro deste ano, quando março atingiu níveis acima 431,95 cents. No dia 10 de fevereiro, naquele dia, março tendo alta de 24,70 cents chegando a 431,95 cents, variando 22,60 cents, de 409,35 cents a 431,95 cents, fazendo os gestores da ICE Futures intervir, aumentando da margem de garantia em 11%. Esta intervenção e mais as coberturas de posições estopando posições de investidores, no dia 11 voltou para o nível de 410 cents e naquele mês a margem invertida de março/dezembro estava em 9,00 cents.
Na segunda exceção do filme foi no dia 16 de setembro, café arábica em NY chegou a valorizar 48%, saindo de 286,40 cents (06/08) a 424,00 cents (16/09), provocado pelo aumento de 52% nas posições líquidas compradas dos grandes fundos e crescimento de mais de 50 mil lotes de contratos em aberto (migração). A combinação da elevação da margem de garantia em 3,9% e mais a continuidade de cobertura, provocou a segunda estopada do ano. Naquela semana a margem invertida de março/dezembro estava em 20,50 cents.
O pregão desta quinta-feira foi histórico na ICE Futures em NY, registrando o recorde de preços no intradia atingindo 437,95 centse provável recorde histórico de posições compradas dos grandes fundos de investimentos, com muitos contratos sendo estopados pela terceira vez do ano. Há "falta de grana" para cobrir posições dos vendidos, provocou um mudança radical da tendência do mercado. Aproveitando que os indicadores técnicos estavam fortemente sobrecomprado, incentivando os especuladores e pequenos investidores um mega liquidação de contratos fazendo reverter todos os ganhos e fechando próximo em queda próximo 410,00 cents. Esta mudança radical, gerou uma volatilidade histórica de 29,95 cents, chegando a acumular ganhos no mega rally que começou a 30 dias atrás de 87,80 cents (25%).
Nesta sexta-feira, as liquidações continuaram levando pouco abaixo de 400 cents no after-hours e fechando a 403,00 cents, acumula alta 52,85 cents o começo do rally em 24 de setembro. Caso não tenha nenhuma influencia externa, segunda-feira, especuladores e pequenos investidores devem continuar as liquidações, mas deveram encontrar um forte suporte em 393,00 cents, nível deve ser acionado stop de compras dos grandes investidores defendendo sua posições compradas, que alias, devem ter ultrapassado 73 mil lotes, mais um novo recorde histórico da ICE Futures. Nos último relatório dos trades (23/09) os grandes fundos estavam com 59 mil posições compradas e 16,7 mil posições vendidas.
Tudo indica que, com os menores estoques mundiais e a forte escassez de café com os torrefadores buscando cafés depositados na bolsa, provando queda constante dos estoques de certificados, que provavelmente deve romper o nível de 500 mil sacas nesta semana, acionando uma alerta de "aversão ao risco" que deve provocar no curto prazo mais um grande rally levando os contratos a superar 450 cents. Agora, é só preparar sua "pipoca" e sua "poltrona", e assistir a sessão "vale a pede ver novo" pela quarta vez e podendo se repetir várias vezes no médio prazo.
O mercado está alerta com a escassez global de oferta provocando pela quebra da safra de café arábica do Brasil e pleno aumento de consumo mundial. Além da quebra da safra 2025/2026, as principais regiões produtoras de café no Brasil vêm sofrendo uma seca intensa devido às mudanças climáticas. De acordo com produtores locais, a irregularidade das chuvas na primavera, principalmente em Minas Gerais, onde os níveis até 20 de outubro foram os mais baixos em quatro anos, está colocando em risco a floração e a produtividade do café da safra 2026/2027.
Para piorar a situação, o presidente Donald Trump teve impor novas tarifas que devem ser anunciada na segunda-feira, à Colômbia, um dos principais produtores de café arábica de alta qualidade, em meio a uma disputa diplomática com o presidente colombiano Petro. Os EUA recebem cerca de um quinto de seus grãos da Colômbia e cerca de um terço do Brasil. Nicarágua, outro país produtores de café arábica de alta qualidade que deve ter suas tarifas ampliada. Os Estados Unidos estão considerando tarifas de até 100% sobre todas as importações da Nicarágua, informou o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) por violações de direitos humanos.
A vários meses, a Agnocafé vem alertando ao mercado que o principal fundamento que provocando esta forte volatilidade nos preços em NY e refletindo em Londres é a decepção da safra de café arábica da safra 2025/26 que ficou abaixo de 32 milhões de sacas, cerca de 8 milhões de sacas a menos do que estimado pelo mercado. Com a forte escassez de café brasileiro, a tendência dos preços em NY é a busca de novos níveis.
