Mercado passa por uma fase histórica inédita de escassez de café
Por José Roberto Marques da Costa
O volume de negócios em NY nesta sexta-feira ( 26) atingiu 16.023 lotes, 319 lotes a menos do pregão anterior de quarta-feira que teve a variação de 5,60 cents. O março fechou em alta de 5,10 cents (1,48%) a 350,25 cents, variando 6,40 cents, de 344,30 cents a 50,70 cents, chegando a romper a primeira resistência do dia em 348,18 cents. Na semana de Natal variou 13,35 cents, de 339,05 cents a 352,40 cents, acumulando alta de 9,60 cents. A margem invertida março/maio sobe para 14.40 cents ante a 14,30 cents do pregão anterior.
Os estoques de café certificados na bolsa de NY ficaram estáveis em 456.477 sacas, na semana aumentaram 17.220 sacas e mês de dezembro 32.648 sacas, esperando para serem certificadas estão 8.219 sacas. Durante esta semana o México perdeu para o Brasil a liderança do pais que mais tinha café nos estoques durante vários meses, devido ao tarifaço imposto pelo EUA a maioria dos países produtores de café. Como as tarifas do México estavam zeradas, o país um meio encontrado pelos os países produtores, principalmente pelo Brasil e Vietnã, para entrada de café sem esta taxação.
Os cinco primeiros países produtores de café que estão com mais café arábica na bolsa de NY são: Brasil que tinha em alguns meses atrás menos de 10 mil sacas, passou para 81.527 sacas depois da queda do tarifaço, o México que chegou a ter mais de 170 mil sacas e no início de dezembro, seus estoques despescaram para 73.351 sacas, depois vem, Peru com 69.072 sacas, Tanzânia com 41.517 sacas e Honduras que anos atrás era o líder absoluto com mais de 700 mil sacas, tem somente 37.781 sacas
Como nesta sexta-feira a bolsa do robusta não operou, o volume de negócios na quarta-feira em Londres foi o menor do ano, somente 5.993 lotes, cerca 11.412 lotes a menos que no pregão anterior, quando variou US$ 105/t. O março fechou em alta de US$ 34 ( 0,89%) a US$ 3.858/t, variando US$ 95 de US$ 3.790/t a US$ 3.885/t, rompendo a primeira resistência do dia em US$ 3.878/t. Na semana de Natal variou US$ 210 a tonelada, de US$ 3.675/t a US$ 3.885/t, acumulando ganho de US$ 189/t. A margem invertida de março/maio sobe para US$ 65 ante a US$ 62 no pregão anterior. A diferença de preço entre NY e Londres sobe para 175,25 cents ante 170,15 cents do pregão anterior.
Depois de 90 dias, os relatório da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) começam a ser atualizado e o último relatório se referente a 16 de dezembro, quando o março estava em 352,10 cents, mostram que as posições abertas estavam 192.007 lotes e os grandes fundos tinham 36.142 posições líquidas compradas sendo 57.804 posições compradas e 21.662 posições vendidas. As empresas comerciais possuíam 36.713 posições líquidas vendidas, sendo 63.608 posições compradas e 100.312 vendidas. No resumo, 72,74% dos grandes fundos apostam em alta e 27,26% em queda e os comerciais, 61,2% apostam na baixa e 38,8% na alta.
Segundo a análise nesta sexta-feira da Economies.com, o preço do café cedeu às pressões negativas, sofrendo várias perdas e chegando perto de 339,20, encontrando uma forte base de suporte. A estabilidade do preço acima desse suporte e a tentativa do estocástico de sair do nível de sobrevenda podem proporcionar uma chance de recuperar algumas perdas com uma alta em direção a 359,80 cents, e então aguardar o encontro com a média móvel de 55 períodos, próxima a 368,50 cents. Com revisão de tendência para alta, a faixa de negociação esperada para os próximos pregões está entre 338,00 cents e 359,80 cents.
Nas análises das ultimas duas semanas, Agnocafé sempre abonou que o mercado de arábica estava procurando um novo suporte para futuras recompras dos investidores, passando uma fase inédita de escassez de café, com os menores estoques mundiais em toda a sua história.
Os contratos futuros de café arábica fecharam a semana em alta de 9,60 cents, depois de queda de 35,55 cents na semana passada deixando o mercado extremamente sobrevendido, com o mercado encontrando um novo suporte em 340,00 cents, com os especuladores mudando de posições e com tendência de continuar comprando nos próximos pregões depois de encontrar seu novo suporte de curto, médio e longo prazo. Os contatos futuros do café robusta acompanhando esta tendência, encontrando seu suporte em US$ 3.680/t, mantendo diferença de preço entre NY e Londres entre 170 cents a 175 cents.
O terminal londrino reflete o cenário de novas inundações verificado em algumas regiões da Indonésia, com destaque para Sumatra. As informações vindas do país ainda são esparsas, mas vídeos e fotos já são encaminhados para players, demonstrando que várias lavouras foram afetadas por mais uma tempestade que trouxe vários transtornos para a comunidade local. "O mercado do robusta está em processo de recuperação com a expectativa do que pode ter sido verificado em lavouras indonésias. Com isso, os ganhos fluíram com maior tranquilidade e alguns intervalos básicos chegaram a ser vencidos. O processo é de recuperação, depois das perdas mais acentuadas registradas ao longo da semana passada", disse um trader.
Além da escassez de café arábica no mercado stop, o foco principal do mercado não está na próxima safra brasileira, que tudo indica será um nova surpresa negativa para os comerciais, está na quantidade de café disponível no curto e médio prazo, que deverá provocar forte estres nos próximos meses. Os números das exportações brasileiras comprovam esta escassez. A queda de exportações do Brasil de 2025 deve ultrapassar 10 milhões de sacas, com tendência de maiores queda nos próximo seis meses e um mercado carrete de café.
Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), até dia 26 de dezembro, os embarques brasileiros do mês totalizaram 2.380.455 sacas, queda de 19,5% (média diária de 91.555 sacas), sendo 1.996.919 sacas de café arábica, 152.568 sacas de café conillon e 158.968 de café solúvel. Pelas projeções dos embarques diários da Cecafé, em dezembro as exportações devem atingir 2,9 milhões de sacas, com queda acentuada de 400 mil sacas de café arábica.
Nos últimos 11 meses do ano de 2025 foram exportadas sacas de café , sendo 3,977 milhões de sacas em janeiro, 3,274 em fevereiro, 3,287 em março, 4 em abril, 2,96 em maio, 2,6 em junho, 2,73 em julho, 3,1 em agosto, 3,7 em setembro, 4,14 em outubro e 3,58 em novembro. Somando as 2,9 milhões de sacas de dezembro atinge exportação de 39,8 milhões de sacas, menos 10,6 milhões de sacas ante a 50,4 milhões em 2024. Nos primeiros meses de 2024, a exportações brasileiras foram de 24,19 milhões de sacas, média de 4,032 milhões de sacas por mês. Fazendo uma projeção, mantendo uma queda média de 20% dos últimos seis meses, as exportações no primeiro semestre de 2026 devem atingir 19,6 milhões de sacas, média de 3,267 milhões de sacas por mês.
Data: 27/12/2025 11:40 Nome do Usuário: Honorato Comentário: Mais uma vez obrigado por nos ajudar por mais um ano e que Deus continue te abençoando sempre que você continue sempre sendo essa pessoa incrível que Deus te proteja sempre um ótimo final de semana e🙏