Fenicafé: Estoques de passagem serão os menores de toda a história
Os preços do café não reagiram na entressafra brasileira. Mas a pressão de baixa não vai se acentuar com o início da colheita da safra 2018. A afirmação é do presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, em entrevista exclusiva à Agência SAFRAS, durante a Fenicafé – Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura.
Segundo Brasileiro, há recursos para financiar e ordenar a safra. “Temos ainda cerca de R$ 1 bilhão para esta colheita, além de um orçamento de R$ 5 bilhões para financiar a safra 2018. Então, não haverá uma concentração de oferta. Não havendo concentração de oferta, teremos preços que serão remuneradores para o produtor.
O ruim é quando se colhe e em menos de 90 dias o café já está no mercado, praticamente de imediato”, disse Brasileiro. “Este excesso de oferta é que provoca aviltamento de preços. Mas colocando a safra ao longo de 12 meses o que se colhe em noventa dias, há um equilíbrio. Temos recursos já aprovados e disponibilizados no nosso orçamento deste ano. Então, trabalhamos com uma tendência de manutenção dos preços no atual nível de R$ 450,00 a saca até a uma leve alta”, apontou.
Com os países importadores bem abastecidos, não havia necessidade de procurar os produtores. “Eles foram simplesmente consumindo as reservas previamente adquiridas”, disse.
Os estoques de passagem deste ano será o menor de toda a história da cafeicultura no Brasil “e a tendência é que tenhamos um preço que venha gratificar o produtor. Mas não temos interesse em preços muito elevados. Queremos preços remuneradores, pois preços muito altos inibem o consumo, estimulam novos plantios e trazem desequilíbrio entre oferta e demanda, o que não é bom.
Somos conservadores, mas acreditamos que os preços não podem ficar abaixo de R$ 450 a saca, enquanto que qualquer valor acima disso remunera o produtor”, apontou.