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Redução nas tarifas para "inglês ver"


Leia, na sequência, artigo de autoria de Marcelo Fraga Moreira, profissional há mais de 33 anos atuando no mercado de commodities agrícolas, escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.


O vencimento dez-25 encerrou @ 400,85 centavos de dólar por libra-peso e o R$ @ 5,29 R$/US$.

A semana começou tensa com NY chegando a subir +1.800 pontos com a proximidade do vencimento das opões no dia 12 de novembro (com os comprados ainda “squeezando” os vendidos). Nem mesmo a divulgação da estimativa da StoneX (na segunda-feira) para a próxima safra 26/27 acalmou os ânimos do mercado (próxima safra 26/27 estimada em 70,70* milhões de sacas sendo 47,20 milhões de sacas do café tipo arábica e 23,50 milhões de sacas do café tipo conilon).

(*novamente número questionado pelos produtores - também por mim e por muitos produtores do meu contato - pois continuam sinalizando uma redução na produção para a próxima safra 26/27 x a safra 25/26 entre -10/-15%. Existem ainda muitas áreas prejudicadas pelo calor, com problemas hídricos relevantes. E mesmo fazendas irrigadas estão tendo problemas no pegamento / desenvolvimento da florada atual).

O dezembro-25 trabalhou da seguinte forma: fechamento anterior / mínima / máxima / nova mínima / nova máxima / nova mínima / fechamento atual respectivamente @ 407,80 / 406,50 / 423,95* / 400,60 / 405,25 / 390,00* / 400,85 centavos de dólar por libra-peso. E o R$ trabalhou entre 5,32 – 5,26 R$/US$ encerrando @ 5,29 R$/US$.

A tão aguardado anuncio da redução das tarifas para o café chegou na sexta-feira – após o fechamento do mercado. A tarifa do café voltou a ser “zero” para todas as origens com exceção do Brasil.

O Brasil, por enquanto, continua sendo tarifado com 40% para o café em grão e ainda em 50% para o café solúvel (café industrializado). As tarifas dos 40% sobre o café brasileiro e dos 50% sobre outros produtos brasileiros continuam sendo uma punição ao país pela guerra ideológica / geopolítica entre o Brasil e os Estados Unidos. Infelizmente o alinhamento e o discurso do atual presidente do Brasil à esquerda, a ataques ao governo americano, a discursos políticos para desestabilizar a moeda americana, e aos problemas internos com a instalação da “ditadura de toga” e a mudança radical do país para o viés “socialista/comunista” estão custando caro ao Brasil.

Considerando a redução do produto do “café em grão” ainda em 40% e 0% para outras origens e o preço médio do café para os próximos 24 meses em 325 centavos de dólar por libra-peso (média dos próximos 10 vencimentos março-26 até dezembro-27) então, o importador americano já está tendo uma redução no custo do seu produto brasileiro ao redor dos 45 US$/saca.

Considerando o imposto de importação para origem Brasil ainda nos 40% então, por outro lado, o importador americano continuará tendo um custo adicional para o café brasileiro ainda em aproximadamente 170 US$/saca (para o café tipo arábica). E esse “spread de origem” continuará dando oportunidade para as tradings operarem o envio do café brasileiro para outras origens e o café destas origens para os Estados Unidos livre de tarifas!

Produtores em “Outras origens”: atenção pois existe na mesa aproximadamente +170 US$/saca em jogo!

Mesmo ainda pagando mais caro pelo produto brasileiro, no curto prazo, o governo americano está reduzindo o custo do produto para o importador/consumidor americano em -13% (vamos aguardar para ver se o importador/indústria americana irão repassar essa economia para o consumidor final e/ou se irão embolsar esse ganho / margem adicional).

Como o mercado estava apostando na isenção total dos impostos sobre o Brasil então creio que na segunda-feira NY deverá abrir novamente em alta com os fundos + especuladores realocando suas posições em commodities (utilizadas como hedge contra a inflação).

O vencimento dez-25 está prestes a vencer e ainda existem aproximadamente entre 10-15 mil lotes em aberto (base na sexta-feira a posição estava em 15.340 lotes).

O mercado já vem procurando comprar / originar / precificar novas compras com base no vencimento Março-26. O spread “dez-25 x março-26” chegou a negociar “invertido” em -2.700 pontos (encerrou a semana @ -2.600 pontos). Creio que em breve, durante o movimento final da rolagem / liquidação do vencimento dez-25 esse spread poderá negociar acima dos -3.000 pontos!

Esse “jogo do spread” daqui pra frente – até o seu vencimento – ficará nas mãos dos fundos + especuladores. Porém poderá ser uma nova oportunidade (e talvez a última) para os produtores aproveitarem eventuais “distorções” e realizarem suas vendas / hedge para o saldo do seu café ainda em estoque e, principalmente, para as próximas safras 26/27 e 27/28 aproveitando as cotações em NY ainda acima dos 350 centavos de dólar por libra-peso.

As estimativas para a próxima safra brasileira 26/27 já começaram (StoneX = 70,70 milhões de sacas) e outras estimativas estão prestes a pipocar no mercado. Como mencionado em comentários anteriores o mercado mundial do café continuará justo / apertado pelos próximos 3 anos!

