AgnoCafe - O Site do Cafeicultor
Assunto: Categoria de noticia: Data:
Imprimir notícia

Como aconteceu com o cacau em 2024, café a caminho de "short squeeze"


Por José Roberto Marques da Costa 

Com o forte volume 47.095 lotes, 9.326 a mais do pregão anterior, quando teve a volatilidade de 20,50 cents, o dezembro fechou em alta de 11,80 cents (2,78%) em 407,80 cents. A margem invertida dezembro/março teve forte alta para 21,95 cents, ante a 17,70 cents do pregão anterior e durante o after hours atingiu 23,15 cents, recorde histórico. Durante a semana, o volume médio diário atingiu 45.300 lotes, com dezembro variando 25,30 cents, de 392,75 cents a 418,05 cents, volatilidade média diária de 16,78 cents e nos dois últimos pregões chegou a 19,75 cents. Os estoques certificados diminuíram 725 sacas, para 417.478 sacas, esperando certificação 17.184 sacas, sendo 11.934 sacas do Brasil, 4.930 sacas de Ruanda e 320 sacas de Quênia. Na semana acumula queda de 14.249 sacas, nos últimos 30 dias 117.187 saca s e em 12 meses 437.487 sacas  

Londres teve um volume de 15.691 lotes, 1.955 lotes a menos do pregão anterior quando teve volatilidade de US$ 214/t. O janeiro fechou em alta de US$ 118 (2,6%) a US$ 4.648/t, variou US$ 134, de US$ 4.537t a US$ 4.771/t. Durante a semana teve volume médio diário de 15.048 lotes, volatilidade de  US$ 294, de US$ 4.486/t a US$ 4.780/t, acumulando alta de US$ 108 a tonelada. Os estoques de café robusta em Londres caíram para menor nível em 100 dias, abaixo de 1 milhão e sacas. A diferença de preço entre NY e Londres aumentou para 197,72 cents, ante a 191,27 cents do pregão anterior.

Coffee price continues the positive trading – Forecast today – 6-11-2025

Segundo a nova análise gráfica da economies.com do dia 06/11, o preço do café encerrou a correção temporária testando o suporte do canal de alta menor próximo a 384,00 cents, aguardando uma reação positiva do estocástico para observar sua recuperação em direção a 416,00 cents (máxima de quinta-feira foi 416,25 cents), que  impulsionará para níveis mais altos, aumentando as chances de rompimento do nível de 425,00 cents, ativando o padrão positivo e, em seguida, visando várias estações positivas que começam em 442,00 cents e 457,00 cents.

Depois de meses sem enviar nenhuma saca para ICE Futures, nos últimos três dias 17.184 sacas brasileiras estão esperando certificação na bolsa norte-americana. Enquanto isso, a Reuters relatou nesta semana que algumas das principais empresas de trading estão enviando cerca de 150 mil sacas de café brasileiro para armazéns certificados em portos europeus, numa tentativa de aliviar os baixos níveis de estoques, que se aproximam das mínimas históricas de dois anos atrás. “Estamos enviando 60 mil sacas”, disse o chefe de trading de café de uma das maiores empresas de comércio de commodities agrícolas do mundo, com sede no Brasil, em entrevista à Reuters. Na segunda semana de novembro de 2023, quando os estoques chegaram ao menor nível da história, ficando abaixo de 300 mil sacas pela primeira vez depois de 25 anos, várias empresas de trading brasileiras usaram a mesma tática para diminuir a pressão do mercado, enviando "as presas" cerca de 400 mil sacas para os portos europeus.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) voltou a se reunir na sexta-feira (7/11) com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em Brasília, para tentar avançar nos debates sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, disse que há duas estratégias em discussão. Uma consiste em pedir uma suspensão temporária do tarifaço, por 90 dias, até que Brasil e EUA concluam as negociações para um acordo comercial definitivo. Outra estratégia é buscar ampliar as isenções setoriais, incluindo aí os cafés. “O que estamos falando para as nossas autoridades é apostar nos produtos mais fáceis de serem isentados pelos EUA, para que sejam isentos imediatamente. No caso do café, há um interesse mútuo na isenção. Em um segundo momento a gente ajudaria a isentar os outros produtos”, afirmou Matos.

