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Brasil está vendendo o café mais barato do mundo


Por José Roberto Marques da Costa 

Com volume 24.975 lotes, o menor da semana em NY, 2.576 lotes a menos do pregão anterior, quando teve a volatilidade de 11,85 cents, o dezembro fechou em alta de 0,05 cents em 392,05 cents, com volatilidade 11,60 cents, de 385,00 cents a 396,60 cents, encostando no primeiro suporte em 385,00 cents e chegando próximo a primeira resistência em 396,65 cents. A margem invertida dezembro/março aumentou para 19,80 cents, ante a 19,25 cents do pregão anterior. Em novembro variou 71,35 cents, de 366,60 cents (01), recorde histórico, a 437,95 cents (23), acumulando alta de 17,20 cents. Nos últimos 12 meses, dezembro valorizou de 146,15 cents (37,3%) . Os estoques certificados diminuíram 12.747 sacas para 431.728 sacas, o menor em 18 meses, esperando certificação 3.360 sacas de Ruanda, acumulando em outubro queda de 138.209 sacas e 420.330 nos últimos 12 meses  

Com baixo volume de 9.095 lotes, também o menor da semana em Londres, 79 lotes a menos do pregão anterior quando teve volatilidade de US$ 97/t. O janeiro fechou em queda de US$ 101 (2,18%) a US$ 4.540/t, variou US$ 139, de US$ 4.524/t a US$ 4.663/t, rompendo o primeiro suporte em US$ 4.579/t, sem força para buscar a primeira resistência em US$ 4.676/t. No mês de outubro, variou US$ 719, de US$ 4.151/t (01) a US$ 4.870/t (23), acumula alta de US$ 345/t. Nos últimos 12 meses, janeiro em Londres valorizou US$ 231 a tonelada.  Os estoques de café robusta atingiram a mínima de 3,5 meses com 1 milhão de sacas. A diferença de preço entre NY e Londres aumentou para 186,13 cents, ante a 181,48 cents do pregão anterior. 

Nos últimos quatro pregões, sem a presença dos grandes fundos deste quinta-feira passada, vem acontecendo uma intensa "briga" pelo nível que 393,00 cents, começando na terça-feira, com os especuladores fazendo realizações diárias, tentando buscar o nível de 380,00 cents, como tem dificuldade em maiores perdas, eles invertem suas posições entram comprando, mas mínima nestes quatro dias estão crescendo. Na terça-feira a mínima foi 380,40 cents, quarta 382,15 cents, quinta 382,85 cents e sexta 285,00. as máximas atingiram 391,90 cents, 395,00 cents, 394,70 cents 396,60 cents, chegando próximo a primeira resistência do dia, mas não ultrapassando, com os vendidos entrando pressionando evitando fechar acima 393,00 cents, que considero o "divisor de água" do mercado e entrada de forte canal de alta e logo acima encontra a média dos últimos 50 dias em 395,35 cents, onde provavelmente deve encontrar um intenso stop de compras, tendo como fundamento o gráfico técnico e a constante queda dos estoques de certificados e colocando mais fundamentos positivos no mercado, estoques internos de café estão perto do limite.   

Nos últimos meses, o nível 393,00 cents vem se tornando importantíssimo deste o primeiro pico em fevereiro, mas destacando no pico de setembro e do última semana baseados em gráficos técnicos da economies.com. Mencionando os gráficos, a Agnocafé vem acompanhando e divulgando os gráficos técnicos da economies a mais de sete anos devido ao altos índices de acertos. Os gráficos se formam tendo como base vários indicadores de mercado com a ajuda do IA (inteligência Artificial), inclusive os gráficos dos últimos 90 dias entrou um novo indicador, o "tarifaço" dos dois principais produtores mundiais Brasil e Vietnã. Futuramente a exclusão deste novo indicador não deve mudar a perfil gráfico          

O último gráfico técnico feito pelo economies.com foi no dia 24 de outubro, dia posterior ao último pico, e leitura deste gráfico pelos comercias está trazendo muito insegurança e preocupação, na verdade dá "arrepio na coluna". O gráfico mostra " a preço do café formou um padrão de ombro-cabeça-ombro invertido em suas últimas negociações, e o nível de 424,20 cents forma a principal linha de pescoço, como mostra a imagem acima. Observe a tentativa de romper a linha de pescoço em 437,40 cents nas negociações de ontem, para então se recuperar rapidamente em direção a 410,00 cents. O preço precisa de um novo impulso positivo que lhe permita se consolidar acima do suporte adicional em direção a 393,25 cents. Em seguida, aguarde a confirmação da ativação do padrão de alta, com rompimento do nível de 424,20 cents, visando os níveis de 457,50 cents e 486,00 cents".

