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Brasil caminha para sexta quebra de safra de café consecutiva


Por José Roberto Marques da Costa

O volume de negócios em NY atingiu 20.418 lotes em NY, cerca de 4.019 lotes a menos que pregão anterior que teve volatilidade de 9,60 cents, o março fechou em queda de 5,65 cents (1,48%) a 374,85 cents, variando apenas 5,15 cents, a menor volatilidade deste ano, de 373,25 cents a 378,40 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em 374,27 cents, na semana acumula perda de 6,35 cents. A margem invertida março/maio amplia para 17,50 cents ante a 17,40 cents do pregão anterior, faltando 487 contratos abertos (137.821 sacas) no dezembro para serem rolados, com a margem invertida de dezembro/março cai para 31,40 cents ante 31,45 cents. Os estoques certificados aumentaram 8.029 sacas, para 426.523 sacas, esperando certificação 25.843 sacas, na semana acumula alta de 19.564 sacas. 

O volume de negócios em Londres atingiu 22.568 lotes, cerca de 1.458 lotes a menos que no pregão anterior, quando teve volatilidade de US$ 69/t. O janeiro fechou em queda de US$ 7 (0,01%) a US$ 4.297/t, variando US$ 67 de US$ 4.250/t a US$ 4.317/t. A margem invertida entre janeiro/março teve forte alta para US$ 117 ante a US$ 70 do pregão anterior. A diferença de preço entre março em NY e janeiro em Londres caiu para 180,05 cents ante 185,36 cents do pregão anterior. 

Esta foi uma semana onde especuladores de "plantão" com ajuda dos comerciais empurraram os contratos futuros de café com a "barriga" sem a presença dos grandes investidores, dentro de intervalo, com a máxima variação na segunda-feira (1) de 11,00 cents de 370,45 cents 381,45 cents, nos outros dias da semana a volatilidade diminuiu, na quinta-feira chegou a ultrapassar 380 cents com compras de torrefadores, chegando na sexta-feira (5) a variação foi de 5,15 cents, a menor volatilidade dos últimos anos e a segunda menor foi na quarta-feira (3) com 5,40 cents . Nos cinco pregões da semana, os especuladores evitaram romper o nível de 370,00 cents, com o risco de ser acionamento stop de compras e retorno novamente dos grandes investidores ao mercado que provocaria mais uma intensidade de compras, repeteco de algumas semanas atrás quando nível de 350 cents foi rompido, no dia da queda as tarifas( gato escaldado tem medo de água fria ), podendo levar acima da entrada de canal tecnicamente de alta em 390,00 cents.   

Devido ao aumento mensal da escassez que deve durar no curto, médio e longo prazo, com a queda de safra 2024/2025 do Vietnã, safra 2026/2026 do Brasil e aumento do consumo mundial, o intervalo de 370 cents a 380 cents deve ser ultrapassado, voltando a operar acima do nível de 400 cents nas próximas semanas, devendo durar por um longo período, com os diferencias negativos entre os preços das cotações de NY e preços do mercado interno caindo paulatinamente e chegando a ficar positivos nos próximos meses, acompanhando uma redução do diferencial entre os cafés de qualidades, devido a forte escassez no mercado interno.

A semanas atrás, quando abrir uma grande florada nos cafezais brasileiros, gerando euforia para todos os setores, principalmente dos produtores, poucos pessoas do mercado notaram uma diferença no performe expelido pelas flores neste ano comprado aa floradas anteriores. Neste ano, o aroma expelido pelas flores ficou muito abaixo do normal, a Agnocafé mencionou para este fato e procurou várias especialista da área. Um deles, que é um do melhores especialista em genética, alertou a falta do cheiro deste ano foi historicamente raro e preocupante, mencionando para uma possível "florada de tolo", sinônimo do "ouro de tolo" devido ao problemas de pegamento e uma provável queda de chumbinho em fevereiro bem acima do normal. Passado semanas depois da florada a grande maioria dos frutos de cafezais adultos foram abortados, inclusive de café irrigados comprometendo em muito a produtividade da próxima safra, atualmente, qualquer estimativa da próxima safra é pura especulação. Nas ultimas semanas, o produtor passou momentos bipolar, na florada muita "alegria e otimismo" atualmente e atualmente "tristeza e incertezas".                      