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, a volatilidade do café no terminal de Nova York evidencia a falta de convicção de um mercado carente de novidades e fortemente influenciado pela dinâmica financeira da rolagem de contratos. A combinação entre estoques baixos e a rolagem de contratos — com a posição dezembro/25 chegando ao fim — mantém o mercado agitado e tem causado dor de cabeça a muitos operadores. Esse ambiente reforça o nervosismo e amplia o risco de alta volatilidade das cotações do café em bolsa. Embora o movimento esteja parcialmente descolado do mercado físico, ele influencia os preços globais, reduz a liquidez e aumenta as incertezas.  A curva de preços do arábica em NY mostra que, após a guinada altista iniciada em agosto — impulsionada pelas tarifas — e a consolidação dos ganhos em setembro, outubro foi um mês de lateralidade, mas com preços elevados. 

Segundo Escritório Carvalhaes, no mercado físico brasileiro, com o forte “sobe e desce” diário das cotações em Nova Iorque e Londres, as bases de preços dos compradores flutuaram no dia a dia. Saíram negócios diariamente, principalmente nos dias de alta nas duas bolsas. O volume de vendas continua abaixo do usual para esta época do ano. As fortes e rápidas oscilações nos contratos de arábica e robusta dificultam a formação de preços e o fechamento de um volume maior de negócios. Há interesse comprador para todos os padrões de café

 "Short squeeze"

A grande maioria dos produtores que está lendo este artigo desconhece o terno muito falado no mercado financeiro, pelo atual momento do mercado que teve seu início há vários meses, o café preenche todos os pré-requisitos necessários para acionar o "short squeeze", e tudo indica, que deve acontecer no curto e médio prazo. Para assimilar bem esta definição, para o mercado de commodities, grão de café, assim com amêndoas do cacau, são ativos financeiros, com ações de empresas nas bolsas de valores; o dezembro ainda estava 59.273 contratos abertos, março 56.154 e maio 23.699.

 "Short squeeze" (ou, em português, "aperto nos vendidos") é um movimento de mercado que causa uma rápida e brusca valorização do preço de uma ação (contrato), não necessariamente por fundamentos, mas pela dinâmica das negociações. Os Investidores que apostavam na queda do contrato (operando "vendido" ou "short") são forçados a recomprar esses contratos para limitar seus prejuízos quando o preço começa a subir inesperadamente,

Impulsionando uma cadeia, essa corrida para comprar contratos aumenta ainda mais, gerando especulações financeiras amplificando a crise no mercado. Durante o "short squeeze", é impossível para qualquer analista financeiro mensurar o nível de preço que pode chegar. O exemplo mais recente foi a commodity cacau que valorizou entre 2022 a 2024 mais de 190%, saindo de US$ 3.500 para US$ 11.500 durante o intraday em dezembro.    

O mercado de cacau vivenciou um "short squeeze" no físico como um dos fatores que contribuíram para a disparada histórica dos preços observada no ano passado. O cenário de preços elevados, que atingiram pico em US$ 11.040 por tonelada em dezembro de 2024 (valorizando 190% em dois anos) foi impulsionado principalmente por: 

Déficit de Oferta Estrutural: O mercado enfrentou o terceiro ano consecutivo de déficit global na produção, com quebras de safra significativas nos principais países produtores da África Ocidental (Costa do Marfim e Gana) devido a condições climáticas adversas (clima seco e chuvas intensas);

Especulação Financeira e "Short Squeeze": Além dos fundamentos de oferta e demanda, a especulação financeira amplificou a crise. Um "short squeeze" (quando investidores que apostaram na queda do preço são forçados a comprar o ativo para cobrir suas posições, o que eleva ainda mais o preço) ocorreu no mercado físico, contribuindo para a extrema volatilidade e os picos de preço;

Baixa Liquidez: A diminuição do número de agentes operando na bolsa, devido ao aumento das margens de operação no mercado futuro, reduziu a liquidez, tornando o mercado mais suscetível a grandes movimentos de preços e à especulação. Portanto, o "short squeeze" foi um elemento-chave na dinâmica do mercado de cacau no ano passado, em um contexto de fundamentos de oferta já bastante apertados. 