Além da queda dos estoques mundiais, com a dúvida se o Brasil vi ter condições para abastecer o merco nos próximo 8 meses e gráfico técnico, nas próximas três semanas devem ser crucial para o mercado. No dia 12 de novembro, vencem os contratos de opções de dezembro com os contratos em aberto "call" bem carregados nos níveis de 400 cents e 500 cents. No nível 400 cents- 1.559 lotes, 425 cents- 2.638 lotes, 450- 2.730 cents e 500 cents. 2.893 lotes. Neste dia muitos participantes devem por nos bolsos milhões de dólares ou seu milhões de dólares no cassino "contrato de opções" desaparecem. 

A situação deve complicar ainda mais, envolvendo bilhões de dólar, na terceira semana de novembro com o início das rolagens de posições de dezembro e o atual diferencial está torno de 20 cents (US$ 26,45 por contato), um dos maiores níveis da história da ICE Futures. Nesta sexta-feira, o dezembro ainda estava 59.273 contratos abertos, março 56.154 e maio 23.699. Com tendência de maiores altas nos contratos futuros de café nas próximas semana, os que nas posições compradas no dezembro devem ganhar bilhões de dólares e os vendidos para rolarem sua posições vão arcar com prejuízos de bilhões de dólares.   

Há vários meses, a Agnocafé vem alertando que, além do clima nas principais regiões produtoras de café, o problema fundamental está nos baixos estoques mundiais com tendência de cair ainda mais no curto e médio prazo, gerando déficits históricos, devido à safra frustrante de café arábica brasileiro que é responsável por 35% da produção mundial e o aumento anual de mais 2,3% (4 milhões de sacas) no consumo anual.    

No dia 24 de outubro, na conferência sobre café no Vietnã, o presidente da Vicofa, Nguyen Quang Bing, afirmou que "muitos noticiários dizem que os preços estão valorizados devido a condições climáticas extremas, mas fatores externos de oferta e demanda são ainda mais extremos. Os estoques disponíveis no mercado diminuíram significativamente, desde a pandemia de Covid-19, que interrompeu a cadeia de suprimento, até guerras e secas, passando por políticas de bloqueio  e proibição de mercados, como a lei EUDR e agora imposto compensatório dos EUA estão fazendo com que os grãos de café não sigam o fluxo natural como antes. O consumo na Europa é tradicionalmente de cerca de 1 milhão de sacas por semana e nas América do Norte 0,5 milhões de sacas. O estoque disponível atualmente nesta grande região de consumo só pode ser usado por 8 semanas. Em condições normais de mercado, a média para a segurança deste estoque é de cerca de 12 a 14 semanas". 

Nesta semana, a Reuters publicou uma matéria, destacando que os estoques americanos devem atingir níveis mínimos em dezembro, aumentando assim a pressão sobre os torrefadores e as cadeias de café para que encontrem substitutos a preços que ainda permitam algum lucro. Até o momento, a taxa exorbitante causou estragos no setor cafeeiro dos EUA, deixando os importadores com cargas do grão brasileiro paradas, torrefadoras pagando taxa para cancelar entregas. A escassez é resultado da tarifa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump sobre o café brasileiro, que paralisou as importações do principal fornecedor do grão desde agosto.

“O que acontece com essa tarifa é que não se trata de reciprocidade ou comércio, é punitiva, política e pessoal. É entre Trump e Lula”, disse Steven Walter Thomas, proprietário da importadora norte-americana Lucatelli Coffee. “O Brasil não está pagando, eu estou e meus clientes.”

Quando o café chegou, a empresa o armazenou em Jacksonville, na Flórida, em um armazém alfandegado, onde a carga pode ser mantida temporariamente sem a incidência de impostos de importação. Mas se decidir vendê-lo nos EUA, o imposto de importação de 50% será cobrado.

Thomas, cujos clientes incluem cadeias de restaurantes de médio porte, como a Brooklyn Water Bagel Company, da Flórida, disse que está enviando parte desse café brasileiro para o Canadá, pagando pesados custos adicionais de transporte, mas evitando a tarifa de 50% dos EUA. “É um dilema: esperar e torcer por um acordo comercial ou tomar um banho de sangue na logística para redirecionar o café para fora dos Estados Unidos”, disse ele.

Nos últimos dez anos, os estoques normais giravam em torno de 6,5 milhões de sacas, que daria para 13 semanas do consumo interno, consumo anual de 25 milhões de sacas e o Brasil fornece 8 milhões de sacas. Atualmente, estima-se que os estoques de café no mercado norte-americanos estejam em 4 milhões de sacas, que representa 8 semanas de consumo interno e devem cair para o nível crítico de 2,5 a 3 milhões, para entre 5 para 6 semanas do consumo até dezembro. O cenário atinge principalmente as torrefadoras que estão buscando alternativas  em outros países, como Colômbia, México e na América Central, porém a valores são superiores.