Segundo o último relatório da USDA  em junho, o consumo mundial de café deve ficar em 169,4 milhões de sacas e   produção para safra 2025/2026 deve atingir 178,7 milhões, sendo que os cinco principais produtores mundiais devem produzir 131,4 milhões de sacas (73,5%), safra do Brasil ( 65 milhões de sacas ) Vietnã ( 31 milhões de sacas ), Colômbia ( 12,5 milhões de sacas ) Indonésia ( 11,3 milhões de sacas ), Etiópia ( 11,6 milhões de sacas ). No relatório atualizado desta semana, a produção foi para 131,7 milhões de sacas, safra do Brasil ( 63 milhões de sacas ), Vietnã ( 30,8 milhões de sacas ), Colômbia ( 13,8 milhões de sacas ), Indonésia ( 12,5 milhões de sacas e Etiópia ( 11,6 milhões de sacas ). As exportações mundiais de grãos de café deve atingir 122,3 milhões de sacas e os estoques remanescentes mundiais devem permanecer apertados, em 22,8 milhões de sacas. 

Focando no Brasil

O USDA reduziu sua previsão para o total de exportações de café na safra 2025/26 (julho-junho) para 40,75 milhões de sacas, uma queda de 2,4% em relação à previsão anterior. A estimativa para as exportações de café na safra 2024/25 foi ligeiramente revisada para cima, de 44,25 milhões para 44,75 milhões de sacas. Segundo a Cecafé as exportações atingiram 45,5 milhões de sacas. A queda nas exportações para 2025 é atribuída aos volumes recordes de exportação do Brasil em 2024, à menor disponibilidade da safra de café.

A diferença da estimativa de produção da USDA do Brasil e do IGBE e Conab foi a menor dos últimos anos, cerca de 6 milhões de sacas, IBGE estimou em 57,3 milhões de sacas e a Conab 56,56 milhões de sacas. Pelos dados da Cecafé, nos 5 meses deste ano safra (incluindo provável exportação de 3,8 milhões em novembro), as exportações atingiram 17.706 milhões de sacas, queda em torno de 20%, cerca de 4 milhões a menos. Fazendo uma projeção do ano safra, o Brasil deve embarcar 10 milhões de sacas a menos, cerca de 35,5 milhões de sacas. Somando a projeção de exportação de 35,5 milhões de sacas com consumo interno de 22 milhões de sacas neste ano safra, vamos chegar próximo  57 milhões de sacas, praticamente toda estimativa de produção dos dois institutos brasileiros.

Com os estoques mercado internacional nos menores nível históricos, com Europa consumindo 55 milhões de sacas de café por ano, média de 1,057 milhões por semana. Segundo as últimas informações da ECF (Exchange and Farming Corporation) em outubro os estoques diminuíram para 7,86 milhões de sacas, consumo para 7,4 para semanas, o menor estoque da ECF registrado para o mês de outubro em décadas, ficando bem abaixo da média de 5 anos de 12 milhões de sacas, consumo para 11,4 semanas. A América do Norte consumindo 26 milhões de sacas, média de 500 mil sacas por semana, estoques para abastecer o consumo de apenas 4 a 5 semanas (2 a 2,5 milhões de sacas), ficando bem abaixo da média dos últimos 5 anos de 7 milhões de sacas, consumo para 14 semanas. 

A queda de 10 milhões de sacas na exportação e mais aumento de 4 milhões de sacas no consumo mundial neste ano safra vai trazer muita volatilidade e estressar muito o mercado nos próximos meses, para piorar ainda mais situação a safra projetada do Vietnã de 31 milhões de sacas deve cair ( ver a matéria abaixo ). a frustação da safra 2026/2027, devido a "florada de tolo", o Brasil caminha para sexta quebra de safra de café consecutiva. De acordo com esperte em comercialização de café " não há mercado que resiste a tanta queda de produção consecutiva".  Segundo diretor de um das maiores cooperativas de café do Sul de Minas, os estreses climáticos do últimos anos ( a grande  diferença entre a mínima e máxima diariamente), a safra 2026/2007 deve ficar menor do que a safra 2025/2026.    

Presidente da Vicofa joga um grande balde de "água fria" nos comerciais 

Até o final da semana passada, a mídia deu grande cobertura nas intensas tempestades no Vietnã em plena colheita de café, mostrando muitos vídeos da destruição que poderia impactar negativamente na produção de café robusta. A preocupação do mercado foi focada na escassez no curto prazo, fez o diferencial entre janeiro/ março ampliar de US$ 77/t no começo de novembro para US$ 152/t na sexta-feira. Durante a semana, analistas informavam as agencia de notícias de commodities, de que os dados nos cafezais do Vietnã foram apenas localizados e sem prejuízo na produção, deixando os comerciais mais confortável, diminuindo estes diferencial, na quinta-feira caiu para US$ 70/t. O discurso de uma dos maiores esperte em café do mundo, o presidente da Vicofa na Conferência em Saigon jogou um grande balde de "água fria" nos comerciais, retrucando as informações das grande agencias de notícias, fazendo com que os diferencias aumentasse novamente e fechando nesta sexta-feira em US$ 117/t, finalizando discurso o Sr. Nguyen Nam Hai disse "na safra de café de 2024-2025, os preços do café continuarão a subir, criando condições para o aumento da renda dos cafeicultores nos países produtores de café em todo o mundo".