Creio que o mercado em NY irá procurar precificar o café arábica a um preço equivalente ao produtor brasileiro ao redor dos 280/300 US$/saca = NY voltando a negociar entre 300/270 centavos de dólar por libra-peso. Claro, qualquer evento climático (veranico, chuvas fora de hora, geadas, eventos “force majour”) poderão mudar esse cenário.

Aparentemente a colheita no Vietnam voltou a normalidade e o fluxo das vendas e a logística estão sob controle. Durante a semana foi divulgado que o houtis (guerrilheiros do Iêmen) concordaram em não atacar navios no Canal de Suez normalizando a rota marítima Vietnam – Europa!

Segundo a Cecafé* o Brasil exportou no mês de out-25 +4,141 milhões de sacas e agora para o mês de novembro-25 a projeção indica novamente uma exportação entre 3,90-4,20 milhões de sacas.

Então, nos primeiros 5 meses da safra brasileira 25/26 o Brasil já terá reduzido sua exportação para o mercado externo em -4,43 milhões de sacas = -19,90% igual mesmo período ano-safra 24/25 (julho-novembro). Qual terá sido o tamanho da safra brasileira 25/26? Esse número ainda sem resposta com estimativas ainda variando entre 47-65 milhões de sacas! Em breve iremos descobrir!

Nos primeiros 4 meses da safra 25/26 o Brasil exportou: 2,02 milhões de sacas do café conilon, 10,60 milhões de sacas do café arábica e 1,15 milhões de sacas equivalentes do café solúvel! Ou seja, o café conilon conseguiu abrir novos mercados e segue abastecendo e concorrendo com o Vietnã!

Produtores do conilon: continuem o excelente trabalho na produção / controle de qualidade / logística e não fiquem dependentes apenas do mercado interno e/ou “janelas de oportunidades”. Para os próximos anos será primordial a abertura e sustentação dos novos parceiros/mercados! No mercado internacional a credibilidade / a constância / a performance são sempre os melhores “cartão de visitas”!

Londres continuou bem pressionado com o cenário mais otimista vindo do Vietnam. O vencimento julho-26 chegou a negociar nas mínimas dos últimos 3 meses @ 3.950 US$/tonelada (225 US$/saca = 1.260 R$/saca – considerando um diferencial de compra em -200 US$/saca). Perdendo esse suporte próximo objetivo será os 3.200 US$/saca (180 US$/saca = 1.000 R$/saca). Em 2 semanas as cotações em Londres – após os riscos climáticos no Vietnam – chegaram a cair -12%!

O mercado continua apostando na safra brasileira 25/26 acima dos 60 milhões de sacas; na recuperação para a próxima safra 26/27 acima dos 70 milhões de sacas; e na recuperação / expansão em outras origens!

Com os preços atuais outras origens (principalmente na África) também estão aumentando seus tratos / manejo / área plantada. Então, tudo caminhando bem, “temperatura e pressão estáveis”, o mundo poderá voltar a ter um índice “estoque x consumo” acima dos 15% já a partir da próxima safra 28/29. E o “mercado”, como sempre, irá se antecipar e precificar esse novo aumento na produção mundial “jogando” as cotações para os 250/200 centavos de dólar por libra-peso.

Produtor, como sempre proteja-se!

O mercado continua oferecendo ao produtor ótimas oportunidades para as operações de hedge para os próximos 2-3 anos!

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Contrato Cotação Variação
Dezembro 397,40 - 2,40
Março 371,00 - 3,00
Maio 353,60 - 3,30
Contrato Cotação Variação
Janeiro 4.43o + 208
Março 4.310 + 182
Maio 4.223 + 167
Contrato Cotação Variação
Dezembro 475,00 - 3,85
Março 458,90 - 1,80
Maio 449,20 0
Contrato Cotação Variação
DXY 99,41 + 0,21
Dólar 5,3100 + 0,24
Euro 6,1560 + 0,02
Ptax 5,3146 + 0,37
  • Varginha
    Descrição Valor
    Certificado 15% R$ 2440,00
    Safra 25/26 20% R$ 2410,00
    Peneira14/15/16 R$ 2500,00
    Duro/riado/rio R$ 1900,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2370,00
    Safra 25/26 18% R$ 2410,00
    Certificado 15% R$ 2430,00
    Duro/riado/rio R$ 1900,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2460,00
    Safra 25/26 15% R$ 2420,00
    Moka R$ 2300,00
    Duro/Riado 15% R$ 2030,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Peneira 17/18 R$ 2600,00
    Rio com 20% R$ 1650,00
    Safra 25/26 15% R$ 2420,00
    Safra 25/26 30% R$ 2390,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 28,00
    Safra 25/26 20% R$ 2400,00
    Safra 25/26 30% R$ 2370,00
    Duro/Riado 15% R$ 2010,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2420,00
    Safra 25/26 25% R$ 2400,00
    Duro/riado 20% R$ 2000,00
    600 defeitos R$ 2270,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 2204,71
    Cepea Conilon R$ 1316,18
    Conilon/Vietnã R$ 1450,00
    Agnocafé 24/25 R$ 2420,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1330,00
    Conilon T. 7 R$ 1320,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1310,00