O estresse do mercado está nos números de sacas disponíveis no Brasil
Por José Roberto Marques da Costa
Com alta volume de 46.456 lotes, 28.466 lotes a mais do pregão anterior, quando teve a volatilidade de 7,40 cents, o março fechou em queda de 7,20 cents ( 1,9% ) a 369,45 cents, variou de 23,00 cents, de 351,65 cents a 374,65 cents e no after hours fechou em queda de 3,35 cents a 373,30 cents e na semana acumula perda de 4,55 cents.
A margem invertida março/maio ampliou para 172,20 cents ante a 166,70 cents do pregão anterior, faltando 1.299 contratos abertos ( 348 mil sacas) para serem rolados. Os estoques certificados aumentaram 3.444 sacas, para 402.089 sacas, esperando certificação 51.406 sacas. Na semana acumula queda de 15.389 sacas, nos últimos 30 dias 69.765 sacas e em 12 meses 494.680 sacas.
Com forte volume de 26.290 lotes em Londres, 1.261 lotes a mais do pregão anterior quando teve volatilidade de US$ 177/t. O janeiro fechou em queda de US$ 125 ( 2,7%) a US$ 4.506/t, variou US$ 265, de US$ 4.260/t a US$ 4.525/t, na semana acumula alta de US$ 283 a tonelada. A diferença de preço entre março em NY e janeiro em Londres caiu para 165,06 cents ante a 166,59 cents do pregão anterior.
O pregão desta sexta-feira teve forte impacto com anuncio na noite desta quinta-feira (20) da retira das tarifas adicional de 40% dos Estados Unidos do café brasileiro beneficiando segmento do setor exportador de grãos verde, retroagindo para 13 de novembro, quando Donald Trump excluiu as tarifas de 10% aplicadas a todos os países. O café solúvel não foi beneficiado, continuando com a tarifa de 40%. Sem a reversão das tarifas, o movimento de queda nos embarques de café solúvel, verificados desde agosto — mês em que a medida do governo Trump entrou em vigor —, deve continuar. “Perder um mercado que representa 20% das nossas exportações, representa os produtores brasileiros perderem um mercado de 800 mil sacas de café. São negócios equivalentes a mais de US$ 200 milhões por ano”, salienta o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Aguinaldo Lima.
a retirada da tarifa para os cafés verde deixa o mercado de café arábica seguir seu curso natural, mas desde segunda-feira. Além da preocupação dos baixíssimo estoques dos países produtores e consumidores, mercado continua focado na catástrofe nas regiões cafeeira do Vietnã que deve mudar todo o panorama do mercado no curto e médio prazo e naturalmente as variações dos contratos futuros do robusta vai contaminar os contratos futuros do café arábica.
A performance do pregão de sexta-feira em NY frustrou vário setores o mercado, principalmente os comerciais, que acreditava piamente, que a retirada das tarifas do café brasileiro importado pelos EUA, os preços dos contratos futuros de NY voltaram para o nível de 06 de agosto, quando as tarifas entraram em vigor, a nível de 285,00 cents. Pela abertura do pregão com forte queda de 24,00 cents tudo indicava que poderia ter quedas mais acentuadas, mas para a decepção dos comercias, no nível abaixo de 352,00 cents foi acionado novamente um intenso stop de compras dos "tubarões" pela segunda vês nos últimos 60 dias.
Além de proteger suas posições fortemente compradas, os grandes fundos de investimentos ampliaram suas posições compradas, com tudo indicando que foi recorde histórico de compras diárias e recorde de posições compradas dos grande fundos. A primeira vez que stop de compras foi acionado foi no pregão do dia 23 de setembro, quando a mínima atingiu 350,15 cents e fechando a 367,05 cents. Trinta dias depois deste dia, o contratos de dezembro atingiram o pico histórico de 437 cents. Tendo como fundamento, o nível de estoque, crescimento natural das exportações brasileiras no próximo meses devido a retirada das tarifas, aumento constante do consumo ( + 4 milhões de sacas por ano) e agora com a tragedia nas regiões de café do Vietnã ( o que mais me chamou a atenção, foi que o presiente da Vicofa não mencionou em nenhuma de suas analises desta semana o dilúvio no planalto central ). Tudo indica, que deve se repetir esta performance nos próximos 30 dias e buscar novos recorde históricos acima de 450 cents.
Após sete dias de chuvas torrenciais no Vietnã, que fizeram rios transbordarem e provocaram enchentes generalizadas no centro e no sul do país, com o dilúvio deixando até esta sexta-feira (21) pelo menos 41 mortos, dezenas de pessoas desaparecidas. Além disso, mais de 52 mil casas ficaram submersas e meio milhão de residências e empresas viram o fornecimento de eletricidade interrompido. para piorar a situação, autoridades alertam que as condições climáticas não devem mudar até domingo (23).
As áreas mais afetadas pelas últimas chuvas incluem as cidades litorâneas de Hoi An e Nha Trang, bem como uma importante região produtora de café no planalto central, onde agricultores já sofriam com a perda da colheita devido às tempestades anteriores. Na província de Dak Lak, a maior região produtora de café do país, foi declarado estado de emergência depois de dezenas de milhares de casas serem inundadas e deslizamentos de terra danificarem importantes avenidas, rodovias com milhares de hectares da área rural debaixo da água.
Novas precipitações ameaçam danificar ainda mais as plantações e reduzir a produção no maior produtor mundial de grãos de robusta pegaram nesta semana, os grandes investidores principalmente da bolsa de Londres, de "calça bem curta" devido ao grande estrago que está causando nos cafezais do país.
Até a semana passada, em plena da colheita estimada em mais 30 milhões de sacas, e tem o suporte IA ( inteligência Artificial ) tudo indica que os preços dos cafés robustas em Londres seriam pressionados com grande possibilidade do janeiro começar operar no menor nível desde últimos 90 dias nesta semana, abaixo de US$ 4.000 a tonelada, a mínima chegou a US$ 4.134/t na sexta-feira (14) com toda suas estratégicas futura baseadas nestes dados.
Mas apareceu uma "pedra" no meio do caminho, na realidade, vou modificar um palavra da frase de Carlos Drumnont de Andrade, apareceu uma " grande rocha" no meio do caminho, que deve mudar tendência do mercado no curto e médio prazo. Neste sábado é o sexto dia do dilúvio sem precedente na história, com queda da produção podendo chegar a milhões de sacas (mencionar números nesta semana é mera especulação).
Além do Vietnã, o outro estresse do mercado está nos números de sacas de café disponíveis no Brasil
As exportações brasileiras de café somaram 4,141 milhões de sacas em outubro, no acumulado dos quatro primeiros meses do ano safra 2025/2026 atingiram 13,846 milhões de sacas, média mensal de 3,461 milhões de sacas. Com a queda da trafica para os EUA e tendo com base dos números de Café, a projeção indica que nos últimos dois meses de 2025 deveremos exportar mais 8 milhões de sacas chegamos a exportação de 24 milhões de sacas. Somando a 11 milhões de sacas do consumo interno de julho a dezembro de 2025, vamos atingir 35 milhões de sacas.
Fazendo uma simulação de quatro safras de café 2025/206 e mais o provável consumo interno de 11 milhões de sacas até a entrada da próxima safra ( 46 milhões de sacas ), tendo como base, que os estoques remanescentes do Brasil estão praticamente zerados, que é consenso da maioria, chegamos o níveis preocupantes.
Safra 2025/206 Estoques disponíveis para exportações