Em seu discurso de abertura da 29ª Conferência Internacional de Café da Ásia (AICC) aconteceu nesta semana em Saigon, o Sr. Nguyen Nam Hai, presidente da Associação Vietnamita de Café e Cacau, afirmou: "Na safra de café de 2024-2025, as indústrias cafeeiras vietnamita e mundial enfrentarão muitas dificuldades e desafios, mas também muitas oportunidades.

A situação política mundial está cada vez mais instável, com tensões políticas e conflitos generalizados, e a economia global enfrenta pressões sem precedentes. Guerras e embargos interrompem os fluxos comerciais, as cadeias de suprimentos e causam flutuações severas nos mercados de energia e financeiros. Os Estados Unidos impuseram taxas recíprocas a todos os países com os quais comercializam, incluindo o café proveniente de países produtores líderes como Brasil, Vietnã, Colômbia, Indonésia, etc.

A crescente complexidade das mudanças climáticas, com a safra de 2023-2024 marcada por calor e seca prolongados, afetou significativamente a produção de café em regiões produtoras globais, como as de Arábica no Brasil e Robusta no Vietnã. Na safra de 2024-2025, embora as condições climáticas fossem relativamente favoráveis ​​ao desenvolvimento dos cafeeiros, o Vietnã acaba de sofrer com diversas tempestades consecutivas que causaram inundações e grandes prejuízos materiais e humanos. Muitas plantações de café, seringueiras e outras culturas industriais de longa duração foram destruídas, atrasando o processo de colheita.

O Parlamento Europeu votou pelo adiamento da implementação do Regulamento da UE sobre Desflorestamento e Degradação Florestal (EUDR) para grandes empresas até 30 de dezembro de 2026 e para PMEs até 30 de junho de 2027, bem como pela simplificação do procedimento de declaração. O Parlamento trabalhará com os Estados-Membros e o Conselho para emitir uma declaração formal até o final de 2025.

Na safra de café de 2024-2025, os preços do café continuarão a subir, criando condições para o aumento da renda dos cafeicultores nos países produtores de café em todo o mundo, incentivando maiores investimentos no cultivo. As flutuações nos preços do café nas duas bolsas de valores na última safra foram muito acentuadas em comparação com safras anteriores, criando muitas oportunidades, mas também muitos riscos para as empresas de importação e exportação.

Ótimo final de semana

Comentarios

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Data: 06/12/2025 11:30 Nome do Usuário: Honorato
Comentário: Mais uma vez parabéns pela análise o clima daqui para frente vai ser muito diferente produzir café vai ser muito desafiador produtores preparem o coração ♥️
Contrato Cotação Variação
Março 374,85 - 5,65
Maio 357,35 - 5,75
Julho 343,85 - 5,70
Contrato Cotação Variação
Janeiro 4.295 - 7
Março 4.178 - 54
Maio 4.098 - 56
Contrato Cotação Variação
Março 462,50 - 5,90
Maio 457,40 0
Setembro 405,35 - 5,15
Contrato Cotação Variação
DXY 98,97 + 0,02
Dólar 5,4350 + 2,35
Euro 6,3250 + 2,23
Ptax 5,3405 + 0,86
  • Varginha
    Descrição Valor
    Peneira14/15/16 R$ 2530,00
    Certificado 15% R$ 2470,00
    Safra 25/26 20% R$ 2440,00
    Duro/riado/rio R$ 1950,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2360,00
    Safra 25/26 18% R$ 2440,00
    Certificado 15% R$ 2470,00
    Duro/riado/rio R$ 1920,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2490,00
    Safra 25/26 15% R$ 2450,00
    Moka R$ 2340,00
    Duro/Riado 15% R$ 2060,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2450,00
    Safra 25/26 30% R$ 2420,00
    Peneira 17/18 R$ 2650,00
    Rio com 20% R$ 1680,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 25/26 20% R$ 2430,00
    Safra 25/26 30% R$ 2410,00
    Duro/Riado 15% R$ 2040,00
    Escolha kg/apro R$ 30,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 25/26 15% R$ 2450,00
    Safra 25/26 25% R$ 2430,00
    Duro/riado 20% R$ 2040,00
    600 defeitos R$ 2300,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 2217,50
    Cepea Conilon R$ 1373,92
    Agnocafé 24/25 R$ 2450,00
    Conilon/Vietnã R$ 1350,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1350,00
    Conilon T. 7 R$ 1340,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1330,00