Altos preços no varejo dos EUA estão sendo impulsionados pela escassez
Santos, sexta-feira, 19 de dezembro de 2025
A entrada no mercado da nova safra de robusta do Vietnã e o próximo início do verão no Brasil, aumentando a expectativa dos operadores de um volume maior de chuvas sobre os cafezais brasileiros, derrubaram forte as cotações dos contratos de café em Nova Iorque e Londres nesta semana, praticamente paralisando os negócios no mercado físico brasileiro.
Mesmo com o Brasil, devido à falta de estoques e quebra na produção, exportando, de janeiro a novembro deste ano, 9,8 milhões de sacas menos (21%) que no mesmo período de 2024, os armazéns não estão cheios neste final de 2025.
Os cafeicultores acompanham de perto o estado de seus cafezais e o volume das chuvas que caíram ao longo de 2025. Sabem que não terão safra recorde em 2026. Com o recuo das cotações em Nova Iorque e Londres nesta semana, já deram por encerradas suas vendas em 2025. Vão aguardar o novo ano fiscal e uma melhor definição do quadro climático.
Os fundamentos do mercado de café permanecem os mesmos: as incertezas climáticas seguem afetando a produção de café no Brasil e nos demais principais países produtores, e os baixos estoques globais, com o Brasil, maior produtor e exportador mundial, além de segundo maior consumidor, sem estoques remanescentes, tendo colhido em 2025 uma safra menor do que a projetada inicialmente. Além desse quadro, nossas regiões produtoras de café já sofreram em 2025 com diversos problemas climáticos, diminuindo as expectativas com o volume de nossa produção de café em 2026.
Em matéria publicada hoje, a agência Reuters informa que, as tarifas de importação generalizadas impostas por Trump, que incluíam os principais produtores de café, como o Brasil, aumentaram o preço do café em grão. Mas os custos adicionais ainda estão, em sua maioria, sendo "filtrados" pelas cadeias de suprimentos e ainda não chegaram aos consumidores, de acordo com corretores, comerciantes e especialistas do setor. Em outras palavras, os altos preços do café no varejo dos EUA foram impulsionados principalmente pela escassez de oferta de café em grão do ano passado, que estimulou a duplicação dos preços do grão cru nos 12 meses até março (fonte: Reuters/Notícias Agrícolas).
Os contratos de arábica na ICE Future US em Nova Iorque trabalharam parte desta sexta-feira em alta, mas acabaram fechando o dia em queda moderada. Em Londres, os de robusta, na ICE Europe, trabalharam em alta grande parte do pregão. Encerraram o dia em com pequena alta no mês presente e pequenas quedas nos demais vencimentos.
Na ICE Futures US, os contratos para março próximo oscilaram 855 pontos entre a máxima e a mínima, batendo, na máxima do dia, em US$ 3,4855 por libra peso, em alta de 345 pontos. Fecharam o dia valendo US$ 3,4065 por libra peso, em queda de 445 pontos (1,29%). Ontem caíram 230 pontos (0,66%) e anteontem 470 pontos (1,33%). Na terça-feira recuaram 820 pontos (2,28%) e na segunda-feira perderam 900 pontos (2,44%). Esses contratos somaram queda de 2.865 pontos (7,76%) nesta semana e de 555 pontos (1,48%) na semana passada. Recuaram 635 pontos (!,67%) na semana anterior à passada. No último mês de novembro somaram alta de 895 pontos (2,40%) e subiram no mês de outubro 1.330 pontos (3,71%). Em 2025, até o fechamento desta sexta-feira, dia 19, estes contratos para dezembro próximo somam alta de 6.140 pontos ou 22%.
Na ICE Europe, os contratos de robusta para janeiro próximo, bateram hoje na máxima do dia em 3.830 dólares por tonelada, em alta de 56 dólares. Fecharam o pregão a 3.778 dólares, em alta de 4 dólares (0,11%) por tonelada. Ontem caíram 25 dólares (0,66%) e anteontem 136 dólares (3,46%). Na terça-feira perderam 107 dólares (2,65%) e na segunda-feira recuaram 80 dólares (1,94%). Esses contratos somaram queda nesta semana de 344 dólares (8,34%) e de 173 dólares (4,03%) na semana passada. Na semana anterior à passada recuaram 270 dólares (5,91%). Somaram alta no mês de novembro de 25 dólares (0,55%) e subiram no último mês de outubro 354 dólares (8,46%) por tonelada.
Hoje, os estoques de cafés arábicas certificados na ICE Futures US, subiram 6.585 sacas. Estão em 439.257 sacas. Há um ano eram de 981.565 sacas, caindo nesse período 542.308 sacas. Somaram alta nesta semana de 18.660 sacas. Tiveram queda na semana passada de 5.926 sacas e alta na semana anterior à passada de 19.564 sacas. Somaram queda no último mês de novembro de 24.769 sacas. Acumularam perdas no mês de outubro de 138.209 sacas e de 140.279 sacas no mês de setembro. No mês de agosto recuaram 60.425 sacas e no mês de julho 70.552 sacas. Em 2025, até esta sexta-feira, dia 19, os estoques certificados pela ICE Futures US, recuaram 55,18%, acumulando perdas de 540.710 sacas.
O dólar subiu 0,11%, fechando a R$ 5,5300. Encerrou o dia ontem a R$ 5,5240. Fechou a sexta-feira passada a R$ 5,4110 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 5,4330.
Em reais por saca, os contratos para março próximo na ICE Futures US fecharam hoje valendo R$ 2.491,88. Terminaram ontem a R$ 2.521,70. Encerraram a última sexta-feira a R$ 2.643,33 e a sexta-feira anterior à passada a R$ 2.693,96.
No mercado físico brasileiro, tivemos mais um dia calmo, com as bases de preços dos compradores praticamente estáveis em relação a ontem. O mercado físico apresentou-se praticamente paralisado por toda a semana. Os produtores não mostram disposição de venda nas bases oferecidas pelos compradores. Há grande interesse comprador para todos os padrões de café.
Até dia 18, os embarques de dezembro estavam em 1.473.871 sacas de café arábica, 108.091 sacas de café conilon, mais 103.134 sacas de café solúvel, totalizando 1.685.096 sacas embarcadas, contra 1.798.331 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 18, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 2.360.087 sacas, contra 2.246.063 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 12, sexta-feira, até o fechamento de hoje, caiu nos contratos para entrega em março próximo 2.865 pontos ou US$ 37,90 (R$ 209,58) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE, fecharam no dia 12 a R$ 2.643,33 por saca, e hoje sexta-feira, a R$ 2.491,88. Hoje, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 445 pontos.
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