Com o consumo mundial atualmente de café está em torno de 180 milhões de sacas por ano, que representa 3,432 milhões de sacas por semana. A Europa com consumo de 1,032 milhão de sacas por semana, que representa 147 mil sacas por dia, é o maior consumidor mundial, depois a Ásia com 700 mil sacas, cerca de 26% do consumo, América do Norte com 580 mil sacas, aproximadamente 85 mil sacas diárias. América do Sul com 540 mil, com 15,8% do consumo, América Central, México com 360 mil e África com 220 mil sacas por semana.  

Agora vamos abordar a situação brasileira neste contexto, que tenho certeza, é maior problema de todos neste mercado totalmente instável, que chegou variar 71,35 cents em outubro e 57,50 cents nos últimos 7 pregões, a grande dúvida se o Brasil, que aliás, está vendidos o café mais barato do mundo a mais de quatro meses, bem abaixo dos nossos concorrentes (US$ 120 a US$ 150 por saca) vai ter café suficiente para atender este mercado insaciável. Os representes do comércio poderiam usar o mantra: "estamos liquidando todo o nosso café até zerar o estoques". 

Fazendo alguns cálculos, os estoques devem durar por mais seis meses, alguns meses antes da entrada da  nova safra. Com a exportação de 4 milhões de sacas em outubro, nos quatro primeiros meses do ano safra 2025/2026 foram consumidas 21 milhões de sacas, sendo embarcadas 13,7 milhões de sacas, média mensal de 3,425 milhões de sacas. O consumo interno nesses quatro meses ficou em 7,3 milhões de sacas. Com estoques remanescente praticamente zerados e produção brasileira deste ano em torno de 55 milhões de sacas, restam apenas 34 milhões de sacas para abastecer o mercado durante os próximos oito meses. 

Continuando essa mega liquidação, em novembro e dezembro deverá ser verificada a exportação de mais 8,5 milhões de sacas e o consumo de 3,5 milhões de sacas, restando 22 milhões de sacas, média de 3,67 milhões de sacas para consumo interno e exportação para os próximos seis até a entrada da próxima safra, ou até a liquidação terminar. 

Ótimo final de semana  


Comentarios

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Data: 02/11/2025 14:41 Nome do Usuário: Honorato
Comentário: Fabio porque você não fica quietinho por favor você não sabe nada e fica enchendo o saco
Data: 02/11/2025 08:23 Nome do Usuário: Fábio
Comentário: Bom! TUDO INDICA PREÇO FIRME, porém a pontos de avaliar: o chá-café, economia mundo fraca, produtor cuidou e plantou muito . Safra 26 recorde 1.500 RS 27 recorde 1,200 RS e 28 kkkk café 800 RS
Contrato Cotação Variação
Dezembro 413,60 + 8,35
Março 394,40 + 9,05
Maio 380,10 + 9,30
Contrato Cotação Variação
Janeiro 4.686 + 5
Março 4.612 + 1
Maio 4.544 + 3
Contrato Cotação Variação
Dezembro 502,00 +12,35
Março 483,70 +12,50
Maio 479,90 +12,30
Contrato Cotação Variação
DXY 100,02 - 0,04
Dólar 5,3610 - 0,70
Euro 6,1580 - 0,63
Ptax 5,3798 - 0,09
  • Varginha
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2000,00
    Certificado 15% R$ 2520,00
    Safra 25/26 20% R$ 2490,00
    Peneira14/15/16 R$ 2580,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Duro/riado/rio R$ 2000,00
    Certificado 15% R$ 2500,00
    Miúdo 14/15/16 R$ 2430,00
    Safra 25/26 18% R$ 2490,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Duro/Riado 15% R$ 2120,00
    Cereja 20% R$ 2540,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Moka R$ 2400,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Rio com 20% R$ 1750,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Safra 25/26 30% R$ 2470,00
    Peneira 17/18 R$ 2650,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 28,00
    Duro/Riado 15% R$ 2100,00
    Safra 25/26 20% R$ 2480,00
    Safra 25/26 30% R$ 2450,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Duro/riado 20% R$ 2080,00
    Safra 25/26 15% R$ 2500,00
    Safra 25/26 25% R$ 2480,00
    600 defeitos R$ 2410,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 2253,33
    Cepea Conilon R$ 1412,33
    Conilon/Vietnã R$ 1600,00
    Agnocafé 24/25 R$ 2500,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1460,00
    Conilon T. 7 R$ 1440,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1410,00