Conillon capixaba une tradição familiar, inovação e tecnologia
O Agrocultura deste domingo (30) exibiu uma reportagem sobre produtores de café no Espírito Santo, maior produtor de conillon do país, que estão elevando a qualidade desse café utilizando uma combinação de tradição familiar, inovação e tecnologia.
Os produtores estão convertendo grãos comuns em cafés premiados com um perfil sensorial complexo e surpreendente. O segredo está no uso de fermentações controladas, secagem técnica e, principalmente, no biorreator.
O programa visitou uma família na cidade de Nova Venécia, onde a propriedade é quase 100% mecanizada e utiliza tecnologia como drones para visualização e planejamento. A família trabalha com três tipos de café, como o tradicional extra forte, o despolpado e o fermentado.
O grande diferencial é o café fermentado produzido em um biorreator. O equipamento foi desenvolvido em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo e a cooperativa Coocafé, e é a chave para o sabor especial, apelidado de "panela de pressão" pelos produtores que controlam o tempo e a temperatura (entre 35º e 38º C).
O equipamento trabalha sob pressão, extraindo o doce da casca e fazendo-o entrar no caroço. Isso resulta em um café mais suave, mais doce e com menos amargo, que pode ser tomado "sem açúcar".
A busca por qualidade trouxe resultados financeiros e reconhecimento para a região:
- Aumento de Renda: A qualidade agrega valor, e a família alcança um ágio de cerca de 20% no café despolpado e ainda mais no fermentado.
- Pontuação de Excelência: O café do Sítio Chapadinha já superou 90 pontos de 100 na avaliação da Specialty Coffee Association, o que o coloca entre os cafés especiais do mundo.
- Alto Valor: Cafés de qualidade comprovada já foram vendidos por mais de R$ 10.000 a saca.
- Exportação: O mercado externo é o mais aberto e aprecia o conillon, ao contrário do mercado brasileiro, que ainda tem certo preconceito. Por isso, a família tem exportado bastante nos últimos anos