Além do problemas climáticos dos dois principais produtores mundiais, que está provocando quedas consecutivas nos últimos 4 anos da safra de café, gerando retrações anuais dos estoques mundiais, chegando atualmente ao menor nível da história com aumento média anual de consumo de 2,25% nos últimos (4 milhões de sacas) e alimentado por gráfico técnicos indicando maiores altas. Com a valorização de 35,60 cents nos últimos sete pregões em NY, de 372,70 cents a 407,80 cents, provando forte volume diário, gerando volatilidade de média de 19,75 cents nos últimos dois pregões. Devido à não divulgação do relatório dos traders desde 23 de setembro, podemos concluir que os grandes fundos de investimentos, os chamados "tubarões", estão com recorde histórico de posições compradas de mais de 75 mil lotes na ICE Futures, fortemente comprados nos contratos de arábica em dezembro e devem aproveitar no máximo o "short squeeze" realizando altos lucros nas próximas semanas.  

Durante esta semana, a margem invertida entre dezembro/março teve forte volatilidade, começou com 20,30 cents, com a forte desvalorização de 4% na quinta-feira atingiu a mínima de 17,70 cents na quinta-feira e nesta sexta-feira fechou em 21,95 cents, durante o after hours atingiu a máxima histórica de 23,15 cents ( US$ 30,62 ). Faltando duas semanas para o início de rolagens de posições, na segunda-feira, o dezembro estava 59.273 contratos abertos, março 56.154 e maio 23.699, nesta semana, foram rolados 13.441 contratos de dezembro caindo para 45.835 lotes, cerca de 13 milhões de sacas, número considerando muito alto, março aumentou para 65.442 lotes e maio para 25.057 lotes     

Um ótimo final de semana.

Comentarios

Inserir Comentário
Data: 09/11/2025 08:24 Nome do Usuário: Fábio
Comentário: Só tem uma diferença: café produz até na pedra se for bem conduzido e é o que tenho visto na minha região. ILUDE NÃO PRODUTOR, faça seu dever de casa a regra de 3: 1 safra tulha 1 banco 1 árvore e SÓ
Contrato Cotação Variação
Dezembro 401,60 - 2,05
Março 373,85 - 2,80
Maio 356,80 - 3,00
Contrato Cotação Variação
Janeiro 4.380 + 14
Março 4.296 + 11
Maio 4.222 + 10
Contrato Cotação Variação
Dezembro 481,00 0
Março 462,85 0
Maio 454,35 0
Contrato Cotação Variação
DXY 99,08 - 0,29
Dólar 5,2920 0
Euro 6,1310 0
Ptax 5,2885 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Certificado 15% R$ 2440,00
    Safra 25/26 20% R$ 2410,00
    Peneira14/15/16 R$ 2500,00
    Duro/riado/rio R$ 1900,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2370,00
    Safra 25/26 18% R$ 2410,00
    Certificado 15% R$ 2430,00
    Duro/riado/rio R$ 1900,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2460,00
    Safra 25/26 15% R$ 2420,00
    Moka R$ 2300,00
    Duro/Riado 15% R$ 2030,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 2600,00
    Rio com 20% R$ 1650,00
    Safra 25/26 15% R$ 2420,00
    Safra 25/26 30% R$ 2390,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 28,00
    Safra 25/26 20% R$ 2400,00
    Safra 25/26 30% R$ 2370,00
    Duro/Riado 15% R$ 2010,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2420,00
    Safra 25/26 25% R$ 2400,00
    Duro/riado 20% R$ 2000,00
    600 defeitos R$ 2270,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 2241,18
    Cepea Conilon R$ 1350,22
    Conilon/Vietnã R$ 1450,00
    Agnocafé 24/25 R$ 2420,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1360,00
    Conilon T. 7 R$ 1350,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1340,00