Pesquisador explica a importância do diagnóstico no sistema de irrigação
André Fernandes é considerado um dos maiores pesquisadores no ramo da irrigação cafeeira do país
O pesquisador André Fernandes, pró-reitor da Uniube, mostrou ontem, durante o Simpósio de Cafeicultura Irrigada, a importância do diagnostico do sistema de irrigação na produção de café irrigado.
A cafeicultura irrigada no Brasil representa quase 300 mil hectares, pouco mais de 12% do parque cafeeiro. Porém, as áreas irrigadas são responsáveis por 30% da produção nacional de café, graças às grandes vantagens do cultivo irrigado comparado com o cultivo de sequeiro.
A irrigação tem sido utilizada mesmo nas regiões consideradas tradicionais para o cafeeiro. Trabalhos de pesquisa demonstram que o aumento de produtividade média com o uso da irrigação (médias de pelo menos três safras) tem sido de 50%, quando comparada com as lavouras de sequeiro.
“Antes de implantar um sistema de irrigação é necessário fazer um estudo para saber qual melhor a ser implantado no local. O solo arenoso, por exemplo, é diferente do solo argiloso e isso depende de cada região”, garante.
Araguari é uma referencia em tecnologia na produção de café irrigado. Não é por acaso que o município representa um dos maiores índices produtivos do cerrado mineiro: 40 sacas por hectares. São quase 20 mil hectares de café e mais de 95% são irrigados. Quanto o Simpósio, André Fernandes, fez um balanço sobre a sua 20 edição é muito positivo, conseguiu mostrar o uso racional da água e de energia, na cafeicultura irrigada, com renomados palestrantes que apresentaram trabalhos científicos relacionados ao uso racional da água, que tem melhorado o dia a dia dos cafeicultores irrigantes.
“Alguns trabalhos publicados foram realizados no Campo Experimental Izidoro Bronze, que há sete anos realiza experimentos com resultados consolidados, envolvendo genética, nutrição, tratos culturais fitossanitários, irrigação e manejo de irrigação na cafeicultura do cerrado”, avalia, dizendo que nestes 20 anos de simpósio foram publicados mais de 600 artigos científicos.
Fenicafé alavanca a economia de Araguari
Visitantes de diversas regiões cafeeiras do país participam do maior evento da cafeicultura irrigada do país
A Fenicafé – Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura movimenta não só o setor cafeeiro, como também a economia de Araguari. É que todos os anos o evento atraí visitantes de todas as partes do país. Entre eles produtores de café, estudantes, agrônomos e pesquisadores, que buscam na Fenicafé as novas tecnologias de mercado para a irrigação no cafezal.
O movimento é sentido de perto pela rede hoteleira, bares e restaurantes da cidade. Durante os dias de evento quase todos os leitos dos hotéis de Araguari são reservados para participantes da Feira, incluindo estudantes, visitantes e expositores. A feira também é uma ótima oportunidade para emprego temporário. Maria Cecília, superintendente da ACA – entidade promotora da Fenicafé, explica que todos os anos, cerca de mil empregos são gerados, diretos e indiretos.
“O trabalho de montagem está previsto para durar 17 dias, incluindo a desmontagem”. A feira é montada nas dependências do Pica Pau Country Club, em Araguari, e ocupa uma área de cerca de 5 mil metros quadrados. Este ano cerca de 80 expositores ocupam cerca de 100 estandes.