Com a exportação de 3,7 milhões de sacas em outubro, nos quatro primeiros meses do ano safra 2025/26 foram consumidas 20,6 milhões de sacas, sendo embarcadas 13,3 milhões de sacas, queda de 20% ante ao mesmo período da safra passada, média mensal de 3,325 milhões de sacas. O consumo interno nestes quatro meses ficou em 7,3 milhões de sacas. Com estoques remanescente praticamente zerados e produção brasileira deste ano em torno de 55 milhões de sacas, restam apenas 34,4 milhões de sacas para abastecer o mercado durante os próximos 8 meses. Internamente o Brasil deve consumir 14,6 milhões de sacas, restando 16,8 milhões de sacas para exportação, média mensal de 2,1 milhões de sacas. Atualmente, o Brasil não tem café suficiente para atender a necessidade do mercado.
Para comprovar as afirmações da safra decepcionante deste ano, durante conversa nesta semana com diretor de uma das maiores cooperativas de café do Brasil, ele mencionou que várias empresas de café de Minas Gerais, inclusive uma multinacional, procuraram a diretoria da cooperativa oferecendo suas armazéns de café que estão atualmente ociosos para alugar, tentando diminuir seus prejuízo em pleno final da safra 2025/2026.
Robusta: Quinta-feira recorde de volatilidade histórica (US$ 356) e sexta-feira a menor do ano(US$ 55)
Os preços do café no Vietnã subiram esta semana devido à oferta limitada da nova safra, mesmo com a diminuição das preocupações com o impacto da tempestade Fengshen, disseram traders na quinta-feira. Nas Terras Altas Centrais, a maior região produtora de café do Vietnã, os produtores venderam grãos a 117.000 dongs a 118.500 dongs (US$ 4,44 a US$ 4,50) por kg, acima dos 113.700 dongs a 114.500 dongs da semana passada.
O destaque desta semana no mercado do robusta foi a publicação no X da a analista de mercado Maja Wallengren informando sobre desinformação do site Barchart de que as chuvas são boas de alguma forma. " O desenvolvimento da safra e a produtividade do café" do Vietnã para a nova safra de 2025-26 foram concluídas há pelo menos 2 meses e, neste momento, qualquer outra chuva é um fator de alto, já que a estação chuvosa deve ter acabado e permitir condições secas e ensolarada para auxiliar na colheita, colheita física e secagem de cerejas maduras em pátios ao ar livre.
As fortes chuvas torrenciais e de tufão já causaram danos massivos à safra na Índia e também danos substanciais à nova safra de 2025-26 no Vietnã, e o aumento está refletindo esses mesmos fundamentos de desastre de safra igualmente para robusta e arábica.
A Barchart informou que o café robusta está sob pressão devido às previsões de chuva no Planalto Central do Vietnã, a principal região produtora de café do país, o que deve favorecer o desenvolvimento da safra e a produtividade do café. A ideia de que chover neste momento no Vietnã é bom é um completo absurdo e totalmente contrário ao desenvolvimento real da cultura do café.
O Vietnã já teve de 2 a 4 meses de chuvas torrenciais e tufões em excesso, causando danos substanciais e irreversíveis à nova safra de 2025-26, com perda de cerejas lançadas dos galhos ao chão, a falta de exposição ao sol reduzindo severamente a maturação e a formação de grãos, causando danos adicionais, já que o clima frio, nublado e úmido causa uma redução de 30 a 35% na produtividade e mais chuvas neste momento é TUDO RUIM, pois atrasará ainda mais a colheita. Tradicionalmente, o Vietnã sempre começa a colheita durante a primeira quinzena de outubro, com a vasta maioria de todo o café do Vietnã dependendo da secagem em CEREJA em pátios ao ar livre. Mais chuva é um fator muito prejudicial depois de meados de outubro".
Chuvas fortes na regiões de café do Vietnã devem durar até o final de outubro
De acordo com o Centro Nacional de Previsão Hidrometeorológica, a tempestade Fenghen (nº 12) enfraqueceu e se tornou uma depressão tropical nesta sexta-feira, mas a região central ainda está sob alerta de chuvas intensas e generalizadas, com algumas áreas recebendo mais de 700 mm.
De acordo com a previsão a madrugada de 23 de outubro até a noite de 24 de outubro, a região de Ha Tinh a Quang Ngai terá chuvas fortes e trovoadas, com precipitação média de 100 a 200 mm, e localmente chuvas muito fortes acima de 300 mm. Especialmente na região de South Quang Tri até a cidade de Da Nang , haverá chuvas fortes a muito fortes, com precipitação média de 200 a 400 mm, e localmente mais de 700 mm. As chuvas fortes na região central, onde se localizam as principais áreas de café do país, devem durar mais 7 dias, até o final de outubro de 2025.
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